O Cirilo de Alexandria
Por: Julio Cesar Lacerda de Oliveira • 22/11/2017 • Trabalho acadêmico • 1.062 Palavras (5 Páginas) • 296 Visualizações
Cirilo de Alexandria
Patriarca de Alexandria nascido no quarto século foi o último dentre os grandes patriarcas da igreja e um dos mais importantes na ortodoxia bizantina.
Era um descendente da Grande Família Alexandrina, sobre a qual seu tio Teófilo havia pertencido. Este Inclusive considerou a retirada de Crisóstomo de seu posto como resultado daquela assembleia sendo este fato o ponto de partida para o início da carreira de Cirilo.
Tomou posse do Trono Alexandrino pelo período de 32 anos onde desempenhou suas funções vigorosamente atuando tanto no campo teológico quanto no campo político deste período do cristianismo.
Tratava-se de um grande expositor das escrituras além de virtuoso escritor cujas obras perduram até estes dias. Possui um estilo de escrita de característica monótona e pomposa. Suas obras evidenciam sua capacidade de raciocínio Claro e metódico. Desprezou filósofos pagãos e considerou Orígenes como um herege alegando que este não pensava como cristão seguindo o estilo de conversação dos helenistas. Sua exegese se atem a parte histórica do texto bíblico e oposição a interpretação utilizada por Orígenes embora sua teologia tivesse sua gênese na interpretação alegórica e tipológica usual de seu tempo, utilizando as escrituras como base a fim de refutar os desvios doutrinários existentes, estabelecer a verdadeira concepção da trindade, bem como o conhecimento da pessoa de Jesus e a sua, coexistente, dupla natureza.
Seus ataques são direcionados a inimigos recorrentes entre eles Ario, Eunômio e Imperador Juliano. A estes escreveu em razão de seu combate cerca de 30 livros onde mostra a ortodoxia de sua doutrina apresentando Cristo como o Logos divino onde o propósito de sua encarnação seria unir a natureza humana a divina.
Foi impelido a desenvolver sua Cristologia de forma mais acurada e utilizou fórmulas de Apolinário que equivocadamente atribuiu a Atanásio.
Sob o prisma de formulações teológicas tardias, sua cristologia foi considerada imprecisa e monofisista, doutrina que trata da compreensão da igreja em relação a dupla natureza de Cristo.
Ele abominava qualquer enfraquecimento e discussão na verdade e onde tivesse influência usava para um por seu poder espiritual.
Cirilo enfrentou diversas hostilidades no início de seu regime foi imputado a ele indiretamente um assassinato(Hipatia) onde Cirilo reagiu ordenando fechamento das igrejas dos novacianos, expulsou posteriormente judeus hereges e mesmo com intervenção do Imperador, manteve sua posição contraria ,tentou angariar partidários através do envio de circulares formando assim um “exército” .Manteve assim, permanentemente, uma diplomacia fortificando sua base política que serviu para desfazer as reclamações recebidas dos seus feitos anteriores.
Frente a oposição firme de Nestório Cirilo preferiu transferir essa disputa para um plano religioso buscando desviar atenção de seus feitos alçando alguma polêmica na área teológica, assim Cirilo combateu Nestório que era um defensor da teologia antioquina e claramente defendia a distinção da natureza de Cristo em relação a sua característica humana e divina, o que era considerado uma abominação para Cirilo. Esses argumentos foram fomentados por seus partidários através de anotações incriminadoras que foram retirados dos sermões e outros escritos de Nestório, sendo o principal argumento o fato da objeção o título de Maria como a “mãe de Deus”, para Nestório havia a preocupação deste título promover, se utilizado excessivamente, uma devoção a Maria.
Ao observar a natureza divina de Cristo e sua eternidade, Nestório não concebeu a possibilidade de Deus se tornar um ser humano tampouco sofrer e morrer na cruz, para ele esses aspectos são exclusivamente ligados à natureza humana de Jesus, e, por essa razão Maria seria responsável apenas pela natureza humana de Cristo, preferindo assim designar Maria como a (Cristotokos), ou seja, a “mãe de Cristo “.
Esta definição tocou em um ponto crítico da crença popular da época já que inclusive para Cirilo este termo vilipendiava a verdadeira fé em Cristo.
A explosão do pensamento nestoriano movimentou os populares e marcou, sob o ponto de vista histórico, o início da mariolatria. Vale ressaltar no entanto que os protestantes aceitando o terceiro Concílio ecumênico, o fizeram por quê compreenderam que a discussão na ocasião não era simplesmente a devoção à Maria na vida cristã mas sim a relação entre a divindade e a humanidade de Cristo.
Postos ao debate, a habilidade de Cirilo ficou evidente frente a frágil capacidade política de Nestório, pois, e sem recorrer a qualquer ataque aberto fomentou o ódio popular crescente. Esta capacidade inclusive obteve resultados quando Cirilo tratava de louvar o Bispo Celestino de Roma conseguindo assim sua confiança e apoio, que serviram para que Cirilo pudesse convocar, inadvertidamente, um concílio por conta própria, onde com o apoio dos seus partidários conseguiu condenar Nestório como um herege, e ainda deram a chance de, em Éfeso, mais uma vez, condenar Nestório como um herege notório.
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