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O pensamento monista e sua contribuição para a formação do bacharel em Teologia da Faculdade Messiânica

Por:   •  11/12/2016  •  Artigo  •  5.931 Palavras (24 Páginas)  •  355 Visualizações

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DO PAR AO ÍMPAR

O pensamento monista e sua contribuição para a formação do

bacharel em Teologia da Faculdade Messiânica

Felipe Feitosa de Figueiredo[1]

Resumo: Este artigo aborda a dificuldade enfrentada por estudiosos ocidentais, no momento em que direcionam suas pesquisas à ótica oriental (japonesa), mais detidamente sobre os bacharelando em Teologia da Faculdade Messiânica. Ele propõe uma possível interpretação para conceitos do Oriente representados pelo pensamento monista como um possível contra ponto a estrutura de pensamento dualista amplamente difundida no pensamento ocidental

Palavras-chave: monismo; dualismo; teologia; filosofia oriental.  

THE ODD COUPLE'S

The monistic thinking and its contribution to the formation

of Bachelor of Theology Faculty Messianic

Abstract: This paper addresses the difficulties faced by Western scholars, the moment that direct their research to the eastern optical (Japanese), more closely about the undergraduate students of the Faculty of Theology Messianic. He proposes a possible interpretation of the concepts represented by the Middle monistic thinking as a possible point against the structure of dualistic thinking widespread in Western thought

Keywords: monism, dualism, theology, eastern philosophy.

 

Antes de se iniciar qualquer projeto que compreenda em seu objeto de pesquisa aspectos culturais pertinentes ao Oriente[2] vistos, estudados ou apenas contemplados pela ótica Ocidental, invariavelmente será necessário estabelecer alguns pontos de apoio e suscitar esclarecimentos no que se refere a termos que, descontextualizados, podem levar a erros de interpretação e, com isso, gerar barreiras e ou distanciamentos para o entendimento, de estudiosos, pesquisadores, e até de leitores interessados meramente em conhecer algo mais a respeito de temas correlatos ao Oriente.

Com esta ideia em mente, para que se inicie o estudo sobre uma possível contribuição que o conhecimento do pensamento monista poderia vir a oferecer a formação das estruturas do pensamento de estudiosos em teologia de bases e arcabouço teóricos orientais em países de estruturais ocidentais (mais especificamente, dos bacharelandos em teologia da Faculdade Messiânica), será necessário um entendimento, ainda que inicial, sobre dois aspectos de fácil entendimento na cultura do ocidental, mas que ainda hoje são encarados com estranheza ou até mesmo, esvaziadas de significado pelo oriental, não por falta de esforço por parte do oriental, mas por carecer de termos minimamente paralelos ou similares que levassem a um conhecer mais acertado sobre os termos.

O primeiro aspecto sobre o qual devemos nos debruçar faz referência à perspectiva e entendimento do valor social / espiritual que a cultura ocidental atribui aos substantivos religião e igreja. Implantados de forma sistemática desde o nascimento na psique do ser ocidental, os termos são parte inerente da cultura e, por serem vividos no cotidiano social, ainda que de forma indireta por uns, estes são lidos e interpretados de maneira quase que automática pelo ocidental, sendo ambos os termos inseridos incialmente no Japão no ano de 1549 por Francisco Xavier, um missionário espanhol, que desembarca em Kagoshima e desperta a curiosidade do Daymio pela cultura de outros países e por interesses políticos e financeiros passa a ser um protetor do cristianismo autorizando o missionário Francisco Xavier a instituir a primeira Igreja Crista em terras japonesas.

 O termo religião no Ocidente remonta suas bases, geralmente, ao termo latino Religio, Religare (religar, ligar bem), que é interpretado como um ato ou movimento de religamento, um retorno ao Ser que transcende aos limites da materialidade, e que recebe os mais variados nomes, sendo Deus o mais comumente utilizado na cultura ocidental. Outra possível interpretação ao termo se dá num sentido social, sendo a religião um instrumento que tem por fim promover ligações mais estreitas entre os homens (seres humanos), sendo este movimento de ligação manifesto nas estruturas dogmáticas (crenças) e ritualísticas (práticas) ensinadas de forma catequética nas Igrejas através de seus sacerdotes. Esta aceitação à estrutura proposta toma forma através do termo fiel, ou seja, o indivíduo que, de forma consciente e racional, inicia um movimento de devoção que, por vezes, beira uma luta quase que política e partidária por parte destes fiéis a uma única entidade, ou religião, com toda força e total devotamento.

A etimologia tradicional faz derivar a palavra religião do latim: religio, religare [religar, ligar bem], o que nos permite afirmar que a religião é, assim, uma ligação entre os homens.

A religião pode, portanto, definir-se como um sistema de crenças [dogmas] e de práticas [ritos] relativos ao sentimento da divindade [ou realidade sagrada] e que une na mesma comunidade moral [Igreja] todos aqueles que a ela aderem. (DEFINIÇÃO..., s.d)

Contudo, ao observarmos as estruturas de entendimento do pensamento oriental quanto aos termos religião e igreja é possível observar, ainda que não na sua totalidade, que o entendimento do ser oriental difere radicalmente do entendimento do ser ocidental. Tais conceitos são vistos pelo oriental como algo notadamente fluido e possível de ser vivido de forma comum e descompromissada em sua vida prática e cotidiana, não havendo necessariamente, por parte daquele que participa de uma religião ou frequenta uma igreja, uma devoção a uma única divindade ou manifestação religiosa, sendo ainda valido um trânsito constante entre crenças, sem que com isso incorra-se a erro ou venha-se a infringir alguma lei moral, social, divina ou qualquer forma de controle.

Isso ocorre porque, culturalmente, o povo japonês não tem por pratica a adesão partidária a uma crença religiosa; esta adesão se dá muito mais naturalmente em movimentos de caráter popular e social (ligados e voltados à vida da coletividade), ainda que religiosos participem do mesmo. Isso ocorre porque, ao longo do processo de construção de sua cultura e tradição, ideias como comunidade, antepassados, família e imperador tomam local de destaque no imaginário popular, estando muito acima da ideia de religião do ocidente, para eles a religião é algo que existe num ponto de subserviência a todos os conceitos já citados.

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