PAJELANÇA E CURA: UMA ANÁLISE PANORÂMICA NO CONTEXTO INDÍGENA BRASILEIRO
Por: derpb • 30/4/2017 • Projeto de pesquisa • 6.659 Palavras (27 Páginas) • 637 Visualizações
Universidade Federal da Paraíba
Centro de Educação
Departamento de Ciências das Religiões
Gilmar José de Araújo
PAJELANÇA E CURA: UMA ANÁLISE HISTÓRICA E CULTURAL NO CONTEXTO INDÍGENA BRASILEIRO
João Pessoa/PB
2016
Universidade Federal da Paraíba
Centro de Educação
Departamento de Ciências das Religiões
Gilmar José de Araújo
PAJELANÇA E CURA: UMA ANÁLISE HISTÓRICA E CULTURAL NO CONTEXTO INDÍGENA BRASILEIRO
Monografia apresentada como requisito para conclusão do Curso de Bacharelado em Ciências das Religiões.
Orientador: Prof. Dr. Matheus da Cruz e Zica.
João Pessoa/PB
2016
PAJELANÇA E CURA: UMA ANÁLISE HISTÓRICA E CULTURAL NO CONTEXTO INDÍGENA BRASILEIRO
Monografia apresentada à Universidade Federal da Paraíba – UFPB, em cumprimento às exigências para conclusão do curso de Bacharelado em Ciências das Religiões.
Banca Examinadora
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Profª. Dra. Maria Lúcia Abaurre Gnerre – Examinadora
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Prof.ª. Dra. Fernanda Lemos – Examinadora.
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Prof. Dr. Matheus da Cruz e Zica – Orientador.
Aprovado em: ________/ ________________/ ____________.
SUMÁRIO
Resumo 5
Abstract 5
INTRODUÇÃO 5
1.1 Justificativa 7
1.2 Objetivos 8
2. METODOLOGIA DA PESQUISA 8
3. O CASO AUGUSTO RUSCHI: PAJELANÇA INDÍGENA E CURA 10
4. REFERENCIAL TEÓRICO 13
4.1 Diversidade cultural brasileira, os povos indígenas e as religiões 13
4.2 Pajelança no Brasil: estudos regionais 14
4.3 Xamanismo e Pajelança 16
4.4 Os pajés e a religiosidade indígena 18
4.5 Pajelança e cura 18
5. DISCUSSÕES E RESULTADOS DA PESQUISA 19
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 19
REFERÊNCIAS 19
Resumo
Abstract
INTRODUÇÃO
As discussões sobre a pajelança, no meio acadêmico, são o foco de análise de muitas pesquisas, em especial quando se toma como base o processo cultural de iniciação e cura (CAVALCANTE, 2008), as nuances históricas e culturais enraizadas em determinadas regiões (ARENZ, 2003; TRINDADE, 2007; FERRETTI, 2008; CRISTINA; BORGES, 2007) e, em alguns trabalhos, a questão do sincretismo religioso e sua contextualização (MAUÉS, 2002; MAUÉS, 2007). Há de se destacar, inclusive, que existe um grande número de estudos que sinalizam uma forte relação histórica entre a pajelança e a América do Sul, em especial no que diz respeito às culturas indígenas ou outras culturas locais que assimilaram elementos socioculturais indígenas.
Nesse contexto de diversidade, delineado por aspectos culturais, religiosos, sociais e, inclusive, geográficos, pode-se situar a pajelança enquanto objeto de análise importante para o entendimento da dinâmica social brasileira, em especial em regiões em que tais práticas (relacionadas, principalmente, ao xamanismo) acabaram se inserindo em aspectos culturais de tal forma que, a exemplo de cidades no norte e nordeste, ocorreu sincretismo entre religiões europeias, africanas e a base indígena do xamanismo.
De acordo com Albuquerque e Faro (2012), a cultura brasileira reúne, em sua estrutura, uma diversidade de culturas e povos, o que por sua vez, desde o início do processo de colonização tem levado a relações étnicas que proporcionaram a formação de um corpo cultural intensamente diversificado. Essa intensa diversificação, da mesma forma, resultou em múltiplas facetas da interação entre os aspectos religiosos indígenas, africanos e europeus.
Ainda de acordo com as autoras, a pajelança tem como característica básica um conjunto de práticas e crenças de base xamanística que tem suas expressões culturais a partir da mesclagem de elementos da religiosidade indígena, africana e católica, com graus variados de interação e expressão. O xamanismo, por sua vez, de acordo com Montal (1986), é delineado a partir da sua própria origem etimológica – xamã, de saman que tem seu significado relacionado à ideia de inspiração (ao homem) por espíritos. Ainda o autor explica que o fenômeno do xamanismo é encontrado entre esquimós, índios da América do Norte, tribos da Oceania e sudeste asiático, bem como na Índia e na China. Esse aspecto da crença, por sua vez, é carrega de simbolismos e, principalmente, de mesclagem de aspectos religiosos de outras culturas, que se incorporam ao tronco religioso local.
Cabe destacar que, conforme Tedlock (2008), o xamanismo é uma prática que raramente se constitui em uma instituição social formal. O que se observa, quase que na totalidade dos estudos, é que o xamanismo representa mais um conjunto de atividades locais do que uma instituição étnica definida. Cabe salientar, ainda sobre o tema, que de acordo com Maués (2012), no Brasil, pode-se fazer uma diferenciação entre tipos de pajelança com base na natureza xamânica das práticas religiosas dos grupos. O autor descreve, por exemplo, que a prática de grupos tribais amazônicos não se confundem com a pajelança em grupos caboclos de outras regiões do país. Enquanto a primeira é prática de grupos de origem indígena, que preservam fortes raízes de suas religiões, o segundo é uma prática que se disseminou principalmente em regiões interioranas e áreas rurais, não se percebendo como religião.
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