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RELIGIAO NO BRASIL HOJE

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Por:   •  2/4/2014  •  532 Palavras (3 Páginas)  •  381 Visualizações

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Texto de Nelson Nunes • 05/08/2013 - 17:30

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Agrada-me o novo Papa. Quis esperar algum tempo até dizer isto, para que não caísse em opiniões precipitadas. Mas a verdade é que este Francisco agrada mais que o anterior Bento ou muitos outros antecessores. Embora tenha sido educado num ambiente com orientações cristãs, convém dizer que não sou católico, por não achar que faça sentido a distinção entre praticantes e não praticantes (o que raio será, por exemplo, um ciclista não pedalante?). Se não comungo da fé e/ou dos hábitos, não faço parte do mesmo grupo. Ainda assim, sou pela liberdade absoluta de escolha – religiosa e não só. Mas também defendo o respeito e a tolerância entre crentes e não crentes.

De qualquer das formas, julgo que não me cai na lama a admiração que tenho por este novo Papa. Não o considero um representante de Deus (como diz o John Niven, Deus está-se marimbando se os homens acreditam nele ou não), mas sim um chefe de Estado com influência gigantesca em milhões de pessoas. Como tal, guardo-lhe alguma reverência, como, aliás, a qualquer outro chefe de Estado. Este é especial porque desperta paixões, ao passo que os outros presidentes são mais afamados pelos ódios que lhes são dirigidos – sem contar, claro, com um ou outro "case study" (sim, Kim Jong-un, estou a falar de ti).

Gosto da postura deste sujeito. Um tipo ponderado, que é pela liberdade religiosa sem deixar que o estandarte perca elevação. Arisco nos temas sensíveis e com uma humildade que, diz quem o conhece desde há décadas, lhe é muito própria. Jô Soares, há dias, partilhava no Facebook esta admiração pela pouca opulência demonstrada por Francisco na visita ao Brasil, infelizmente nada habitual na Cúria. Foi ele, aliás, o responsável por uma investigação interna aos negócios do desde sempre obscuro Banco do Vaticano, com efeitos práticos e imediatos.

A conversa de Francisco sobre os gays, pode ser reveladora de uma nova dinâmica dentro da maior (em tamanho e durabilidade, não em credibilidade ou valor simbólico) instituição que a Humanidade já criou. O facto de o Papa dizer que não julga homossexuais é uma ruptura monumental na lógica de comunicação interna e externa que a Igreja tem vindo a promover. Está, assim, aberto o precedente: caso se mantenha vivo e de boa saúde no cargo, está-lhe sobre os ombros a expectativa de abrir mentalidades a propósito da utilização do preservativo e do papel das mulheres no seio da Igreja, entre outras.

Não sei se a imagem do argentino Jorge Mario Bergoglio (já se tinham esquecido do nome dele?) é produto de uma estratégia de comunicação que vise reabilitar o estatuto da própria Igreja, mas a verdade é que funciona. Muitos se espantaram com o transportar da sua própria mala ao entrar num avião ou com a perene mensagem (verbal mas não só) de preocupação com os pobres. Dependendo do tempo em que se manterá no cargo, o Papa Francisco poderá destronar Paulo VI ou mesmo João Paulo II no "ranking" dos mais carismáticos. Só se espera que não haja uma repetição do sucedido com João

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