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Refutando A Dormencia Da Alma

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Por:   •  18/2/2014  •  3.002 Palavras (13 Páginas)  •  501 Visualizações

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Dormência da Alma (Psicopaniquia)

O adventismo afirma, pela “profetisa” Ellen e por Spicer, respectivamente, que: “Os que descem à sepultura estão em silêncio. Não mais sabem de coisa alguma que se faz debaixo do sol (Jó 14.21). Bendito descanso para o justo cansado! Seja longo ou breve o tempo, não é para eles senão um momento. Dormem, e são despertados pela trombeta de Deus para uma imortalidade gloriosa”(1). “O Estado a que somos reduzidos pela morte é de silêncio, de inatividade e de inteira inconsciência”(2).

Pressupostos biopsíquicos

A doutrina do “Sono da Alma”, dormente no corpo decomposto, física e quimicamente dissolvido e reintegrado aos elementos originais (pó da terra), é uma heresia antiga. Na Idade Média defendiam-na os psicopaniquianos. Pregavam-na alguns grupos anabatistas no tempo da Reforma. O irvingitas ingleses ensinavam-na (3). Alguns teólogos liberais defendem-na. Os adventistas tomaram-na, converteram-na em dogma e a popularizaram.

Filosoficamente, fundamenta-se tal conceito em dois princípios antropofísicos: Primeiro: a alma é simples respiração vital do corpo, não podendo ter existência e expressão independentemente dele. Segundo: A consciência, o raciocínio e a compreensão são funções cerebrais. Morto o cérebro, ficam liquidadas a cognição e a volição, e a alma, na concepção adventista, entra em estado de inatividade completa.

Em oposição ao argumento materialista de que o espírito não se expressa sem cérebro, a revelação nos ensina: Deus é Espírito incorpóreo dotado de inteligência e vontade. Os anjos são igualmente incorpóreos, porém, inteligentes, ativos e perceptivos. Também as almas ou espíritos humanos desencarnados levam para a existência, no estado intermediário entre a morte a ressurreição, a vitalidade consciente e a expressividade volitiva, isto é, conservam todos os elementos racionais de um ser inteligente e espiritualmente dinâmico. Sobre esta questão, falaremos depois.

Pressupostos bíblicos

Ao adventistas citam muitos textos bíblicos, especialmente do Velho Testamento, para “provarem” a psicopaniquia. Os textos avocados, porém, não falam de “sono da alma”; descrevem, ou a inatividade do morto ou, analogicamente, comparam a morte ao sono do homem, ser uno e integral no conceito vetotestamentário, não separadamente de sua alma. Cristo, por exemplo, disse que seu amigo Lázaro havia “adormecido”. Ele não afirmou, como induzem os adventistas, que “a alma de Lázaro” dormia. Incompreendida, por seus discípulos, sua linguagem figurada (Jo 11.12-13), o Mestre falou claramente: “Lázaro morreu”(Jo 11.14). Aqui, incontestavelmente, é sinônimo de morte. E se “sono” é igual a “morte” neste caso, deduz-se que deve ser em todos os outros em que a palavra “sono” seja usada para significar “morte”. Lembremos que a morte de Lázaro aconteceu, segundo os planos divinos, para que o Filho de Deus revelasse seu poder sobre a morte e fosse glorificado (Jo 11.4), não sobre um suposto sono. Um caso semelhante de morte de quem se destina à ressurreição preordenada por Cristo é a da filha de Jairo. Sobre ela também Jesus afirma: Ela não está morta, mas dorme (Lc 8.52; leia: 8.49-56). Mais uma vez, repetimos, o Salvador não disse: a alma da menina dorme, mas: “ela não está morta, mas dorme”. A tese de que “a morte dos que se destinam à ressurreição” pode ser comparada a um sono, pois seus corpos não permanecerão indefinidamente sob o seu poder, vale para entendermos Paulo, quando se refere à ressurreição dos justos: Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que domem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem”(I Ts 4.13-15). A morte dos justos, cujos corpos aguardam a ressurreição prometida e garantida por Cristo para a vida eterna glorificada, é comparada a um sono. Foi nessa convicção que Estevão “adormeceu”(At 7.60). A analogia com a morte e a ressurreição temporária de Lázaro e da Filha de Jairo é pertinente. Não se diz, no Novo Testamento, do ímpio morto que ele “dorme”. No VT, em que a doutrina da ressurreição não estava bem desenvolvida e, portanto, não fazia parte da confissão de fé de Israel, o verbo dormir usou-se para significar a morte de justos e injustos (Dn 12.12). Há, porém, um problema exegético, que nos impede de firmar doutrina sobre este texto: Daniel fala da ressurreição de “muitos”, não de “todos” os mortos. Daniel não fala de “dormência da alma”, mas de “dormência do homem”. A esperança da ressurreição leva-nos a considerar a morte um estágio temporário de separação corpo-alma, um “sono” analógico. O mesmo não acontece com os réprobos, cujas almas aguardam a ressurreição para juízo final; e, portanto, não a desejam, não depositam nela qualquer esperança.

Os textos do Saltério servem mais aos Testemunhas de Jeová, para os quais a alma não passa de “respiração” de homens e de animais, que para os adventistas, que defendem sua existência e permanência, mesmo em condição de sonolência durante o período intermediário, pois falam do morto como inexistente. Ei-los: Sl 6.5; Sl 39.13; Sl 88.3-13; Sl 94.17; Sl 115.17; Sl 146.4. Há adventistas que sustentam a mesma doutrina russelita: a

alma é um “fôlego de vida”, extinguindo-se, portanto, com a morte. Neste caso, não podem falar de ressurreição, mas recriação. Os salmos 94.17 e 115.17, chamam o sepulcro ou sheol de “região do silêncio”: silêncio do “morto” não de sua “alma” separadamente. Veremos, a seguir, a “Consciência da Alma” depois da morte.

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(1)- White, Ellen, “O Conflito dos Séculos” 11ª Ed., C. P. Brasileira, SP, 1972, pág. 549).

(2)- Spicer, citado por J. K. Van Baalen em “O Caos das Seitas”, Imprensa Batista Regular, 2ª Ed, 1974, S.P., pág. 151.

(3)- Berkhof, Louis, Teologia Sistemática, Luz Para o Caminho, 4ª Ed., 1996, S.P, pág. 695.

A Alma no estado intermediário

1. Estado de Consciência.

A morte,

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