Religião O Dossel Sagrado
Por: David de Almeida Silva • 30/8/2022 • Resenha • 962 Palavras (4 Páginas) • 99 Visualizações
Introdução
Três obras serão abordadas nesse relatório. BERGER, Peter L., O Dossel Sagrado, FREUD, S., O Futuro de uma ilusão (pag. 13-73) e ALVES, R., O que é Religião.
De Forma geral, esses três autores, nas obras citadas, tratam a respeito da religião e a construção do mundo. Não são apenas uma crítica contra o sistema religioso. Muito mais do que isso, tentam mostrar o impacto que a religião causa na cultura e o que seria desta sem essa influência. Qual o papel da religião na história da humanidade? Ela é boa ou má? Se for má, extirpá-la da sociedade seria a solução? São sobre essas questões que os três autores nos convidam a pensar e dialogar.
BERGUER nos diz que a sociedade é um produto humano que retroage continuamente sobre o seu produtor. Para ele o processo dialético fundamental da sociedade tem três passos. São eles: a Exteriorização, que é uma continua exteriorização do ser humano sobre o mundo. A Objetivação, que é a transformação desses produtos humanos em um mundo derivado do homem e que também o confronta e finalmente a Interiorização, que é a reabsorção na consciência do mundo objetivado de tal maneira que as estruturas desse mundo vem a determinar as estruturas subjetivas da própria consciência. Ele ainda vai dizer que a Religião é um empreendimento humano pela qual se estabelece um cosmo sagrado ou a cosmificação feita de maneira sagrada. Como sagrado ele define o poder misterioso e temeroso, distinto do homem e, todavia, relacionado com ele que se acredita residir em certos objetos da experiência. Essa qualidade de sagrado pode ser atribuída a qualquer coisa.
O que é de mais chamativo em BERGUER, é sua ideia de que a religião desempenhou uma parte estratégica no empreendimento humano da construção do mundo. Ela representa o ponto máximo da exteriorização do homem pela infusão de seus sentidos sobre a realidade. Nesse ponto parece haver uma concordância com FREUD que diz que mesmo sabendo-se que a religião é um produto humano, a cultura foi criada tendo como verdades suas afirmações ou, como diz ele, doutrinas religiosas. Retirar essas doutrinas sem dar nada em troca levaria a sociedade ao caos. Apesar disso, FREUD ainda diz defender a tese de que conservar a atual relação com a religião significa um perigo maior para a cultura que tentar dar-lhe um fim. Em síntese, FREUD diz que Deus é a projeção da humanidade de um pai primitivo que foi exemplo para gerações posteriores. Em outro momento defende que o ser humano associa Deus a essa figura paterna que ao mesmo tempo que é temida, também lhe traz proteção.
“O futuro de uma ilusão” dá a entender que havia uma certa convicção em FREUD de que a Religiosidade diminuiria com os avanços científicos. E quem sabe um dia, a humanidade conseguiria viver somente a luza da razão, deixando de lado ilusões que por muito vem sendo carregadas, independentemente, se em algum momento elas trouxeram algum benefício ou não. Ele dá a entender que tanto a cultura, como as doutrinas religiosas, teve sua origem no desejo humano.
ALVES, R. anos depois fala de algo que antes havia dito, porém agora ele trabalha de forma mais intensa. O símbolo. FREUD fala brevemente sobre o símbolo, mas Alves é quem detalha. Quando o ser humano sente falta de algo, ele passa a desejar. Com isso ele cria um símbolo. Uma metade que está faltando, que se perdeu. Assim, quando não encontra respostas, diante de uma série de coisas que estão além de seu entendimento, o homem cria os símbolos para obter uma explicação do que lhe é incompreensível.
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