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Um Pastor Segundo o Coração de Deus

Por:   •  4/11/2022  •  Resenha  •  1.698 Palavras (7 Páginas)  •  399 Visualizações

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A princípio Eugene Peterson defende um entendimento sadio de ministério, mostrando que este não funciona de maneira comercial. Os pastores não devem agir como gerentes. Estes também não devem negligenciar tarefas simples, por estas não renderem uma promoção publica de ministério. Ele faz um alerta para com a tentação e a tendência de simularmos nosso serviço, exercendo um ministério teatral. A repetição de atividades no ministério não é vã, é importante nutrir-se um amor e cuidado verdadeiro nesta obra. Esse amor, no entanto, jamais deve camuflar problemas e dificuldades reais. Peterson destaca que não devemos cair na tendência da maioria. Tornando-se um ajudador humano, não levando em conta, assim, as Boas novas como se devem.

O Autor ressalta alguns cuidados a serem tomados pelos pastores. Como, por exemplo, o cumprimento dos votos componentes de sua ordenação, independente das mudanças e demandas circunstâncias. Atender as necessidades das pessoas é importante, mas, ao mesmo tempo, pode se tornar uma dificuldade. Devemos, no fim de tudo, cumprir com a vontade de Deus, não dos homens. Um dos caminhos é o comprimento por meio de devoção consistente. Voltar-se para a “trigonometria Ministerial”, o ato de orar, a leitura da Bíblia e prática da orientação espiritual, é a metodologia necessária para a restauração do verdadeiro ministério. Estes três aspectos serão expandidos no livro.

Dentro disso, o escrito destaca a oração como um ato central e fundamental, que acaba não sendo encarado desta forma em alguns ministérios. Devemos quebrar a discrepância existente entre os ministérios pastorais passados e presentes em elementos essenciais. O homem peca na falta de conhecimento e senso adequado sobre sua existência. Temos a tecnologia dos deuses, mas não a sabedoria e presciência deles. O mito de prometeu assim ilustra. A oração é algo sério, tanto que devemos ter cautela no uso dessa ferramenta espiritual. Não devemos entrar em oração de qualquer maneira, e precisamos entender que a oração pode trazer resultados inesperados, ao tratar-se da vontade de Deus. Esquecer de detalhes como este, segundo o autor, levam a orações superficiais. As orações cotidianas, especialmente as solicitadas por todos com relação ao pastor, devem ser encaradas com seriedade, debaixo da vontade de Deus.  Não existe “oraçõezinhas”. O autor destaca que a oração não é a primeira palavra, o antecedente da oração é a fundamental palavra de Deus.

Peterson destaca que uma chave para encontrarmos a linguagem apropriada na oração, se encontra nos salmos. O livro da oração de Israel, de Jesus e da igreja. De acordo com os autores dos salmos e a organizada compilação do livro, fica-nos claro qual deve ser a atitude do homem como resposta à palavra de Deus. Ele destaca até um contraste traçado entre os 5 livros nos salmos e a Tora.

O autor mostra que não é bom que tenhamos uma resposta especificamente “pronta” para tudo, mas, no relacionamento com Deus, deve-se conceder espaço para a criatividade em eventos inesperados. Os salmos, nos ajudam a termos essa flexibilidade no relacionamento, dentro de sua compilação abrangente. Nossas orações possuem um fundamento. Elas devem ser segundo a Palavra de Deus, possuindo elementos como os visto nos salmos. Todavia, não podemos tornar estas orações superficiais, ou   arrogantes. O ministério é visto por muitos como uma vida fácil, ou sem esforço verdadeiro. Mas, trata-se do oposto. Mesmo diante das diversas ocupações que possa compor sua semana, o pastor deve lembrar da oração como um fundamento do seu trabalho. Dentro das diversas demandas, devemos atender com compaixão às solicitações, e ouvir atentamente as orientações divinas, ao adentrarmos em uma conexão espiritual todos os dias.

Peterson defende que seguir o sabá ajuda no comprimento dessa segunda demanda. Ele ressalta a eficácia de um dia de folga no bom andamento da semana do pastor, diz ainda que o sabá bíblico é mais do que apenas isso. Voltar-se pra Gênesis, especialmente a ação criativa de Deus e o seu descanso, constituem uma base para a relação físico-espiritual do ministério. O autor chega a chamar de desrespeito, a forma como tratam o quarto mandamento. Ele alega que o significado e a guarda do sabá coopera na adequação do ritmo e do tempo do ministério. Ele apresenta a oração e a diversão como as duas razões para a observância do Sabá, os quais, segundo ele, eram seguidas até por Calvino. O autor coloca este “sabá” como uma prática essencial, porém, destaca que sua prática não necessariamente precisa ser atendida no sábado. Ele, particularmente reserva a segunda-feira com este propósito Peterson ressalta que este dia é para poucas atividades, e maior reflexão nos feitos de Deus. Ele mostra que a igreja tem papel importante, contribuindo para que o pastor e sua família possam desfrutar desde dia de maneira apropriada. Por último, ele destaca que, involuntariamente, ao fazer uso do sabá, nosso hábito de oração melhorará.

Dentro do livro, o autor destaca ainda o cuidado que devemos ter para que não misturemos o nosso trabalho com a nossa devoção. Devemos ler a Bíblia e orar, tanto porque ensinamos, como também porque necessitamos destes elementos.

O pastor deve não somente ler, mas ouvir a Deus, ele distingue as duas coisas. Peterson apresenta três condições que levam ao afastamento da palavra: uma invenção notável, um ensino infeliz e uma descrição de trabalho imperfeita. O ambiente em que crescemos academicamente nos torna leitores infelizes. Os parâmetros comerciais da sociedade podem ser refletidos em nosso ministério, tanto das ovelhas com relação ao pastor como também o contrário. O pastor deve vitalizar a sua leitura, de modo que os seus olhos se tornem ouvidos, e o seu espírito faça parte ativa de cada leitura. Adentrando na história e ouvindo a Cristo como se estivesse em sua frente.  

Referente a exegese contemplativa, Peterson destaca que somos progressivamente bem servidos. Os pastores que viveram antes de nós, mas do que qualquer outro ramo, nos fizeram progredir muito mais. Apesar disso, a exegese acurada e empolgante ao pastor, muitas vezes limita-se a ele, não despertando a mente do ouvinte. As palavras escritas um dia foram ditas e ouvidas, e esse entendimento deve estar presente na mente daqueles que as leem e as pronunciam novamente. Uma voz, ao falar, tem, origem no interior de alguém e é dirigida ao interior de outra pessoa. A Bíblia é mais do que um livro didático, ela é viva e poderosa para nossa relação espiritual com Deus. Dentro disso, Peterson menciona a diferença radical e revolucionadora existente entre a cultura hebraico cristã do “ouvir” e “crê”, para a cultura grege do “vê” e “discorrer sobre”. Os escritores do NT deram ênfase na vida cristã e seus componentes primordiais, deixando de lado as coisas que mais agradavam a sociedade do seu tempo. A Bíblia é uma grande história desenvolvida e escrita para ser compreendida, devemos analisar cautelosamente e ao mesmo tempo, sermos tocados profundamente por ela. Sem deixarmos com que a falta dos elementos originais não carregados pela escrita, nos leve a uma interpretação inadequada da narrativa bíblica, ou ao isolamento indevido de porções da Bíblia fora do seu contexto.  A exegese contemplativa envolve uma abertura às palavras que revelam e uma submissão às que transformam.

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