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A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E GESTÕES HOTELEIRAS CONTEMPORÂNEAS. UM DEBATE SOBRE A CONSTRUÇÃO DE VANTAGENS COMPETITIVAS.

Por:   •  31/10/2017  •  Artigo  •  2.127 Palavras (9 Páginas)  •  461 Visualizações

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SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E GESTÕES HOTELEIRAS CONTEMPORÂNEAS. UM DEBATE SOBRE A CONSTRUÇÃO DE VANTAGENS COMPETITIVAS.

MACHADO, Jorge Luiz.

OLIVEIRA JÚNIOR, Gerivaldo Santos de.

CRUZ, Bruno da Silva.

Orientador: Prof. Msc. Rodrigo Amado dos Santos.

        A sustentabilidade ao longo das últimas décadas está se tornando uma estratégia imperativa para que as organizações hoteleiras alcancem suas metas e objetivos econômicos (GALPIN, 2015). Para Molina-Azorín (2015), a influência das gestões ambientais sustentáveis sobre as vantagens competitivas é analisada sobre seu impacto no custo e na diferenciação dos produtos e serviços[1]. Desse modo, nota-se que termos como “responsabilidade social corporativa”, “esverdeamento” e “Triple-Botton-Line”estão ligados aos esforços desses empreendimentos acerca da melhoria de suas performances econômicas, sociais e ambientais (GALPIN, 2015). Para que possam ser concretizados, Galpin (2015) menciona a necessidade de se adotar uma abordagem sistêmica, buscando encontrar soluções inovadoras que acarretem resultados organizacionais positivos perante a relação meio ambiente, sociedade e empresas.

        Entre outros documentos e conferências que alertam sobre a problemática ambiental tem-se: a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (1972), o Relatório de Brundtland[2] (1987) a ECO 92 (1992) (CORRÊA, 2009). Em específico ao Relatório de Brundtland, observa-se que seus idealizadores apresentaram um olhar crítico sobre o modelo de desenvolvimento dos países industrializados e reproduzidos pelos países em desenvolvimento como o Brasil, ressaltando que o intensivo uso dos recursos naturais, sem levar em consideração a capacidade de carga desses ecossistemas, representa uma incongruência entre o desenvolvimento sustentável e os padrões de consumo adotados (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991) (PERCEBA QUE FIZ ALTERAÇÕES EM SUA FONTE!.

Nesse sentido, as indústrias, especificamente turístico-hoteleiras, têm procurado adotar medidas para minimizar seus impactos negativos perante o meio-ambiente. Chou (2014) pontua que em razão da deterioração ambiental e do avanço do aquecimento global, a indústria hoteleira gradativamente tem adotado atitudes mais “verdes”. Esse autor ressalta que adotar práticas verdes, beneficia economicamente essa indústria turístico-hoteleira, gerando vantagens competitivas, inovação, satisfação e a fidelização de seus clientes. Por isso, verifica-se atualmente a importância de se refletir e buscar soluções pautadas em princípios organizacionais ambientalmente responsáveis.

Para a Organização Mundial do Turismo (OMT, 2004[a]), o desenvolvimento sustentável do turismo é um processo contínuo que requer monitoramento constante dos impactos que a atividade pode causar, de modo que, com adequadas ações de manejo seja possível minimizar suas inferências negativas e maximizar seus aspectos positivos. Para tanto, o desafio aqui é fazer com que os empresários de vários setoresprodutivos desenvolvam uma gestão administrativa competitiva, objetivando usufruir os recursos naturais e culturais disponíveis no planeta de maneira sustentável, relacionando suas planificações e operacionalizações às questões econômicas, sociais ou (socioculturais) e ambientais (GEERTS, 2014).

E, dentro desse contexto, pelo fato do setor hoteleiro contemporâneo serum dos segmentos empresariais que estão em expansão[3], e que possui grande visibilidade pelo fato de ser uma indústria relativamente nova, este setor está implantando gradativamente políticas e práticas ambientais visando obter certificações oficias para essas iniciativas, (GEERTS, 2014). As organizações que se preocupam em adotar práticas pautadas em princípios socioambientais sustentáveis fazem isso por vários motivos, entre eles estão: melhorar a avaliação pública de seu estabelecimento, aumentar a satisfação de seus clientes internos e externos, melhorar o comprometimento dos colaboradores, estreitar relações com os investidores e até mesmo por questões éticas-morais, (GEERTS, 2014).

O que se percebe é que as gestões sustentáveis devem buscar minimizar os impactos negativos e maximizar os impactos positivos provenientes das operações hoteleiras, no intuito de se gerar vantagens competitivas aos meios de hospedagem. Para que isso efetivamente ocorra, o desenvolvimento eco sustentável hoteleiro deve estarincondicionalmente atrelado a todos os membros dessa organização, envolvendo todos os seus "stakeholders" (SANTOS e MATSCHUCK, 2015).

Além dessas premissas, destaca-se aqui o fato da sustentabilidade ambiental ser gerenciada por meio da padronização e das diretrizes propostas pela ISO[4] 14001 – Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) (CAJAZEIRAS, 1997). Essa ISO específica os requisitos para a implantação, manutenção, auditoria e melhoramento continuo do SGA[5], através de normas que objetivam planejar, organizar, responsabilizar e prever os usos dos recursos matérias e humanos e seus impactos perante seu ecossistema (CAJAZEIRAS, 1997).

Como afirma a Tour Operators’ Initiative for Sustainable Tourism Development (2003), a chave para um SGA bem-sucedido e eficiente é assegurar o pleno apoio, a contribuição e a participação de todas as pessoas envolvidas, inclusive funcionários, hóspedes, parceiros comerciais e comunidades locais. O compromisso dos funcionários e a participação devem vir de todas as partes da organização, não só da alta gerência. A educação dos hóspedes também é parte importante de um SGA eficiente, visto que muitas de suas medidas – tais como os atos de apagar as luzes e desligar aparelhos elétricos, utilizar menos água ou evitar produtos locais insustentáveis – exigirão apoio ativo dos hóspedes como afirma a Tour Operators’ Initiative for Sustainable Tourism Development (TOI, 2003)

Por tudo isso, acredita-se que as gestões hoteleiras contemporâneas podem obter vantagens competitivas se buscarem implementar eficientemente as normas e princípios contidos na ISO 14001. Molina-Azorín (2015) salienta que esse tipo de gestão permite aos meios de hospedagem obter vantagens competitivas no que concerne ao custo e a diferenciação. O referido autor ainda menciona que os hotéis que implementarem tais práticas encontrarão menos resistência na implementação de programas ambientais, além de permitir o aumento de sua produtividade, levando a empresa a ganhar espaço no mercado e melhorar sua competitividade.

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