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O Legado Turístico da Cafeicultura Fluminense

Por:   •  21/2/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.103 Palavras (5 Páginas)  •  305 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

MARCIUS AURÉLIO MARTINS FEIJÓ

PROFESSOR: WANGLES DA SILVA

O Legado Turístico da Cafeicultura Fluminense  

RIO DE JANEIRO

2015

O século XIX foi de grandes mudanças na História do Brasil. O país sairá de sua condição de colônia e conseguirá a independência. No apagar das luzes, no fin de siècle, muda o regime político de monarquia para república, além de livrar a nação da chaga, o cancro da escravidão. Nesse século, durante o Império, uma transformação econômica trará novos rumos ao Brasil. O eixo político e econômico desvia-se do nordeste e concentra-se no sudeste. A cana-de-açúcar dos senhores de engenho perde predominância na pauta de exportação para o café, o ouro verde. Espocam pelo país revoltas e muito sagazmente a distribuição de comendas e títulos nobiliárquicos pelo Imperador D. Pedro II cria a nobreza da terra para manter a unidade nacional. Sem essa estratégia, o Brasil não teria a extensão territorial atual e seria uma colcha de retalhos de republiquetas.

A nobilitação dos proprietários rurais, plantadores de café, criou uma coesão em torno da Coroa mantendo o Brasil unido. E assim a civilização do café origina uma sucessão de barões, viscondes, condes, dando ao país uma nobreza morena e tupiniquim nos moldes no Antigo Regime da França. Casas solarengas e quintas de portões brasonados substituem a vida espartana dos antigos fazendeiros. Justas, torneios, cavalhadas à moda medieval, alfaias, brocados, damascos, sedas, louças de prata e porcelana transformam o cotidiano dessa nobreza da terra.

É importante salientar que o cuidado, no âmbito da palavra, com o patrimônio e a relação deste com o turismo, é alvo de preocupação. São necessários estudos e planejamento para que se possa desenvolver um turismo cuidadoso, ou seja, um turismo que permita a preservação dos atrativos vivos, a memória cultural e o crescimento ordenado do turismo, gerando benefícios às comunidades urbanas e rurais e a satisfação do visitante. Estes aspectos também merecem reflexões.

O estudo permite afirmar que o potencial histórico e cultural da região do Vale do Café é muito rico. Composto por fazendas históricas, igrejas nos interiores das fazendas, capelas rurais, estações ferroviárias e maquinários de beneficiamento do café, além dos atrativos naturais, a região Fluminense permite vislumbrar planejamento para implementação efetiva do turismo.

Outro fato que pode ser facilmente percebido, é que há um envolvimento sério das instituições públicas governamentais e não governamentais, acrescentando ainda, que há um engajamento entre elas e as iniciativas dos proprietários das fazendas históricas. Isto pode ser considerado de extrema importância no sucesso da atividade turística na região, em especial, para que o turismo venha ser caracterizado como transformador e propulsor do desenvolvimento.

Outro fator importante a ser observado advindo do turismo é a preservação do patrimônio histórico. Com as iniciativas governamentais em âmbito federal, estadual e regional, somando as iniciativas locais da Prefeitura, da ARTUR e dos proprietários dos atrativos históricos, parece que se criou um maior cuidado (por parte de todos os envolvidos) com o patrimônio histórico utilizado para o turismo e o patrimônio potencial para futuros investimentos turísticos.

O café é responsável pela construção das fazendas históricas dos Barões. Alguns autores que relatam a história do café afirmam que o café brasileiro construiu o Brasil. O café pode ser considerado o ouro negro que permitiu muitos acontecimentos de importância, tanto para o país, quanto para o mundo.

As iniciativas turísticas trazem um pouco de alento (em relação à renda alternativa gerada) e de esperança para os proprietários que acreditam que dias melhores virão para os negócios do espaço rural. Talvez seja por isso que as iniciativas turísticas vêm sendo aceitas e aplaudidas pelos empreendedores rurais.

O uso do patrimônio pelo turismo pode trazer a oportunidade de preservação das fazendas históricas e de toda a riqueza histórica do café no Brasil, para que esta e as futuras gerações percebam a importância do patrimônio e da memória do país.

O turismo e o patrimônio do espaço rural podem ser, juntos, geradores de readaptações de espaços rurais antes não utilizados. Ressalta-se que é primordial o planejamento para o desenvolvimento salutar do turismo. Destarte, urge, fazer estudos mais profundos da atividade turística como um todo e, em especial, nos municípios Fluminense, que detém grande potencial de patrimônio histórico do café. O turismo tem que ser integrado e participativo na localidade em que acontece e todo o processo envolvido deve considerar, antes de qualquer coisa, que o turismo envolve pessoas a todo o tempo.

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