SEXUALIDADE: UMA AÇÃO PEDAGOGICA NA ESCOLA
Por: AFLODS Floriano • 26/3/2016 • Resenha • 3.384 Palavras (14 Páginas) • 1.171 Visualizações
SEXUALIDADE: UMA AÇÃO PEDAGOGICA NA ESCOLA
SILVA, Adriano Pereira da
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo propor uma analise das diferentes formas de se debater sexualidade no contexto brasileiro e por conseqüência as disparidades oriundas desse tema na escola. No momento, as instituições apresentam dificuldades em abordar algumas das questões que surgem junto com o desenvolvimento das crianças e jovens. Mas, o ambiente escolar é composto por diversidade, o que leva à algumas singularidades, como a ocorrência de conflitos, casos de preconceito e violência. Os estudos abordam a complexidade da temática, alegando a necessidade dos educandos de adquirirem conhecimentos sobre este assunto, assim, correndo menos riscos aos fatores de vulnerabilidade à que estão expostos. Contudo, do ponto de vista pedagógico, precisamos discutir a relação desse educador frente ao debate aluno-sexualidade.
Palavras-chave: sexualidade; ambiente escolar; pedagogia.
1 Introdução
Ao se tratar de um tema tão polemico quanto sexualidade, este incide diretamente na área de educação, pois a temática carrega consigo muitas polemicas, mitos e preconceitos ainda estereotipados no meio social. O desenvolvimento recente de debates acerca da sexualidade nos diferentes espaços tem gerado enfrentamentos na mais diversas esferas, a partir do processo contínuo de manifestações e de resistência, em especial ao ambiente escolar. Os profissionais dessas instituições precisam estar preparados, em todos os sentidos, mas principalmente em estar antenado nas tendências e atualizados sobre a temática. Esses jovens em sua maioria, estão detentos de seus impulsos e querem cada vez mais conhecimento, pois estão transbordando de desejos, duvidas e incerteza, principalmente relacionado as mudanças físicas e comportamentais, de desejos por vezes que difere da maioria, mostrando nesse momento, a importância das vivencias do educando para que possa compreender, ajudar e aconselhar estes jovens que precisam se sentir seguros no ambiente escolar.
A palavra sexualidade acompanha todo o desenvolvimento, seja ele de ordem física ou psicológica, dando seus sinais desde sua concepção até a morte. Por muito tempo acreditou-se que a sexualidade estava apenas atrelada ao ato sexual, mas vai bem além; pois evidenciamos a sexualidade em todos os momentos, historicamente atestados, seja ele através da ciência e cultura da humanidade, misturando-se aos afetos e sentimentos de cada individuo. Percebe-se que ainda é um elemento do cotidiano popular pouco estudado, principalmente no que tange as práticas educacionais voltadas para a sexualidade da criança no ambiente escolar, principalmente por se tratar de um assunto delicado, ainda severamente associado a preconceitos e crenças. Quando se propõe o aprofundamento da temática no meio discente, espera-se uma educação sexual que seja sensível a discussão da sexualidade, levando a temática para o contexto sociocultural, abrangendo a percepção periférica dos envolvidos, demonstrando a esses que a diversidade faz parte da própria cultura e melhorando no seu aprofundamento de sua visão de mundo. Ou seja, os educandos que recebem essas informações – acredita-se – melhorará seu entendimento sobre o assunto, aumentando seu poder de persuasão, seu comportamento diante das sexualidades e auxiliando-o na tomada de decisões relacionadas ao tema, deixando estes mais apropriados psicologicamente da diversidade que o cerca. Assim, é importante que o educador, também participe na construção de novos conhecimentos, para que estes, possam ser colaboradores na formação daqueles que não tenham um conhecimento adequado do assunto, auxiliando na solução de duvidas e conflitos, respeitando seus alunos. Se o educador, os coordenadores, auxiliares, direção, e a própria política pedagógica da instituição não lhe der suporte e/ou instrução, não possuindo informações adequadas, estes poderão repassar para os alunos suas próprias crenças como verdades absolutas, não auxiliando o aluno no desenvolvimento de seu próprio conhecimento, e sim, lhe passando informações prontas, não dando autonomia a estes. Utilizando esse pressuposto, este artigo, tem como objetivo analisar os aspectos da sexualidade no ambiente escolar e como a pedagogia pode ajudar na construção de cidadãos psicologicamente mais saudáveis, exercendo sua sexualidade de forma segura e responsável.
Sexualidade, Família e Escola no processo de orientação sexual da criança
A sexualidade vem atrelada ao auto conhecimento, deixam de ser instintos meramente reprodutivos e passam para o limite afetivo. Ao momento em que “se manifesta numa dada cultura e que, historicamente, cada sociedade a considera em termos de comportamentos adequados ou não-adequados, que devem ser incentivados ou reprimidos” (MAIA, 2009, p. 284), assim, a sexualidade vem atrelada ao comportamento da sociedade, e é julgada como tal, espera-se que a criança expresse sua sexualidade de acordo com a identidade cultural, mas isso nem sempre acontece, arremetendo a incalculáveis dúvidas e anseios, sendo assim, ela não é apenas contemplada nesse aspecto, leva-se em consideração desejos íntimos quanto ao sexo, surgindo sua orientação sexual, identidade de gênero, erotismo e envolvimento afetivo.
Segundo Silvares (2002), pesquisas atuais mostram que há evidências de que as crianças não entendem totalmente vários aspectos ligados à sexualidade a despeito de se envolver em uma diversidade de condutas sexuais. Ou seja, a partir do momento em que informamos a estas crianças sobre a sexualidade, as tornamos mais aptas de tomarem melhores decisões no que se diz respeito a sua vida sexual. Para que possa ocorrer, efetivas modificações na vida sexual dessas crianças, primeiramente é necessário estudar a melhor maneira de como se abordar essa temática com elas, seus familiares e sua instituição.
Precisa-se definir as melhores maneiras de se adentrar a esse assunto, que até então é tão delicado, os pais, precisam tratar dos assuntos de fórum mais íntimos e profundos, enquanto a instituição e os educadores trabalhos as formas mais sócias de convivência. Pois assim, cria-se um laço entre a escola e os pais, para que nesse momento seja criando uma força tarefa de enfrentamento a essas duvidas, segundo Suplicy (1983), muitos pais acreditam que a educação sexual tem o sentido exclusivamente de se sentar e assistir a aulas de anatomia ou realizar discussões que abordam sobre os perigos da sexualidade. Precisa-se compreender que a educação sexual é ensinada desde o dia do nascimento da criança, pois ela acaba por assimilar as informações do meio em que vive. Pode-se dizer que a maioria dos conhecimentos passados pelos pais são indiretos, ou seja, eles não tem conhecimento de que o fazem, e assim o sujeito constrói a sua percepção sobre a sexualidade (SUPLICY 1983).
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