Turismo sustentavel
Por: Camile Silva • 1/10/2015 • Artigo • 1.184 Palavras (5 Páginas) • 351 Visualizações
INTRODUÇÃO
Atualmente é possível perceber as transformações e mudanças que o mundo vem sofrendo por conta da globalização e do sistema econômico capitalista, onde tudo passa a ser comercializado, a ser vendido, e cada vez mais os espaços passam a ser produzidos por novos setores da economia, como faz o setor turístico, dessa maneira áreas antes nunca ocupadas, como praias, montanhas, campos, entram no mercado e se tornam mercadorias do turismo, são utilizadas como áreas de lazer para quem pode fazer o uso.
Na sociedade moderna as motivações são outras, surge a busca pela inovação, o estar na moda, status, novas experiências, novas descobertas, isso tudo por meio do outro, por meio de “outras culturas”, nesse sentido cidades inteiras se modificam e se transformam com o intuito de atrair cada vez mais turistas, ou seja, tudo se transforma em um espetáculo e o turista em um espectador passivo.
A atividade turística transforma tudo o que toca em artificial, cria um mundo fictício e mistificado de lazer, onde os espaços se transformam em cenários para o espetáculo, e o real é transfigurado pra fascinar, seduzir e atrair essa demanda.
CONCEITUANDO O NÃO-LUGAR
Com a venda dos espaços, produz a não identidade, e com isso, o não-lugar, que não se preocupa com a cultura, com a comunidade e nem com a identidade do lugar, esta muito distante disso visa somente produzir mercadorias para serem consumidas em todos os momentos da vida.
O espaço ou cenários que são produzidos pelo turismo, o chamado não-lugar, é um espaço vazio, sem identidade própria e sem historia, isso no sentido de que o lugar é o produto das relações humanas, onde o homem se reconhece, pois está ligado a produção de vida, a sua vida a sua história.
Com isso o não-lugar se diferencia do lugar por conta do seu processo etimológico, dessa maneira o turismo produz simulacros ou constroem simulacros de lugares, através da não identidade, ou seja, da reprodução e apropriação de componentes e modos desses lugares.
Os não- lugares estimulam e alimentam um comportamento do modo de ver o sonho, o imaginário, que é alimentado pelo falso em substituição do imaginário, ou seja, a realização do sonho ou desejo de conhecer algo, algum lugar ou alguém.
É importante entender que o turismo não produz apenas não-lugares, ele também consegue transformar um lugar em não-lugar, isso no sentido dos pacotes turísticos que determinam, controlam, cronometram os turistas, de maneira que ele acaba não conhecendo a historia, cultural e a identidade local, pois ele está preso a fotos, aos pontos turísticos, aos citys tours, com isso ele produz a não relação, o não conhecimento, à um distanciamento do turista com a comunidade e historia local, isso tudo pelo olhar orientado e vigiado imposto pelos agentes e guias de turismo.
NÃO- LUGAR NA REQUALIFICAÇÃO DO PATRIMONIO
O turismo é uma atividade que perpassa por diversas áreas e oferece diversas opções e variedades para sua execução, com isso para um melhor estudo do turismo e sua analise é fundamental entender as suas segmentações, e as motivações da demanda de cada uma delas. A cultura, a história é um grande motivador e peça chave do turismo cultural, que é a segmentação de mercado que se utiliza dos patrimônios e da história da sua comunidade local.
“O turismo cultural é um grande segmento do mercado turístico, oferecendo novas oportunidades para a revitalização das cidades históricas, porem ao mesmo tempo, torna-se uma ameaça as fontes culturais pelo ato de padronização dos patrimônios pelo processo de “ turistificação” ” (Barbosa, 2004)
Para melhor compreensão da do surgimento do não lugar por meio da requalificação, vale se pergunta se nessa segmentação o turista quer consumir é a memória do passado ou o passado revestido de cores que encontram qualquer um que o veja?
Existe demanda para esses dois tipos de patrimônios, que é o turista de motivação cultural e o de inspiração cultural. De maneira que importante primeiramente entender os aspectos com os quais esses dois tipos de patrimônios se preocupam, onde os patrimônios revitalizados se preocupa em preservar a identidade, a história, a memória do patrimônio com seu uso, e os requalificados buscam dar uma nova roupagem ao patrimônio, e o transformar em um território turístico, agregando novos valores, novos serviços e novos usos.
Lugares antigos, centros urbanos, tudo é revitalizado, tudo ganha vida nova e transforma-se, onde a idéia ou o significado histórico é preservado, e o patrimônio não perde a sua funcionalidade, ele ganha novos usos e novos serviços são atribuídos a eles.
A requalificação é um processo de dar uma vida nova a um lugar abandonado ou não, sem se importar com a historia, com o que representou, e como a manutenção da sua identidade é importante para a comunicação local, com a requalificação as fachadas das construções recebem uma reforma com um banho de cores vivas, atendendo a um forte apelo visual, o território antigo empresta seu nome e sua fachada agora com roupa nova para torná-lo um lugar turístico.
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