Turismo Sustentável para Amazônia.
Por: Rogério Lelis • 29/9/2015 • Relatório de pesquisa • 2.367 Palavras (10 Páginas) • 344 Visualizações
Turismo Sustentável para Amazônia.
Rio Pomba 2012
INTRODUÇÃO
Não há duvidas que o turismo tem grande potencial para a Amazônia, de modo compatível com os pressupostos do desenvolvimento sustentável. Trabalhar este tema mostra um lado importante da região amazônica uma vez que a atividade turística tem crescido consideravelmente em todo mundo e com o aumento de procura em atividades relacionadas a natureza o a região amazônica poderá participar ativamente deste nicho de mercado.
Neste contexto, ações governamentais estão sendo implementadas, podendo ser identificadas e destacadas duas grandes frentes: a implementação, expansão e consolidação do Programa Nacional de Municipalização do Turismo (PNMT), desenvolvido e gerenciado pelo Instituto Brasileiro do Turismo (EMBRATUR) e Ministério do Esporte e Turismo (MET); e, o recente início e operacionalização da primeira fase do Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia Legal (PROECOTUR/TURISMO VERDE), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal (MMA), através da Secretaria de Coordenação da Amazônia (SCA).
Paralelamente à essas ações, outras também, vêm sendo realizadas por organismos regionais e se somam, num esforço integrado de promoção do desenvolvimento do turismo, como fator de fortalecimento da economia regional. O grande efeito multiplicador das atividades turísticas na economia de uma localidade é inegável, como também, são os benefícios socioeconômicos e ambientais proporcionados, que podem gerar impactos altamente positivos para as localidades
receptoras.
Assim, para que se possa ter um entendimento seqüencial sobre o turismo, este trabalho, em seu conteúdo programático, procura abordar o turismo como alternativa de desenvolvimento sustentável para a Amazônia.
Discussão
A Organização Mundial do Turismo (OMT) no documento “Desenvolvimento de Turismo Sustentável: manual para organizadores locais” (1994), em relação ao âmbito do desenvolvimento sustentável, estabelece três princípios vitais a serem considerados:
a) Sustentabilidade do ambiente: assegura a compatibilidade do desenvolvimento com a manutenção dos processos ecológicos essenciais, como também, a diversidade e recursos biológicos;
b) Sustentabilidade social e cultural: assegura que o desenvolvimento aumenta o controle das pessoas sobre as suas vidas, é compatível com a cultura e
os valores morais do povo por ele afetado e que mantém e fortalece a identidade da comunidade;
c) Sustentabilidade econômica: assegura o desenvolvimento como economicamente eficaz e que os recursos sejam geridos de modo a suportar as gerações futuras.
Nos dias de hoje, as preocupações sobre turismo sustentável se voltam acentuadamente para as questões ambientais e em menor intensidade para a dimensão econômica. A par disso, Swarbrooke, em sua obra “Turismo Sustentável Conceito e Impacto Ambiental” (2000, p. 93), faz as seguintes afirmações sobre o turismo:
- é a principal indústria e o principal motivo de
entrada de divisas, em moeda estrangeira em
muitos países emergentes;
- é a base do crescimento de muitas empresas multinacionais;
- integra em proporção significativa a renda anual disponível de muitos povos nos assim chamados países desenvolvidos;
- consome bilhões em dinheiro todos os anos em investimentos de infra-estrutura no setor público.
A análise custo-benefício constitui uma ferramenta valiosa que pode auxiliar na tomada de decisão para projetos de desenvolvimento do turismo, contudo, deve haver uma sensibilidade quanto a avaliação dos benefícios que um projeto pode proporcionar para uma região como um todo e dos altos custos que pode trazer para uma parcela da comunidade. Nesse sentido,Swarbrooke (2000, p. 95) aponta os seguintes benefícios e
custos econômicos do turismo:
a) benefícios econômicos do turismo:
- criação de empregos;
- injeção de renda na economia local pelo efeito multiplicador;
- auxílio para a manutenção da viabilidade dos negócios locais;
- reforma e reestruturação da economia em cidades e metrópoles onde outras atividades industriais estão em declínio; e
- estímulo a investimentos internos e industriais.
b) custos econômicos do turismo:
- muitos empregos são mal remunerados e/ou sazonais;
- custos de ocasião, como por exemplo o dinheiro
- investido em turismo que não poderá ser usado posteriormente para outras finalidades;
- congestionamento;
- a necessidade de investir em infra-estrutura dispendiosa que pode ser usada apenas em parte do ano;
- excessiva dependência do turismo, tornando a economia local vulnerável as mudanças no mercado de turismo.
PRINCIPAIS PROGRAMAS PARA O DESENVOLVIMENTO
DO TURISMO REGIONAL
Entre as iniciativas de desenvolvimento do turismo na Amazônia, identifica-se a implementação de alguns programas, considerados os principais, os quais são tratados a seguir:
a) Programa Nacional de Municipalização do Turismo (PNMT). O Programa é desenvolvido no Brasil a partir da adaptação dos instrumentos operacionais elaborados pela OMT, o que permite o uso de uma metodologia trabalhada sob o enfoque participativo – Planejamento de Projetos Orientados por Objetivos (ZOPP) - para a formação da equipe técnica de operacionalização do PNMT.
O processo de capacitação ocorre em três fases consecutivas,
da seguinte forma:
1ª Fase: Oficina de SENSIBILIZAÇÃO
Tem o objetivo de conscientizar e mobilizar os agentes multiplicadores estaduais e os monitores municipais, estimulando- os e motivando-os para desenvolverem o programa de sensibilização da comunidade para a importância do turismo como fator de desenvolvimento socioeconômico, sendo os resultados das ações desta etapa avaliadas a ajustadas na fase seguinte.
2ª Fase: Oficina de CAPACITAÇÃO
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