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A Abordagem Comportamentalista

Por:   •  11/4/2023  •  Resenha  •  1.134 Palavras (5 Páginas)  •  66 Visualizações

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Na abordagem comportamentalista, a base do conhecimento é tida como a experimentação, ou seja, o conhecimento se dá quando o sujeito, detido pelas contingências do meio, entra em contato com um elemento externo preexistente. Há, desse modo, um viés empirista. Se enquadram nessa abordagem os positivistas lógicos, para os quais o conhecimento consiste em, de maneira ordenada, colocar as experiências e eventos do universo em códigos simbólicos.

Entre os pensadores do comportamentalismo, o mais difundido no Brasil foi Skinner, que servirá de base para esse texto. Os modelos de ensino criados por pessoas como ele nessa corrente se baseiam em análises de processos pelos quais o comportamento humano pode ser modelado, ou reforçado. “Implicam recompensa e controle” (p.20), assim como planejamento das contingências da aprendizagem e o uso de uma determinada sequência para as atividades de aprendizagem. A transmissão de conteúdos nesse método visa à objetivos assim como habilidades que garantam competência, de modo que o aluno é tido apenas como “um recipiente de informações e reflexões” (p.20). Já pelo lado do professor, este acaba liberado de uma série de tarefas.

Para os comportamentalistas, o homem não é tido como livre, o que pode ajudar a entender essa visão de ensino que busca mudar o comportamento do aluno com base em objetivos pré-fixados. O ideal para eles seria que o controle da situação ambiental fosse passado para o homem, permitindo que este se torne autossuficiente, mesmo sendo um produto do próprio meio. Essa visão pode explicar porque, para mudar o sujeito, basta que seja mudado o meio. Buscando uma relação adequada entre esses dois elementos, é preciso que se especifique três aspectos: “a ocasião na qual a resposta ocorreu, a própria resposta e as consequências reforçadoras” (p.23). Juntos, esses três elementos constituem as contingências de reforço.

A proposta da obra de Skinner como um todo gira em torno de causar uma modificação social. Somente quando uma infraestrutura sociocultural que esteja de acordo com os significados por ele atribuídos a sociedade e a cultura estiver em vigor é que sua proposta será, de fato, realizada. Nesse sentido, vale notar que, segundo o autor, cultura é exatamente aquilo que chamamos de ambiente social, sendo responsável por dar forma e também preservar o comportamento daqueles que nela vivem. Uma sociedade ideal, nesse contexto, seria planejada cultural e socialmente. Em Walden II é demonstrado por Skinner como seria tal sociedade, sendo caracterizada pela ausência de classes sociais e de propriedade privada. Para que se alcance tal objetivo, o bem-estar do maior número possível de pessoas deve ser almejado, o que seria possível com a aplicação das teorias de reforço.

Enfim, dentro de uma sociedade gerida em todos os seus aspectos, seus cidadãos seriam automaticamente bons, e não haveria a ideia de mérito, visto que tudo é determinado por fatores genéticos e ambientais. Nota-se que, nessa perspectiva, a cultura transcende o indivíduo, sendo responsável por moldar ou preservar seu comportamento, na medida do que for necessário. “O controle e o diretivismo do comportamento humano são considerados inquestionáveis” (p.25), todavia, há ainda um papel que o sujeito deve exercer no planejamento sociocultural: passividade, e responder àquilo que é esperado dele.

Para que o conhecimento almejado possa ser passado, o comportamentalismo conta em sua base com a experiência planejada, preocupando-se exclusivamente com comportamento observável. Tudo isso estando a educação ligada à transmissão de cultura, conforme explicada acima. Importante ressaltar que nessa abordagem o indivíduo não tem participação em decisões curriculares, estas são tomadas por um grupo à parte. Ao mesmo tempo, em um nível institucional, “a escola é considerada e aceita como uma agência educacional que deverá adotar forma peculiar de controle, de acordo com os comportamentos que pretende instalar e manter” (p.26). Portanto, ela serve à objetivos de caráter social que estão de acordo com os objetivos de quem lhe confere poder.

Skinner, no que tange o modelo atual de escola, critica o uso de controle aversivo feito por elas. Ademais, na sua visão, a escola deveria se tratar de um ambiente que busca educar formalmente. Não haveria espaço para incentivar a exploração do conhecimento, do ambiente, ou para o descobrimento. Seu fim é

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