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A Crónica Pepetela Análise

Por:   •  5/1/2023  •  Trabalho acadêmico  •  893 Palavras (4 Páginas)  •  111 Visualizações

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Análise da crónica “ Emprésários de Rua”- PEPETELA

    O texto que vou apresentar chama-se “Empresários de Rua” da autoria do autor angolano Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, de pseudónimo literário, Pepetela. A crónica integra o livro “Crónicas com fundo de guerra” e foi escrita para ser publicada no jornal “Público” datando de 12 de outubro de 1993. A maioria destas crónicas foi produzida durante a guerra civil angolana (1992 a 1995 que teve início um pouco antes da independência do país em 1975 e só terminou em 2002, com a morte do líder guerrilheiro Jonas Savimbi da Unita). Estes textos abordam assuntos sociais, culturais, políticos e económicos contemporâneos da Angola dos anos 1990, ambientados nas cidades de Luanda e Benguela. Efetivamente, a guerra fazia parte do quotidiano do escritor naquele período, como uma ponta de angústia e preocupação permanentes, sem, no entanto, que ela esteja eternizada em todos os textos que compõem o livro.

    Trata-se de uma crónica, que é um texto narrativo com características jornalísticas, concebido de forma livre e pessoal que tem como assunto um facto ou uma ideia da atualidade. A crónica aborda temas do quotidiano de uma forma pessoal. Tem o objetivo de divertir ou refletir criticamente sobre a vida e os comportamentos humanos. Pode contar uma história e por isso apresenta categorias da narrativa. As personagens são poucas e o tempo e o espaço são limitados. Narrador pode ou não participar nos factos que narra, mas a sua vida pessoal na transmissão dos acontecimentos está sempre. A linguagem é geralmente simples e clara mantendo muitas vezes um tom de conversa (coloquial) com o leitor. Utiliza um tom irónico e a função emotiva da linguagem.

   Resumo da ação:

Mitos e heróis tem mudado conforme o tempo, os novos heróis são os empresários, as pessoas que enriquecem facilmente ostentam dinheiro cada vez mais em Angola, o cronista fala sobre as kinguílas (descrição) e deixaram de o fazer, houve uma desmoralização do termo agente económico, e na atualidade da crónica qualquer um pode ser empresário, o autor dá um exemplo de uma empresa «Ango Brilho S.A.», formada por 3 rapazes com o objetivo de engraxar sapatos, o cronista destaca como tema importante da sua geração de escritores, o miúdo engraxador. Na sua opinião a culpa é do colonialismo.

   Este tema também foi tratado por outros artistas tais como músicas.

 Na opinião do cronista a população angolana acreditava que o seu país seria uma grande potência económica, fruto do pensamento do colonialismo.

     Há centenas de engraxadores que se orgulham da sua atividade pois não estão pamizados, ou seja, não dependem do programa alimentar mundial das nações unidas (PAM), os empresários de rua correm um perigo de extinção porque foram instituídas feiras com dias fixos e taxas a pagar.

  O autor termina a crónica com a esperança de que estes empresários arranjem uma alternativa utilizando a criatividade, este otimismo é comum ao povo angolano e também aos irmãos brazileiros.

 Relativamente aos modos de expressão, predomina a narração com relatos de acontecimentos/ eventos que promovem o desenvolvimento da ação, imprimindo dinamismo.

Pode-se dizer que, quanto à presença, o narrador pode classificar-se como  narrador participante e na primeira pessoa: “  ” (p.54). No que diz respeito à ciência, o narrador é omnisciente quanto à posição é subjetivo pois tece juízos de valor e adota pontos de vista: “É curioso que este sentimento de inferioridade…” (p.55).

   Quanto ao espaço, passa-se em Angola, mais concretamente na sua capital, Luanda: “Foi a primeira notícia que me deram ao desembarcar em Luanda…” (p.53).

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