A Escrava
Casos: A Escrava. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lety2023 • 24/8/2014 • 272 Palavras (2 Páginas) • 326 Visualizações
Também eu, Senhor, direi
Teu nome – do coração.
E ajuntarei o meu hino
Ao hino da criação.”
(“O romper d’alva”)
Além desse aspecto, em “A tarde”, a natureza também sobressai como confidente, mãe, companheira de solidão, consolo e refrigério para a alma triste do poeta:
“Homem que sente dor folga contigo,
Homem que tem prazer folga de ver-te!
Contigo simpatizam, porque é bela,
Qu’és mãe de merencórios pensamentos,
Entre os céus e a terra êxtases doce,
Entre dor e prazer celeste arroubo.”
Evocados pelos próprios títulos, a divindade é uma presença marcante em “Ideia de Deus”, “Te Deum” e “O templo”:
“Oh! Como é grande o Senhor Deus, que rege
A máquina estrelada,
Que ao triste dá prazer; descanso e vida
Á mente atribulada!”
(“Ideia de Deus”)
“Estou só neste mudo santuário,
Eu só, com minha dor, com minhas penas!
E o pranto nos meus olhos represado,
Que nunca viu correr humana vista,
Livremente o derramo aos pés de Cristo,
Que também suspirou, gemeu sozinho,
Que também padeceu sem ter conforto,
Com eu padeço, e sofro, e gemo, e choro.”
(“O templo”)
“Senhor Deus Sabaó, três vezes santo,
Imenso é o teu poder, tua força imensa,
Teus prodígios sem conta; - e os céus e a terra
Teu ser e nome e glória preconizam.”
(“Te Deum”)
Redimido das agruras terrenas e em paz com Deus, o poeta, certo de que a morte chega para arrebatá-lo, despede-se dos amigos, fechando o livro de uma forma bem romântica:
“Meus Amigos, Adeus! Já no horizonte
O fulgor da manhã se empurpurece:
É puro e branco o céu, - as ondas mansas,
- Favorável a brisa; - irei de novo
Sorver o ar puríssimo das ondas,
E na vasta amplidão dos céus e mares
De vago imaginar embriagar-me.”
Como se sabe, entretanto, embora tenha morrido jovem, isso só vai acontecer muito tempo depois, em 1864.
...