A Mulher Negra Símbolo de Resistência na Contemporaneidade
Por: joao.jb • 19/3/2022 • Artigo • 2.509 Palavras (11 Páginas) • 163 Visualizações
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FAAHF – FACULDADE ARNALDO HORÁCIO FERREIRA
COLEGIADO DE PEDAGOGIA
JOÃO BATISTA RODRIGUES PEREIRA
A (IN) VISIBILIDADE E O SILENCIAMENTO DA MULHER NEGRA NOS CURSOS DE LICENCIATURA
Luís Eduardo Magalhães – BA
2020
FAAHF – FACULDADE ARNALDO HORÁCIO FERREIRA
COLEGIADO DE PEDAGOGIA
JOÃO BATISTA RODRIGUES PEREIRA
A (IN) VISIBILIDADE E O SILENCIAMENTO DA MULHER NEGRA NOS CURSOS DE LICENCIATURA
Projeto de pesquisa apresentado à disciplina de Metodologia da Pesquisa I, do colegiado de Pedagogia da UNIFAAHF como requisito parcial para media na disciplina de metodologia da pesquisa e TCC.
Orientadora: Profa Cristiani Carina Negrão Gallois
Luís Eduardo Magalhães – BA 2020
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 4
2 JUSTIFICATIVA 6
3 OBJETIVOS 7
3.1 GERAL 7
3.2 ESPECÍFICOS 7
4 METODOLOGIA DA PESQUISA 8
5 CRONOGRAMA 9
REFERÊNCIAS 10
INTRODUÇÃO
“A voz de minha bisavó ecoou criança nos porões do navio. Ecoou lamentos de uma infância perdida”.
Conceição Evaristo
A história da mulher negra, desde a sua chegada ao Brasil, até os dias atuais, verdadeiramente sempre foi relatada de forma ilusória, assim ficando preterida ao tempo. Falar da mulher negra no tangente contexto histórico educacional do nosso país é relativamente instigante, diante de uma premissa que a mulher negra é supremamente dotada de incapacidade intelectual. Ao abordar o tema: a (in) Visibilidade e o Silenciamento da Mulher Negra nos cursos de Licenciatura do Centro Universitário Arnaldo Horácio Ferreira, será possível fazer várias reflexões sobre o referido assunto. Por onde andam as mulheres negras? Onde se encontram? Porque as vimos em menor número nos cursos de licenciaturas nas universidades públicas e privadas?
Várias respostas poderiam ser dadas a tais indagações, embora o que sabe é que, os fatores socioculturais estão relativamente ligados a tais resultados. Tomando como ponto de partida tais questões pode-se aferir que a mulher negra sempre esteve presente no contexto histórico, citando como exemplo a primeira mulher negra, escritora romancista brasileira, professora Maria Firmina dos Reis, que superou todas as supremacias do seu tempo de forma sábia e genial com seu livro a URSULA, embora pouco conhecida no Brasil, onde deveria ter conhecimento não só da supracitada escritora, como de outros autores de renome em nosso país, que também escreveram obras importantes da nossa literatura.
Mais uma vez, fica claro, entretanto, que o preconceito está presente de forma silenciosa, com a falsa ideia de que a democracia é para todos. Maria Firmina dos Reis provou que a mulher é capaz e não é um sexo frágil contradizendo assim um conceito que preconiza e rotula toda a mulher. Esquecida no nosso contexto histórico nunca esteve tão viva na sociedade, a premissa que a mulher negra não tem capacidade intelectual para estar à frente de uma sociedade, revela-se altamente machista, sexista e preconceituosa.
Ao longo da história, e especificamente no Brasil durante a colonização, as mulheres negras no contexto social desenvolveram funções diversas, servindo como: escravas de ganho, trabalhadoras das lavouras, mucamas, prostitutas, quituteiras, dentre outras. Os locais que possuíam como referência de casa eram as senzalas, a casa-grande ou os centros urbanos, onde serviam sendo amantes ou abusadas sexualmente por homens de sua convivência e, na a maior parte das vezes, mães de “bastardos”, trabalhando incansavelmente sem qualquer chance de mudança. A elas não lhe cabia o direito de opinar, falar ou sentir, mas somente de estar pronta ao senhor e à sinhá.
A problemática da inserção da mulher negra no contexto acadêmico é um indício da realidade racista e misógina impregnada em meio à sociedade. Os espaços reservados a mulher negra no mercado de trabalho não as incluem em funções intelectuais ou de grande importância social, logo se constata a exclusão da mulher negra no espaço acadêmico brasileiro. Nos limites desse contexto, focaremos a invisibilidade da mulher negra nos cursos de licenciatura, discutindo o que nos levou a constatar tal situação, bem como as causas e implicações do silêncio sobre a participação de mulheres negras na Instituição de Ensino em pesquisa. A partir dessa perspectiva, a pesquisa será motivada pelo seguinte problema: A invisibilidade e silenciamento da mulher negra nos cursos de licenciaturas pode ser uma perspectiva de análise das conexões existentes entre racismo e sexismo nas instituições de Ensino Superior.
JUSTIFICATIVA
Nas estatísticas oficiais o Brasil retrata-se um numero de 97 milhões de negros autodeclarados, entre “pretos” e “pardos” e 91 milhões de “brancos”. Detentor da segunda maior população afro-descendentes do mundo, somos conscientes de que existe um demasiado silenciamento no que diz respeito às relações étnico-raciais no Brasil, porém vários autores há muito enfatizam que os negros se destacam em posições negativas em diferentes indicadores de níveis e qualidade de vida (TELLES, 2003; GUIMARÃES, 1999; ROMÃO, 2005, entre outros). Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada[pic 2] IPEA:
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