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A Obsolescência Programada

Por:   •  8/6/2020  •  Dissertação  •  573 Palavras (3 Páginas)  •  129 Visualizações

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Sonia Maria Guevara Ochoa

Ciência e tecnologia na sociedade

Obsoleto Avanço

Quanto mais a tecnologia avança, mais os dispositivos provenientes dessa precisam ser trocados. Lembro de quando era criança ouvir histórias de minha avó falando que a família dela passou muito tempo sem ter geladeira, e a primeira geladeira que eles tiveram durou 20 anos. Mas 20 anos? É muito tempo para uma geladeira, eu pensava. Esse é o tipo de pensamento que as pessoas que nasceram após a década de 90 possuem, para eles é normal ver uma geladeira durar cinco anos, um carro três e um celular dois. Mas não deveria ser assim.

A efetividade, que é um termo intrínseco ao avanço, é comprometida quando equipamentos e itens que antes duravam “para sempre”, ao ficarem cada vez mais avançados começam a durar menos, ao invés de mais. Quando os itens ficam à mercê da lógica de mercado, a efetividade do avanço é comprometida. Itens que poderiam possuir uma vida útil de 20 anos, possuem vida limite de 10.000 horas.

Olhando pelo lado da população, isso parece ser um absurdo, por que eu devo trocar meu celular a cada um ou dois anos, se ele poderia durar 10 anos? A resposta é simples, se o celular fosse trocado a cada 10 anos, a empresa que o fez lucraria em cima de você uma vez a cada 10 anos. Esse é o motivo pelo qual grande parte das empresas de eletrodomésticos no começo dos anos 70 e 80 acabaram falindo ou sendo compradas, pois se você vende uma geladeira que dura 20 anos, a próxima que aquela família irá comprar será daqui a 20 anos. É impossível para uma empresa conseguir gerar dinheiro suficiente tendo uma base de clientes que compram novos produtos com tão pouca frequência.

Tendo agora compreensão do ponto de vista das empresas, ainda podemos verificar que apesar de haver essa desculpa, existem situações que ainda são um absurdo, mesmo visando a “não falência” da empresa. Um grande exemplo são os celulares da linha iPhone, e os reprodutores musicais da linha iPod, os quais não dão ao usuário acesso à bateria do item, então caso essa apresente algum problema, a única solução (caso esse não esteja mais na garantia, que é o momento que geralmente os problemas ocorrem) é trocar o aparelho inteiro.

Outro exemplo de absurdos que ocorrem dentro da linha tecnológica, é a obrigação que é imposta aos usuários de realizar a troca dos seus aparelhos eletrônicos para poderem usar os programas mais novos, ou, graças a um problema em uma das peças, grande parte das outras precisarem ser trocadas pois “a peça mais nova não é compatível com os modelos antigos das outras peças”.

Podemos então concluir que, para as empresas se manterem é necessário que o mercado circule, mas ainda assim, existem empresas que abusam dessa noção, e forçam ao usuário requerimentos ridículos para que esse seja obrigado a trocar os produtos a cada ano.

A melhor solução para esse problema, seria ter um padrão a ser seguido pelas empresas e uma grande fiscalização em termos de qualidade e eficiência do produto. Coisa que não precisa necessariamente ser realizada pelo governo. É possível ater-se a comentários de usuários e a reviews dos produtos como uma solução para que o usuário não se sinta enganado e para que as vendas da empresa não diminuam, ocorrendo em grande escala. Isso inclusive pode ser até  suficiente para fazer a empresa mudar sua posição perante a obsolescência.

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