A Revolução dos Bichos

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho é uma análise do livro “A revolução dos bichos”, de acordo com as matérias Organizações do trabalho, Teorias da Aprendizagem e Psicologia Social. Este trabalho tem como objetivo analisar o convívio e características dos indivíduos inseridos em grupos de trabalho, elucidar o processo de aprendizagem, entender o homem conforme as teorias da Psicologia Social e a atuação do psicólogo nestas áreas, sendo a pesquisa bibliográfica e a análise do livro a metodologia.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. RESENHA CRÍTICA

A revolução dos bichos é uma fábula escrita por George Orwell em 1945, durante a Segunda guerra mundial, cuja intenção era fazer uma crítica ao totalitarismo vivido naquele período. O livro nos conta a história de um grupo de animais que vivia na Granja do Solar, em uma fazenda. Já em um primeiro momento podemos observar em prática a Teoria da organização do trabalho, que traz como conteúdo métodos e inter-relações entre os cargos, de modo a satisfazer os requisitos organizacionais e tecnológicos, assim como os requisitos sociais e individuais do ocupante do cargo. Este pensamento aborda 3 linhas teóricas sobre o trabalho e sua organização: a) racionalização da tarefa do cargo; b) enriquecimento de cargo; e, c) grupos semiautônomo. Essas linhas são maximizadoras da produtividade. Pode-se localizar de melhor maneira na crônica os itens 1 e 2 (Racionalização da tarefa do cargo e enriquecimento de cargo).

A Racionalização da tarefa e do cargo, também chamada de administração cientifica, proposta por Taylor no fim do século XX e início do XIX, diz que a administração científica, ou determinação científica da tarefa, em substituição “às regras pessoas empíricas que vigoram no processo”, como a forma mais adequada para acabar com o ócio no trabalho, e aumentar a produtividade no setor de produção. A propositura de Taylor baseia-se nas seguintes premissas: a) “Existe uma maneira ótima de se desempenhar uma tarefa; para estabelecê-la, deve-se examinar a realidade de forma cientifica.” Esta postura está clara nas atitudes de Jones o fazendeiro

Visto na estória em Na granja dos bichos essa realidade era mostrada através de Garganta que sempre apresentava estatísticas com os números da produtividade da granja. ; e b) “é necessário separar o planejamento da execução da tarefa.” Isso porque, de acordo com a concepção taylorista, “o operário, ainda o mais competente, é incapaz de compreender esta ciência”. Pode ser comparado com a crônica no trecho: “Essa separação de planejamento de tarefas e execuções é claramente mostrada no livro, onde os porcos eles planejam as tarefas e os demais bichos (operários) as executam. Mesmo Sansão sendo o mais competente ele não tinha a capacidade de esta ali junto aos porcos na liderança da granja dos bichos.”

Com isso temo um modelo de contingência sobre organização que abrange duas características: a)Tecnologia de produção e organização do trabalho; e b) Ambiente organizacional e organização do trabalho. Na tecnologia de produção e organização do trabalho vemos um sistema produtivo que abriga três elementos básicos: homem, máquina e produto. No livro é encontrado homem-produto, que define o cargo da pessoa. Não-automatizados- são os sistemas de produção em que a relação homem-produto é a primordial para obtenção do produto. Era a partir dos seus esforços que obtinha sua produtividade que acaba virando produto. Quando o sistema é não-automatizado o que se espera é que o trabalhador tenha habilidade e conhecimento para desenvolver as tarefas. Esse sistema é usado constante na granja pois cada anima fazia o que era de acordo com a sua demanda de acordo com a sua espécie. No ambiente organizacional e organização do trabalho encontramos o ambiente quase-estacionários. Se as interpelações forem estáveis- o que implica apresentarem uma configuração com baixa taxa de mudança-, consideramos o ambiente como quase-estacionário. Para empresas em ambientes quase-estacionários o esquema de racionalização é o mais adequado. A rotinização do trabalho implica a criação de um sistema hierárquico para a supervisão das tarefas, eliminando a necessidade de contato entre os operários e a coordenação da produtividade. Essa supervisão de tarefas era feita exclusivamente pelos porcos que excluíam os demais bicho dessa função.

Em cada empresa sempre a um grupo ou uma pessoa que assume a responsabilidade das tarefas a serem realizadas chamados Centro-de-decisões. No livro o centro de decisões eram planejados pelos porcos, que eram considerados os mais inteligentes entre os animais. Para entender as opções que o centro-de-decisões tem para definir o esquema de organização do trabalho, fizemos as seguintes considerações. a)processos de planejamento e controle do trabalho; e b) processos de planejamento. O processo de planejamento e controle  envolvi  três fases: planejamento, execução e controle, o planejamento condiciona a forma de execução e de controle. Os porcos então planejavam, as tarefas, os mandamentos e tudo que acontecia na granja  e os demais bichos executavam formando assim uma forma de controle sobre a granja dos bichos. Nesse processo de planejamento quando os operários são excluídos das construções das tarefas  esse processo leva o nome de externalizado. Na granja dos bichos esse processo era externalizado, pois os bichos além dos porcos nunca eram informados ou faziam algum tipo de planejamento de tarefas eles  apenas as executavam. Nesse caso onde esse processo gera a existência de um departamento para encarregar as tarefas e cujo funcionário depende da existência de procedimentos para executar, é estabelecido, o processo impessoal. Os demais bichos não faziam pro conta própria, eles sempre dependia dos porcos para executar algum tipo de tarefa ou até mesmo para aprender algo.

O fato é que durante todo o livro podemos perceber a influência que os indivíduos, ou seja os animais sofrem, como por exemplo quando a notícia do acontecido na granja do senhor Jones começou a se espalhar e influenciou comportamento dos outros animais das fazendas vizinhas, “[Bois que sempre haviam sido tratáveis, repentinamente se tornaram selvagens, as ovelhas derrubavam cercas e comiam o trevo, as vacas davam coices nos baldes...]”pág. 42

Estas interações são justamente o enfoque da Psicologia Social, que estuda o comportamento de indivíduos em grupo, além de identificar como o indivíduo é influenciado socialmente.