A Teoria De Pierre Bordieu

A teoria de Pierre Bordieu

Pierre Bordieu foi um grande sociólogo francês influenciado por Max Weber e Durkheim. Suas análises foram voltadas para a sociologia da educação e da cultura, dedicou também suas pesquisas aos diferentes grupos sociais e o sistema de ensino como reprodutor da cultura dominante.

A partir de seus estudos, Bordieu diz que na sociedade existem as diferenças culturais e que as classes burguesas possuem um patrimônio cultural elevado, sendo superiores em seu modo de falar, de conduta, valores e etc. As classes trabalhadoras por sua vez, possuem outras características que precisam de manutenção.

Segundo Bordieu a escola ignora tais diferenças sócio-culturais, privigeliando assim os valores culturais das classes dominantes (burguesas).

Com tal atitude da escola, os filhos da burguesia tornam-se favorecidos, uma vez que a escola para eles se torna uma extensão de sua família. Já os filhos de classes trabalhadoras irão precisar assimilar e tornar-se parte do novo mundo dominante.

Segundo Bordieu:

“Há no entanto, a chamada Violência Simbólica, exercida pelo poder de imposição das idéias transmitidas por meio de comunicação cultural, da doutrinação política e religiosa, das práticas esportivas, da educação escolar”.

Para Bordieu a “violência” constituída pela escola está em impor que o aluno seja levado a pensar e agir de acordo com o que ela impõe e também porque a escola reproduz os privilégios existentes na sociedade, tirando deste modo a liberdade do aluno (filho da classe trabalhadora) de se desenvolver por seus próprios conhecimentos culturais. Para estes, a escola representa uma ruptura, pois destrói e despreza seus valores e saberes adquiridos em seu convívio cultural, fazendo com que eles reaprendam a pensar, falar, agir, etc, tornando-os novos sujeitos na sociedade. Assim sendo Bordieu considera o processo educativo uma ação de coerção e define a ação pedagógica como um ato de violência, de força.Segundo ele, com o desprezo da cultura popular desses indivíduos, estes tornam-se fracos e inseguros por causa da dominação sofrida pela própria sociedade.

Assim sendo, as escolas públicas, principalmente, por atender a população trabalhadora (que depende da sua contribuição), são as que exercem de forma mais concreta a Violência Simbólica, aqui descrita por Bordieu.

Os alunos por sua vez são convencidos a se submeterem a tal dominação, sem que percebam o que fazem e, portanto legitimam o poder exercido pelo sistema educacional.