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A importância de rodar, pulando e dançando

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Por:   •  30/5/2014  •  Tese  •  1.548 Palavras (7 Páginas)  •  309 Visualizações

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A importância de rolar, pular e dançar

Todos os agitos imagináveis com o corpo são essenciais para interagir com os colegas e aprender a ocupar os espaços

Os bebês vão para a creche cada vez mais cedo. Geralmente, não falam e passam grande parte do dia olhando as mãos, tentando pegar os pés, sorrindo, chorando, balançando a cabeça... Estão explorando o próprio corpo e se comunicando com quem está por perto. Cabe às escolas de Educação Infantil desenvolvê-los e propor atividades adequadas a isso (com os materiais apropriados). "Pesquisas mostram que as experiências sensoriais e motoras vividas na primeira infância desempenham um papel fundamental na formação do cérebro", diz o psicomotricista André Trindade, especializado em atendimento a bebês.

Nessa fase, a ação é a principal forma de linguagem. É assim que os pequenos interagem com o meio e aprendem sobre si mesmos, as pessoas que os rodeiam e os lugares que freqüentam. Por isso, não existe hora específica para pôr a turminha para se movimentar. Ao contrário, é preciso fazer isso o tempo todo. Pular, rolar, dar cambalhotas, correr - tudo é fundamental para a meninada se relacionar com os colegas e descobrir o mundo. No banho, por exemplo, bater pernas e mãos na água permite que a criança descubra do que é capaz, além de despertar sensações (o que se chama de consciência corporal).

Só mais tarde, quando a criança pronuncia as primeiras palavras, percebe que há outros meios de se comunicar. Mas ela não perde o dinamismo e a necessidade de explorar o mundo com o corpo. É por isso que situações de contenção motora, como ficar sentado muito tempo, atrapalham o desenvolvimento. "A Pedagogia tem de ser intencionalmente planejada e contemplar o que é possível e necessário para o grupo", diz Isabel Porto Filgueiras, professora do curso de Educação Física da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.

As teorias sobre o desenvolvimento motor, em especial as de Jean Piaget, Henri Wallon e David L. Gallahue, explicam por que alguém não consegue fazer determinado movimento. No entanto, não servem para todos os indivíduos, pois não é possível esperar o mesmo de todos.

Há casos de bebês que se sentam com 5 meses, enquanto outros só vão fazer isso aos 8. Essa diferença é normal e se dá por causa dos diferentes ritmos biológicos. Daí porque, hoje, considera-se melhor pensar nas competências individuais e não na idade.

Pensamento e ação

Piaget criou a expressão construção dos esquemas de ação para batizar a forma como os pequenos aprendem quando se movimentam. Para o pesquisador suíço, desde muito cedo nós, humanos, pensamos antes de agir e, toda vez que enfrentamos um desafio, aplicamos o que já sabemos. Ou seja, quando uma criança sabe andar, mas não saltar, e encontra um obstáculo no caminho (como um cabo de vassoura), ela primeiro tenta pisar sobre ele em vez de passar por cima sem tocá-lo. Provavelmente, isso provocará a perda do equilíbrio e o fim da caminhada. Piaget escreveu que, ao se levantar, será preciso criar um esquema de ação diferente. Ou seja, pela exploração surge outro jeito de vencer cada desafio.

Wallon estudou o movimento como uma forma de linguagem. Sua preocupação era com a expressão, não com a coordenação motora. Segundo ele, o recém-nascido está mais interessado nas relações sociais do que no próprio corpo. "Ele quer estabelecer vínculos para entender seu papel no mundo", explica a professora Isabel Porto Filgueiras. Para isso, o bebê usa o movimento para atrair a atenção. Já Gallahue estuda as possibilidades e limitações nas fases de desenvolvimento motor. Ele descreve cada etapa e como a criança evolui. É por isso que mais importante do que executar uma ação perfeitamente é saber fazê-la de vários jeitos. "É na diversidade que os pequenos começam a aprender sobre o mundo", completa Isabel.

Grandes conquistas

Nas primeiras semanas de vida, a postura do bebê é retraída. Pernas e braços só começam a se expandir por volta do terceiro ou quarto mês. A partir daí, ele passa a ter ações voluntárias, mas ainda dominadas por reflexos. A etapa seguinte é fortalecer a musculatura dorsal e as conquistas viram sentar, se arrastar, engatinhar, ficar em pé e andar. Junto com a locomoção e o equilíbrio vem a exploração voluntária. O pequeno pega um brinquedo, balança, leva à boca e coloca em cima de outro. Pela limitação do campo visual, tato e visão são unidos. Ou seja, para enxergar, ele precisa tocar.

É fundamental variar as posturas: ficar de bruços, de lado e sentado (com ou sem almofadas ou no bebêconforto). Nessa fase, os bebês precisam ser acolhidos, no colo, no berço ou no solo. André Trindade sugere fazer "ninhos" dentro da sala. "Forre o chão com tecidos macios (colcha ou edredom) e monte um canto com muitas almofadas. Isso provoca a sensação de contorno e proporciona o bem-estar."

Com a criança andando, proponha novos desafios para aperfeiçoar a locomoção. Subir e descer escadas, escorregar, girar, rolar e agachar são boas opções para explorar as possibilidades e limitações do corpo (saiba como uma escola de São Paulo faz isso no quadro abaixo). Mais adiante, com a entrada no mundo da fantasia, o ideal é oferecer muitos brinquedos e apresentar atividades que utilizem as linguagens falada e escrita, como as brincadeiras de roda.

Descobertas no parque

Desenvolver a sensação corporal. Esse era o objetivo do trabalho de Sandra Oliveira Augusto Mathias e Alinete Aparecida Lombardi Alves, do CEI Cidade de Genebra, em São Paulo. Professoras do B2 (1 e 2 anos), elas perceberam como as crianças eram fascinadas pelos brinquedos do parque.

"O encantamento se explica pelo tamanho dos objetos. São bem maiores que os do nosso solário, onde os pequenos estavam acostumados a ficar", lembra Sandra. Mas o sentimento vinha acompanhado de outro:

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