A Ética Protestante e o “Espirito” do Capitalismo
Por: Bruno Conte • 9/4/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 798 Palavras (4 Páginas) • 273 Visualizações
A Ética protestante e o “espirito” do capitalismo é uma das obras fundadoras da sociologia moderna. Este é um clássico da literatura sociológica é a tentativa de uma resposta à pergunta de Weber do por quê os protestantes eram mais hábeis no comércio católico. Ao explicar que o capitalismo é um produto religioso, ele faz uma importante historização das religiões protestantes, explicando como estas se originaram, seus dogmas, e sua contribuição para o capitalismo.
Para Weber, o capitalismo “uma ação econômica capitalista (...) que se baseia na expectativa de lucro através da utilização das oportunidades de troca”. Os protestantes estavam muito mais inseridos no comércio do que os católicos, tanto na qualidade de empregados qualificados, como superiores dos maiores lucros.
O provérbio “coma ou durma bem” consegue explicar a grande diferença entre o protestante e o católico. O primeiro prefere saciar-se, já o segundo prefere dormir sem ser perturbado. E para o capitalismo, quanto mais “fome” você tiver, melhor. Calvinismo era qualificada como a “essência da economia capitalista”.
Weber chama atenção para o fato presente antes do “desenvolvimento capitalista”, é um impulso particular.
A questão das forças motivadoras da expansão do capitalismo moderno não é, em primeira instância, uma questão de origem das somas de capital disponíveis para o uso capitalístico, mas, principalmente, do desenvolvimento do espirito do capitalismo. Onde ele aparece e é capaz de se desenvolver, ele produz seu próprio capital e seu suprimento monetário como meios para seus fins, e não o inverso (WEBER, 1987, p. 44-45).
A “vocação” é uma valorização do trabalho cotidiano, do cumprimento do dever. Neste conceito que está todo o dogma do protestantismo, pois o único modo de vida aceitável para Deus é o cumprimento das tarefas, impostas pela sua posição no mundo.
O calvinismo foi uma religião principalmente de países capitalisticamente desenvolvidos, como Inglaterra, França e Países Baixos. Seu dogma mais característico era a doutrina da predestinação, “não está no homem, mas somente em Deus. Deus não existe para os homens, mas estes por causa de Deus. E tudo o que acontecer (...) só pode ter algum sentido como meio para a glória e a majestade de Deus” (WEBER, 1987, p. 71).
No calvinismo, o mundo existia para glorificar a Deus e cumprir os seus mandamentos. O calvinista era um instrumento da vontade divina.
Todos os calvinistas deveriam considerar-se o escolhido e combater as dúvidas e tentações do demônio.
O pietismo nasceu de um desenvolvimento calvinista na Inglaterra e Holanda. Foi se separando gradativamente até ser absorvido pelo luteranismo. “Desejava, por meio do ascetismo intensificar, gozar a bem-aventurança da comunidade com Deus nesta vida” (WEBER, 1987, p. 91). Era voltada para a ética vocacional, pois o próprio Deus abençoava seus escolhidos através do sucesso em seu trabalho.
O metodismo é de caráter sistemático, “metódico”, acreditam que as boas obras devem ser realizadas apenas para a glória de Deus; que são um meio para se conhecer o estado de graça de alguém, e quem não pratica obras boas não é um bom crente.
As seitas batistas. O modo de vida do batista foi inspirado em São Francisco, que se desligou de todo o gozo da vida. As seitas batistas “desmistificaram” o mundo, desenvolvendo a mais radical desvalorização de todos os sacramentos que tinham como fim a salvação.
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