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ALFABETIZAR E LETRAR NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

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Por:   •  4/10/2014  •  9.763 Palavras (40 Páginas)  •  1.094 Visualizações

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Introdução

O presente estudo tem como enfoque principal a questão prática da alfabetização e letramento nas séries iniciais do ensino fundamental, baseando-se em concepções teóricas fundamentadas por diversos autores.

Visto que a sociedade hoje é uma sociedade grafocêntrica, não basta ao indivíduo ser simplesmente alfabetizado, ou seja, aprender meramente a decodificar. Faz-se necessário que o mesmo seja também letrado para que possa exercer as práticas sociais de leitura e escrita nesta sociedade.

Partindo desse princípio, vemos a urgência de se apresentar para o educando uma leitura que norteie seu posicionamento e que seja capaz de resultar no leitor que compreende a essência do texto, estabelecendo relações com o autor do mesmo e preenchendo as lacunas que possivelmente possam surgir no ato de ler, é que se realizou uma observação com a leitura crítica.

O que estamos levando para a sala de aula, em se tratando de leitura, contribui para a formação do leitor crítico e reflexivo? Estas preocupações tem se manifestado nos últimos tempos em ações que, de alguma forma, objetivam oferecer suporte ao ensino de leitura e escrita nas escolas.

É importante ressaltar um momento histórico, em sociedades distanciadas tanto geograficamente quanto socioeconomicamente e culturalmente, a necessidade de reconhecer e nomear práticas sociais de leitura e de escrita mais avançadas e complexas que as práticas do ler e do escrever resultantes da aprendizagem do sistema de escrita. Assim, é em meados dos anos de 1980 que se dá, simultaneamente, a invenção do letramento no Brasil, para nomear fenômenos distintos daquele denominado alfabetização.

As alterações no conceito de alfabetização nos censos demográficos, ao longo das décadas, permitem identificar uma progressiva extensão desse conceito. A partir do conceito de alfabetizado, que vigorou até o Censo de 1940, como aquele que declarasse saber ler e escrever, o que era interpretado como capacidade de escrever o próprio nome; passando pelo conceito de alfabetizado aquele capaz de ler e escrever um bilhete simples, ou seja, capaz de não só saber ler e escrever, mas de já exercer uma prática de leitura e escrita, ainda que bastante trivial adotado a partir do Censo de 1950; até o momento atual, em que os resultados do Censo têm sido freqüentemente apresentados, sobretudo nos casos das Pesquisas Nacionais por Amostragem de Domicílios (PNAD), pelo critério de anos de escolarização, em função dos quais se caracteriza o nível de alfabetização funcional da população, ficando implícito nesse critério que, após alguns anos de aprendizagem escolar, o indivíduo terá não só aprendido a ler e escrever, mas também a fazer uso da leitura e da escrita, verifica-se uma progressiva, embora cautelosa, extensão do conceito de alfabetização em direção ao conceito de letramento: do saber ler e escrever em direção ao ser capaz de fazer uso da leitura e da escrita.

Alfabetizar, como propõem Freire e Macedo (1990), é a relação entre o educando e o mundo, mediada pela prática transformadora deste mundo” e o Letramento que, segundo Soares (2000), “é o estado em que vive o indivíduo que não só sabe ler, mas exerce as práticas sociais de leitura e escrita que circulam na sociedade em que vive.”

“É preciso, a esta altura, deixar claro que defender a especificidade do processo de alfabetização não significa dissociá-lo do processo de letramento.” Segundo Magda Soares: p.26 2003

Levando assim, em consideração o que Magda Soares relata em seus estudos “de que a leitura do mundo precede a leitura da palavra”, e ainda, “o ato de aprender a ler e escrever deve começar a partir de uma compreensão muito abrangente do ato de ler o mundo, coisa que os seres humanos fazem antes de ler a palavra”. Isso quer dizer que o indivíduo não é um depósito vazio e zerado antes da alfabetização, e ali, nós, educadores, estaremos enchendo-o com informações mecânicas e institucionais, através de uma escolarização. Ele já possui sua capacidade de leitura dentro do seu contexto social para sobreviver em meio ao grupo em que vive. A alfabetização com a prática do letramento, trará ao indivíduo capacidades, competências, habilidades diversas para que este se envolva com as variadas demandas sociais de leitura e escrita.

Soares (1998) afirma que o Brasil despertou para o fenômeno do letramento a partir do momento em que percebeu que o problema não é apenas ensinar a ler e escrever, mas sim, proporcionar às crianças e adultos que façam uso da leitura e da escrita, envolvendo-se em práticas sociais das mesmas. A primeira condição para o letramento em uma sociedade é que haja escolarização real e efetiva da população, a alfabetização. A segunda, é que sejam criadas condições para que o alfabetizado fique imerso em um ambiente letrado, com acesso a materiais de leitura e escrita.

Para a mesma, a ausência desse ambiente letrado pode ser reconhecida como uma causa do insucesso das campanhas de alfabetização em nosso país. Percebia-se que os alunos saiam alfabetizados da escola, mas não havia condições para o letramento, quer dizer, não havia um ambiente que pudesse proporcionar-lhes continuação no processo para que se tornassem letrados.

Ciente da importância do conceito de letramento e desejoso em fazer avançar os estudos neste campo, o que pretendo com este trabalho é pesquisar o desenvolvimento da leitura e da escrita e sua apropriação social em um determinado processo de alfabetização.

A partir desse objetivo podemos verificar o processo de alfabetização de alguns alunos em escolas públicas do município de Jacareí.

Algumas questões me orientaram nesta pesquisa:

Quando uma criança está alfabetizada para você?

Qual seria o método ou processo ideal para que uma criança seja alfabetizada /letrada?

Quais os fatores que se deve privilegiar no ensino da leitura e de que maneira os fatores pedagógicos se relacionam a eles?

A fim de atingir esse objetivo, esta monografia foi construída em três capítulos.

O primeiro capítulo vai se ocupar em compreender a relação entre alfabetização e letramento segundo o ponto de vista de diferentes autores.

No segundo capítulo aprofundaremos a questão da alfabetização e letramento no processo ensino/aprendizagem; no terceiro, estaremos abordando o processo da aquisição da leitura e da escrita, explicitando a metodologia da pesquisa, analisaremos

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