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AUTORITARISMO, ECONOMIA E LIBERDADE: ATÉ ONDE CAMINHARAM JUNTOS?

Por:   •  26/3/2016  •  Projeto de pesquisa  •  2.369 Palavras (10 Páginas)  •  353 Visualizações

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AUTORITARISMO, ECONOMIA E LIBERDADE:     ATÉ ONDE CAMINHARAM JUNTOS?

A estreita relação entre a boa qualidade de vida econômica e a censura durante a ditadura militar vivida no Brasil no período de 1964 a 1985.

                                                                                       Maíra de Amorim

                                                                                       Giulia Avellar

                                                                                       Daniel de Amorim

                                                                                       Caio Castro

RESUMO

O trabalho busca analisar a relação entre a economia brasileira e a censura vivida. De maneira que apresenta dados coletados de jornais da época sobre a situação econômica brasileira e o que foi feito com esse dinheiro e fala também sobre a baixa dos Atos Institucionais que tiraram o espaço de expressão de cada cidadão modificando as músicas, artes plásticas, cênicas e outras formas de manifestação cultural analisando o contexto vivido durante os 21 anos de regime autoritário dos militares.

Palavras-chave: ditadura militar, economia, censura, música.

INTRODUÇÃO

Estudar o passado permite uma reflexão sobre o presente buscando sempre uma melhora. Esse trabalho fala sobre a regime militar que o Brasil viveu durante 21 anos e seus reflexos na economia e nos meios de comunicação e expressão da época. Conta o que houve nesse período e como a sociedade reagiu aos acontecimentos com o intuito de entender como ocorreu analisando a história brasileira e comparar o quadro vivido atualmente.

Censura no Brasil autoritário de 1964

A censura vivida no Regime Militar foi um dos eventos mais marcantes da história brasileira. O governo militar controlava toda e qualquer manifestação dos cidadãos. A censura, que era no início apenas uma defesa à expansão comunista, tornou-se por 21 anos um país fechado para a liberdade de expressão.


[pic 1]

A Constituição Brasileira que garantia direitos a toda população foi tomada pelos Atos Inconstitucionais desse período que dava total autonomia aos militares. Com o avanço dos Atos, o Brasil se tornava palco característico do despotismo, direitos vetados e total opressão dos militares e da polícia. A censura também era aplicada aos meios de comunicação e as produções culturais, como a música, livros e o meio cinematográfico. Tinha como principal objetivo “tampar” os olhos da população, queriam convencer a partir da mídia, que o país vivia em estabilidade, estampar nas capas dos jornais uma verdade que não era vivida.

A música popular brasileira... mais conhecida como MPB, acabou sendo uma das maiores vítimas do autoritarismo militar. Com o Regime Militar instituído no país, muitas desses grupos foram extintos ou proibidos. A maioria dos jovens tentavam buscar uma forma de se expressar e a música foi um artificio usado. Festivais como da MPB ou até o movimento Tropicalista começaram a incomodar e ameaçar o governo, por ter caráter sociocultural, por “romperem” com a ética da população, as músicas entravam no subconsciente das pessoas e propagavam ideias. (Música “Para não dizer que não falei das flores”, a qual foi um hino para os manifestantes)

Temos como exemplo, Chico Buarque de Hollanda, um dos maiores compositores da história brasileira que foi o artista mais censurado, por suas obras de protestos ou até nas que feriam os costumes impostos na época.[pic 2]

Podem-se citar várias composições de Chico, todas com duplo sentido para enganar os governantes. Muitas vezes, o caráter crítico era apenas reconhecido depois do sucesso alcançado. Como a música “Cálice” com o trocadilho para “Cala-se”.

 Exilado 1 ano na Itália, Chico continuou sendo perseguido. Uma de suas músicas, “Apesar de Você”, aprovada e depois acusada de ser uma música em que critica o governo Médici, foi totalmente perseguida com todos seus exemplares recolhidos, sobrando apenas uma matriz da música.

[pic 3] 

Com a consequência da censura, na imagem o Presidente Médici e Pelé levantando a taça com a vitória da Copa de 1970. Essa foto retrata tudo aquilo que o governo tinha interesse em divulgar, um país em ordem e unido, deixando de lado a imagem do presidente ditador e do Brasil reprimido.

Outro fato muito importante para a história brasileira durante a ditadura militar foi a morte de Wladimir Herzog. Em outubro de 1975, Herzog é intimidado a prestar depoimento num quartel onde funcionava o DOI-CODI (“O Destacamento de Operações Internas - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) foi um órgão subordinado ao Exército, de inteligência e repressão do governo brasileiro durante o regime inaugurado com o golpe militar de 31 de março de 1964, a ditadura militar, também chamada de Anos de Chumbo".) e no dia seguinte aparece morto em uma cela. O comando o II Exército, onde foi o depoimento, afirmou que foi suicídio, entretanto ninguém acreditou nessa história. A morte de Herzog gerou indignação no povo que por consequência fizeram um protesto público contra o Regime Militar. Apesar dos protestos, meses depois o operário Manuel Fiel Filho apareceu morto com circunstâncias parecidas, após ter sido interrogado pelo DOI-CODI. Assim, ficou evidente que os órgãos de repressão tinham se tornado um poder paralelo e Geisel vê isso como uma tentativa dos militares de linha-dura sabotar o seu projeto, diante disso ele demite o comandante do II Exército, Ednardo D’ávila.

ECONOMIA NA DITADURA MILITAR

Para ter controle sobre a economia, o governo militar criou o Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG). Esse programa consistia em diminuir as desigualdades existentes entre as regiões (Norte-Sul), reformar o Sistema Financeiro Nacional (criou-se o Banco Central - responsável pela emissão de moeda e controle das operações financeiras do país), aumento dos investimentos estatais (principalmente em infraestrutura), combater a inflação (que era crescente – chegando a 92,1% em 1964) e atrair investimentos externos (capital basicamente americano).

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