Análise Crítica sobre William Stokoe e Lucinda Ferreira Brito
Por: evehaponi • 20/11/2023 • Resenha • 425 Palavras (2 Páginas) • 61 Visualizações
Análise Crítica sobre William Stokoe e Lucinda Ferreira Brito
Para que todas as línguas deixassem sua marca na história, foi essencial que alguém criasse um conjunto de sinais e símbolos de forma escrita que representasse essa língua. Com a LS não foi diferente, com a ressalva de que esse tipo de linguagem só passou a ser verdadeiramente notado na América do Norte na década de 60 com William Stokoe e no Brasil na década de 80 com a linguista Lucinda Ferreira Brito.
William Stokoe era professor na Universidade de Gallaudet na Flórida e por não entender direito a forma como os surdos se comunicavam, resolveu estudar aquele tipo de linguagem e acabou percebendo que a mesma além de ser uma linguagem gestual, é também uma linguagem natural e padronizada. Em outras palavras, ele percebeu que dentro desse código que os surdos usam para se comunicar existe uma estrutura linguística. A cada sinal feito, as mãos tomam uma forma diferente, em uma parte do corpo diferente, com movimento ou sem movimento. Stokoe deu o nome destes parâmetros de Configuração de Mão, Ponto de Articulação e Movimento, sendo eles a base que outros linguistas usaram para desenvolver e entender melhor a LS.
Já no Brasil, a linguista Lucinda Ferreira Brito ao estudar a LS dos índios Urubu-Kaapor percebeu que os mesmos não falavam a língua de sinais que o resto do país falava, mas os surdos dessa tribo criaram sua própria língua de sinais que inclusive até os índios que usavam a linguagem oral também se comunicavam pela linguagem de sinais, se tornando assim bilíngues, enquanto os surdos continuavam monolingues.
Sendo assim, o que liga William Stokoe e Lucinda Ferreira Brito, além de ambos terem contribuído para a visibilidade dos surdos, é o fato de que ao estudar a LS estes acabaram fazendo descobertas que contribuíram também para a linguística como um todo. Stokoe por descobrir uma modalidade nova (A própria LS) de uma linguagem natural, e Ferreira Brito porque ao se deparar com a criação da LS usada pelos índios Urubu-Kaapor descobriu lacunas dentro das teorias linguísticas.
A língua de sinais é bem mais do que apenas mímica ou gestos, é a forma que uma parcela grande da sociedade usa para se comunicar, então estudar a língua de sinais não é um favor que fazemos aos surdos, além de ser nossa obrigação enquanto sociedade ainda é algo essencial para o desenvolvimento da linguística e da cultura de cada povo.
Aluna: Évellyn Janaína Klutchek da SIlva
IFSP Campus Salto - Licenciatura em Letras - 4º período
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