As Revoluções Industriais e a Formação Consciente Administrador
Por: diegosouzart • 5/6/2020 • Dissertação • 4.067 Palavras (17 Páginas) • 128 Visualizações
As Revoluções Industriais e a formação consciente Administrador.
SILVA, Denilson de Souza.
UFRJ
denilsonsouzaweb@hotmail.com
RESUMO
Este trabalho pretende analisar o princípio educativo do trabalho. A pesquisa foi realizada após reflexões sobre a Teoria Geral da Administração (TGA) na qual após estudadas as Primeira, Segunda, Terceira e Quarta Revoluções Industriais, ressurgiram a importância de se pensar nos modos de produção industriais que marcaram o capitalismo. Logo, a breve análise do Taylorismo, do Fordismo e do Toyotismo contribuíram à reflexão do trabalho como seu princípio educativo. A compreensão destes conhecimentos integrados alinha-se às ideias de Medeiros (2019) ao apresentar-nos a construção do trabalho em uma dimensão ontológica. Neste sentido a categoria Trabalho assume uma dimensão ampliada ao identificá-lo num ciclo contínuo no qual o homem vive naturalmente trabalhando e através do trabalho são despertadas novas necessidades e novos conhecimentos que atenderão as novas expectativas da sociedade vigente. Por consequência, a reflexão despertou a necessidade de pensar no papel do Administrador de Empresas e a importância consciente da sua função.
Palavras-chave: Revoluções Industriais. Capitalismo. Trabalho e Educação. Consciência do Administrador.
Histórico das Revoluções Industriais
A compreensão histórica da sociedade atual é fundamental para o entendimento do homem social e do administrador, enquanto profissional, atuante no Mundo do Trabalho.
Neste contexto, abordaremos sobre a primeira, a segunda e a terceira Revolução Industrial. Quando a palavra Revolução vem à tona, logo associamos como a disputa uma guerra entre dois ou mais grupos. Mas esta não é a característica das revoluções industriais, muito embora o processo motivador que as influenciou também seja o motivador de grandes disputas e guerras. Esse fator motivador é o modelo econômico vigente na maioria dos países chamado Capitalismo.
Logo, as transformações ocorridas na sociedade que impactaram as relações sociais históricas e romperam paradigmas são o resumo destas revoluções.
A primeira revolução industrial surgiu na Inglaterra entre os anos de 1760 a 1860. Podemos caracterizar que a Inglaterra foi pioneira nesse quesito. Esse conceito de indústria é um ponto zero devido a alguns fatores, por exemplo, o grande poder aquisitivo da burguesia naquela época.
“a chamada burguesia almejava lucros através de todas as possíveis atividades comerciais. Com o dinheiro em circulação, iniciam-se as atividades dos banqueiros e dos cambistas. Com a economia se movimentando, começam a surgir ideias que vislumbram lucratividade, riqueza, maior produção e controle dos sistemas produtivos e a expansão comercial.” (MEDEIROS, 2019, p. 24)
A burguesia cultivava financiava vários empreendimentos, várias fábricas, novas máquinas. E o grande estoque de carvão mineral e também a procura de muitas pessoas por empregos nessas indústrias foram fatores que motivaram o surgimento da primeira revolução na Inglaterra.
Além da Inglaterra, outros países como a Alemanha, a França e os Estados Unidos da América também foram envolvidos neste novo modo de produção que se caracterizou com os trabalhos manuais e totalmente artesanais feitos por famílias e pessoas por homens agora feito por máquinas.
Conforme Medeiros (2019, p. 50) o capitalismo criou forças produtivas em atividades que exigiam mais atenção, mais força e noutra mais habilidade. Por isso o capitalismo desenvolveu novas potencialidades e multiplicou as especialidades ao mesmo tempo em que liga o trabalhador apenas a uma delas. Desta forma, o capital modificou formas de reprodução das forças de trabalho, nas quais não era mais preciso reproduzir a força de trabalho tradicional do artesanato, mas apenas a força de trabalho parcial desde que fosse útil.
(...) a sociedade capitalista nasceu e desenvolveu-se efervescendo o estranhamento do homem diante do Trabalho enquanto característica positiva. Ao perder o domínio da produção e dos meios de produção, o homem tornou-se mercadoria comercializada como força de trabalho para outro que anseia pela riqueza e poder social. (MEDEIROS, 2019, p.19)
Como em todas as mudanças há aspectos negativos e positivos. Atendo-nos as características positivas, tivemos melhoras não somente na indústria como também no meio de transporte. Por exemplo, a invenção da Maria Fumaça. Nessa primeira revolução industrial um outro aspecto positivo foi a redução do custo de mercadorias. Como malefício, podemos citar a redução de alguns postos de trabalho devido a essa automatização. Fato que acontece até os dias atuais assim como as poluições ambientais e sonora.
A Segunda Revolução Industrial que foi nos anos de 1860 até 1900 não teve um local específico de início. Vários países juntos conseguiram evoluir e trazer à tona esse conceito. Na indústria, Alemanha, Itália, França e Estados Unidos além da própria Inglaterra mantiveram o desenvolvimento com base nos avanços tecnológicos das novas maneiras de produzir o aço. O surgimento na energia elétrica bem como os estudos e os avanços tecnológicos e químicos surgidos do petróleo e dos combustíveis também marcam esta revolução.
As desigualdades provocadas por ordem econômica que viriam a reconfigurar o ordenamento social que persiste até os dias atuais. Acreditando que através do desenvolvimento científico as nações poderiam dominar outras, de forma racional e com previsibilidade, sem o incentivo às guerras. Consolidam-se os Estados Unidos da América o que incentivou a migração de muitos europeus para os EUA a fim de melhores condições financeiras de vida. Como consequência do imperialismo americano, começou-se a vislumbrar a possibilidade de os proprietários ganharem mais dinheiro – e poder – ao adotar medidas que viabilizassem maiores lucros principalmente sobre o trabalho do trabalhador. (MEDEIROS, 2019, p.26)
Um fato interessante é que tudo o que nós consumimos hoje, de forma não natural, foi devido à indústria dois ponto zero devido. Então os enlatados que nós consumimos hoje surgiram do conceito da indústria 2.0.
Neste contexto, Henry Ford com a criação da linha de produção em massa. Os avanços tecnológicos, a invenção do motor, a explosão o motor a combustível ocorreram a fim de reduzir custos de produção e aumentar a produtividade. Em consequência, a qualidade dos produtos também aumentou. Outras invenções que ocorreram naquele período foram com o avanço da medicina: criação de novas vacinas e do antibiótico. Também a criação da lâmpada incandescente e do avião. Tudo ocorreu nesse período da Segunda Revolução Industrial.
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