CONTEXTO POLÍTICO-SOCIAL DO BRASIL NA OBRA "OLHAI OS LIRIOS DO CAMPO".
Exames: CONTEXTO POLÍTICO-SOCIAL DO BRASIL NA OBRA "OLHAI OS LIRIOS DO CAMPO".. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Alex3277 • 4/3/2015 • 1.051 Palavras (5 Páginas) • 2.243 Visualizações
CONTEXTO POLÍTICO-SOCIAL DO BRASIL NA OBRA “OLHAI OS LIRIOS DO CAMPO”.
Temporalmente, o texto escrito por Érico Veríssimo, em 1938, pode ser associado ao tempos mais remotos até os dias atuais.]Análogo ao contexto descrito no Sermão da Montanha, quando Jesus Cristo ensina aos fariseus sobre o excesso de preocupação com a aparência e o acúmulo de riquezas, o texto inspira o autor a iniciar uma discussão sobre o pensamento capitalista vivido no Brasil, na década de 1930, onde o acúmulo de capital, a ostentação e a supervalorização da posição social se sobrepõem aos conceitos de moral, respeito ao próximo e até mesmo às famílias. O romance modernista típico da semana de 1922, da obra de Érico Veríssimo abrange as primeiras décadas do século XX, então permeadas por mudanças de ordem estrutural, política, social e ideológica. Seu viés político-social contrasta com o clima bucólico vivido pelo personagem principal, Eugênio, um jovem médico que vive em conflito sobre suas concepções sobre amor e ascensão social. O Brasil recém havia passado pelo golpe de estado que deu origem à República e, menos de meio século após o evento, a estrutura é dissolvida pela Revolução de 30, seguida pelo golpe que instituiu o Estado Novo, menos de uma década depois. Na adesão à economia capitalista, o Brasil se vê em meio a contradições: a industrialização que convive com a tradição rural do país, as acentuadas diferenças entre campo e cidade, os dilemas sociais enfrentados pela população com a crescente modernização da sociedade. A maior parte da produção literária do período provém do nordeste e do sudeste. No Sul o principal expoente será Érico Veríssimo, que, em suas obras, irá abordar os problemas da classe média urbana, onde os cidadãos são confrontados com a vida na cidade grande em rápida transformação. No período analisado, qual seja ele a década de 1930, algumas cidades do Brasil passavam por um intenso processo de modernização, com a implementação da indústria e os projetos de urbanização. Neste caso específico, os processos identificados privilegiam o Rio Grande do Sul e, mais especificamente, Porto Alegre. O ideal de progresso é o respaldo para a legitimação da corrente positivista que viera agregada à república, além da implementação do liberalismo econômico, que prega a livre concorrência. A incipiente industrialização promove a consolidação da classe dos operários, trabalhadores das fábricas e da construção civil. As condições de trabalho eram precárias em todos os estados, o que causava inúmeras revoltas urbanas das classes trabalhadoras. Assim, o governo implementa uma série de medidas que visa ao tratamento específico das questões trabalhistas, já que havia abuso nas relações entre os proletários e a burguesia industrial que os empregava. Com a industrialização e a consolidação das classes operárias e burguesas, as relações capitalistas se intensificam. A modernização do estado está fortemente ligada às políticas públicas de urbanismo das cidades, onde o centro acomoda os signos modernos – edifícios, calçadas, luz elétrica, lojas, automóveis – enquanto que os bairros afastados servem para manter a população mais pobre e os operários à margem desse desenvolvimento. O romance presentemente analisado está permeado por críticas relativas à sociedade do período e cobrem diversos assuntos, desde o posicionamento político até a conduta dos personagens, passando pela crítica à moral e aos bons costumes, além de proporcionar um painel histórico e social a partir de uma visão peculiar, que é a de Érico Veríssimo. É importante observar que o casamento de Eugênio com Eunice tivera o aspecto de uma transação comercial. Em todo momento fica claro que não há amor naquela união e que tudo não passa de um jogo de interesses. Eugênio, como dito anteriormente, sente-se deslocado do meio em que está e seu dilema é pautado pela procura por um ambiente confortável. Esse seu sentimento de não pertencimento
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