Antropologia e história do Brasil. Obras de Sergio Boucara de Hollanda
Resenha: Antropologia e história do Brasil. Obras de Sergio Boucara de Hollanda. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Lorrane • 26/10/2014 • Resenha • 8.974 Palavras (36 Páginas) • 470 Visualizações
ANTROPOLOGIA E CULTURA BRASILEIRA
Saiba mais
Leia a matéria completa de Hermano Vianna publicada no caderno
Mais!, da Folha de São Paulo, em 12/03/2000, e reflita:
O texto pode ser encontrado no seguinte endereço da internet:
http://www.cefetsp.br/edu/eso/patricia/antagonismosfreyre.html
Seguem aqui algumas obras que certamente enriquecerão seu
conhecimento de Antropologia brasileira:
AMADO, Gilberto et al. Gilberto Freyre: sua ciência, sua filosofia, sua
arte (ensaios sobre o autor de Casa-grande & senzala e sua influência na
moderna cultura do Brasil). Rio de Janeiro: José Olympio, 1962.
CANDIDO, Antônio. “O significado de ‘Raízes do Brasil’”. In: HOLANDA,
Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2008.
DEBRUN, Michel. A identidade nacional brasileira: estudos avançados.
Vol. 4, nº 8, 1990, p. 39-49.
6.2 A perspectiva de Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil
Os trabalhos de Sérgio Buarque de Holanda estão elaborados da mesma forma que os de Gilberto
Freyre, que, segundo Cristina Costa (2005), iniciou sua produção intelectual a partir da crítica literária
para a crítica cultural.
Publicou, em 1936, seu primeiro livro, Raízes do Brasil, sendo este um clássico da Sociologia, da
Antropologia e da História brasileira. É uma obra na qual elabora uma análise social criticando a
formação das elites culturais e políticas do Brasil. Ao elaborar essa obra, tinha como objetivo delinear
uma “psicologia” do povo brasileiro, a partir do processo colonizador.
Em sua grande obra, Raízes do Brasil, Sérgio Buarque de Holanda (1995) conta a História do
Brasil com um foco sociológico e tem como influências intelectuais as obras de Max Weber e
George Simmel. Influências estas que recebera a partir dos textos lido diretamente quando esteve
na Alemanha entre 1929-1930. Desta forma, nesta obra ele recorre à Sociologia weberiana,
buscando identificar entre os ocupantes do nosso território os “tipos ideais” de homens brasileiros,
cunhando então as figuras do semeador e do ladrilhador, para melhor explicar a diferença entre
a colonização lusitana da espanhola.
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Unidade II
Sérgio Buarque crítica a falta de preocupação dos portugueses com a educação, com a linguagem e
com a imprensa, resultando em três séculos de ignorância para o nosso país.
Em Raízes do Brasil, o autor, a partir de uma análise dos contrários, demonstra nossas origens.
Demonstra que o povo português trouxe para a colonização características próprias de seus estilos
de vida como: ausência da hierarquia social e a utilização do prestígio social em busca de privilégios.
Assim, um dos temas fundamentais deste livro será o não interesse pelo trabalho e por atividades úteis,
resultando na falta de organização, pois os ibéricos não abrem mão de sua vaidade, de seus caprichos
ou interesses particulares para beneficiar o seu grupo.
Buarque de Holanda (1995) distingue o trabalhador e o aventureiro, demonstrando duas formas
opostas de comportamento psicológico, dois tipos ideais, para analisar o espanhol e o português.
O aventureiro seria o homem que busca novas experiências, vive uma vida provisória e tem
como objetivo apenas descobrir. Já o trabalhador seria o homem que analisa as dificuldades que
enfrentará e a partir do esforço lento e continuo persiste planejando para tirar o maior proveito
possível. Há uma ética do trabalho, por isso, para o trabalhador, só tem valor moral positivo às
ações que tem vontade de realizar para melhor organizar o seu trabalho e, contrariamente, os
aventureiros só realizarão os imorais e desprezíveis como a ousadia, o descuido, o desleixo, a falta
de responsabilidade, a inconstância, a vagabundagem... enfim, tudo o que é desprezível, buscando
sempre dirigir seus esforços para uma compensação imediata. O ideal do trabalhador é algo estúpido
para o aventureiro.
Quadro 12 – Principais obras publicadas de Sérgio Buarque de Holanda.
Ano publicação Título
1936 Raízes do Brasil
1946 Monções
1949 Índios e mamelucos na expansão paulista
1957 Caminhos e fronteiras
1958 Visões do paraíso
1960-72 História geral da civilização brasileira (org.)
Observação
Essa categorização, de “trabalhador” e “aventureiro”, é o tipo ideal
de Weber. Não existe, na realidade, uma pessoa que seja apenas um
tipo. É uma construção teórica para poder explicar a realidade. Mas a
construção teórica nos ajuda a obter conhecimento sobre o homem e
a sociedade.
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