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Características dos desvios e distúrbios musculares

Tese: Características dos desvios e distúrbios musculares. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  20/11/2013  •  Tese  •  2.731 Palavras (11 Páginas)  •  374 Visualizações

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A presença de crianças e adolescentes em ambientes de trabalho é citada em vários momentos na história da humanidade, porém, deve-se ressaltar que a concepção de trabalho infanto-juvenil entendida na conotação capitalista, será evidenciada no mundo, principalmente, a partir do processo de Revolução Industrial iniciada no século XVIII.

Segundo Priore (2004), no Brasil, já na embarcação dos portugueses rumo a este país no século XVI, crianças já faziam parte do contexto do trabalho, pois várias crianças eram embarcadas para exercerem a função de pequenos marujos, tal contexto demonstra que enquanto os ingleses procuraram suprir a falta de mão-de-obra adulta livre nos navios, utilizando escravos e negros alforriados, os portugueses optaram pela utilização de crianças.

A absorção de crianças e adolescentes no universo do trabalho demonstra que as políticas econômicas em voga privilegiam o mercado, em detrimento da integridade física e moral do indivíduo, já que estes são subjugados a aceitar as regras de dominância, pois vêem sua entrada no mundo do trabalho como uma possibilidade de driblarem a pobreza e a exclusão social à que estão sujeitos.

O trabalho infanto-juvenil é um fenômeno histórico, que ainda não foi superado totalmente pela humanidade, já que os imperativos que levam as crianças e adolescentes a ingressarem nesse universo ainda se colocam marcantes na vida das famílias e, principalmente, das crianças e adolescentes que são colocados como "solução" de um problema que deveria ser resolvido por adultos.

Sabendo que estas crianças estão em um processo de desenvolvimento maturacional, surgiu o interesse em estar apontando como este trabalho pode alterar as curvaturas da coluna caracterizando os desvios. Este trabalho tem como objetivo relacionar desvios na coluna vertebral em menores, com o trabalho infantil e mostrar o quanto é prejudicial o trabalho infantil ao desenvolvimento estrutural e postural, dando ênfase à coluna vertebral das crianças.

2. Caracterização dos desvios e alterações musculares

A coluna vertebral é composta por 33 vértebras sobrepostas umas as outras com a função de dar estrutura e absorção do peso corporal. De acordo com Moore & Dalley (2001) a coluna vertebral estende-se do crânio até o ápice (ponta) do cóccix. Um quarto é formado por discos fibrocartilagíneo, que separam e mantêm juntas as vértebras. Tem a função de proteger a medula espinhal e os nervos espinhais, suportar o peso do corpo, fornecer um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e um pivô para a cabeça e exercer um papel importante na postura e locomoção.

Entende-se por postura o conjunto de posições que descrevem o estado ou formas adotadas pelo indivíduo num determinado tempo. Segundo Kendall et al. (1995) a postura é composta das posições de todas as articulações do corpo em um dado momento e o alinhamento postural estático se descreve em termos de posições de varias articulações e segmentos do corpo.

A postura pode ser boa ou má. Entende-se por boa postura um conjunto de posições onde as articulações estejam em harmonia e haja um bom alinhamento da coluna vertebral, pois de acordo com Kendall et al. (1995) o alinhamento esquelético ideal envolve uma quantidade mínima de esforço e sobrecarga, e conduz a eficiência máxima do corpo.

Uma boa postura, segundo Carnaval (1998) é aquela em que o indivíduo, em posição ortostática, exige pequeno esforço da musculatura e dos ligamentos para se manter nessa posição. Assim ele se encontra num melhor equilíbrio estático.

Temos como desvios da coluna vertebral:

• Escoliose: é um desvio lateral, pode ser classificada em funcional ou estrutural, ou segundo outros estudiosos: congênita, do bebê, idiopática, paralítica, estática, cicatrizes, pós-traumáticas, antálgica, doenças de sistemas e histérica (Fischinger, 1984).

Destas a mais comum entre crianças e adolescentes é a idiopática (Stanger, 2002). E se classifica em:

o Simples – apresenta uma única curvatura em uma das regiões da coluna vertebral. É causada pela hipertrofia da musculatura da região específica. Pode ser: Escoliose Dorsal ou Torácica Direita, Escoliose Dorsal ou Torácica Esquerda, Escoliose Lombar Direita e Escoliose Lombar Esquerda.

o Total – com apenas uma curvatura que abrange mais de uma região da coluna vertebral. Causada pela hipertrofia da musculatura lateral da coluna vertebral. Pode ser: Escoliose Total Direita ou Esquerda.

o Dupla e Tripla – apresentam duas ou três curvaturas em cada região da coluna vertebral. Causada pela compensação da escoliose simples. Classifica-se em: Escoliose Dorsal Esquerda Lombar Direita, Escoliose Dorsal Direita Lombar Esquerda, Escoliose Cervical Direita Dorsal Esquerda Lombar Direita e Escoliose Cervical Esquerda Dorsal Direita Lombar Esquerda (Carnaval, 1998).

• Hipercifose ou cifose: é uma deformidade da convexidade posterior da coluna torácica e encontra-se aumentada. As causas principais são:

1. Tuberculose de coluna vertebral;

2. Fratura vertebral compressiva não-reduzida;

3. Osteocondríte de Scheurmann;

4. Espandilite anquilosante;

5. Osteoporose senil e

6. Tumor de coluna vertebral. (Adams, 1978).

• Hiperlordose ou lordose: deformidade oposta a cifose onde a curvatura normal na região lombar está exagerada. As principais causas são: os distúrbios espinhais e deformidade postural (Adams, 1978).

o Hiperlordose Cervical – curva acentuada da coluna cervical, que é causada pela hipertrofia da musculatura extensora do pescoço;

o Hipercifose Dorsal – acentuação da curvatura da coluna dorsal, causada pela hipertrofia da musculatura anterior do tórax;

o Hiperlordose Lombar – acentuação da curvatura da coluna lombar é causada pela hipertrofia da musculatura lombar;

o Costa Plana – diminuição das curvaturas normais da coluna vertebral, causada pela hipertrofia da musculatura abdominal (Carnaval, 1998).

Esses desvios podem ser ocasionados pela má utilização dos músculos, ocasionando contraturas, atrofias, encurtamentos adaptativos musculares gerando fraqueza que pode ser também causada pelo estiramento do músculo (Kendall, 1995).

3.

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