Comunicação De Liguagem

ENTREVISTA DE EMPREGO

Em uma tarde ensolarada de Domingo, Juvêncio estava inquieto em casa e comentava com sua esposa:

- Vixe, que hoje eu to é aperriado, Maria!

- Por que, homem?

- Ôxe, e tu não sabe que amanhã é o dia da minha entrevista de emprego lá na Mina?

- Só por isso? Não se avexe, e deixe de ser abestado, que amanhã vai dar tudo certo.

- Mas você sabe como aquele povo é cheio de fuleragem...

- E daí? Você é o mecânico mais arretado que eu conheço!

- É mesmo... eu vou dar uma guaribada no meu cabelo, pra ficar mais presença amanhã.

No outro dia, Juvêncio se arrumou todo e chegou cedinho para a entrevista de emprego. Depois de esperar um pouco, entrou a Valéria que era a pessoa responsável por fazer a entrevista.

- Bom dia, senhor Juvêncio. Vamos iniciar a sua entrevista. O senhor pode me falar mais sobre a sua experiência?

- Eu sou um mecânico porreta. Já trabalhei com tudo quanto é tipo de tranqueira que a senhora possa imaginar, e faço de tudo um pouco.

- Então o senhor já trabalhou em muitas empresas?

- E apôis!

- Nessas empresas o senhor já teve algum problema de relacionamento?

- Só quando aparece aquele povo que se acha o cão chupando manga! Pense que eu tenho uma raiva do cabrunco de gente assim!

- Certo, mas por que foi mesmo que o senhor saiu da última empresa?

- Foi por causa de uma técnica de segurança. Pense num comboio de manso que não bate um prego numa barra de sabão!

- Qual foi o problema?

- Aquela periguete vivia comendo o meu juízo por causa de capacete, protetor de ouvido e essas frescuragens.

- E o senhor não gostava de usar os EPI's?

- Eu não! Aquilo é coisa de gente presepeira, que fica inventando moda pra não trabalhar.

- Certo, seu Juvêncio. Eu acho que tudo que o senhor me disse é o suficiente.

- Obrigado. Quando é que eu posso começar a pegar no batente?

- Por enquanto o senhor pode ficar em casa, e assim que tivermos uma resposta, entraremos em contato.