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Ensino Medio-Auto Da Barca Do Inferno

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Por:   •  1/6/2014  •  820 Palavras (4 Páginas)  •  618 Visualizações

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Auto da Barca do Inferno

De GIL VICENTE

Características do Auto da Barca do Inferno

Peça teatral, escrita por Gil Vicente, num único ato, subdividido em cenas marcadas pelos diálogos que o Anjo ou o Diabo travam com as várias personagens.

O cenário desta peça teatral consiste num ancoradouro, no qual estão atracadas duas barcas. Todos os mortos, necessariamente, têm a passar por este paragem, sendo julgados e condenados ou à barca da Glória ou à barca do Inferno.

Cada personagem apresenta, através da fala, traços que denunciam a sua condição social. As personagens focalizadas entram na morte com os seus instrumentos terrenos, são venais, inconscientes e por causa dos seus pecados não atingem a Glória, a salvação eterna.

Destaque deve ser feito à figura do Diabo, personagem vigorosa que conhece a arte de persuadir, é ágil no ataque, cabe a este denunciar os vícios e as fraquezas, sendo a personagem mais importante na crítica que Gil Vicente tece da sua época.

Análise de algumas cenas

Cena III

Onzeneiro: O segundo personagem a ser inquirido que ao chegar à barca do Diabo descobre que o seu rico dinheiro ficara em terra.

Utilizando o pretexto de ir buscar o dinheiro, tenta convencer o Diabo a deixa-lo retornar, mas acaba cedendo às exigências do julgamento.

Símbolo que o caracteriza: Saco do dinheiro.

Argumentos de acusação: O onzeneiro é acusado de ser parente

do Diabo; usar de maldade para explorar os mais pobres; de ser

ganancioso e materialista.

Argumentos de defesa: O onzeneiro usa como argumentos de

defesa o facto de ter tido uma morte súbita; ter o bolsão/saco vazio

e de Satanás o ter cegado.

Recursos estilísticos:

- Pleonasmo:

“Ora mui muito m´ espanto…”

- Aliteração:

“Hou da baça! Houlá! Hou! Haveis logo de partir?”

Percurso cénico do Onzeneiro:

Cais ® Barca do Inferno ® Barca da Glória ® Barca do Inferno ®

Embarca

Cena V

Sapateiro: representante dos mestres de ofício, que chega à

embarcação do Diabo carregando os seus instrumentos de trabalho:

as formas e o avental. Engana na vida e procura enganar o Diabo,

que espertamente não se deixa levar pelos seus artifícios.

Símbolos que o caracterizam: Formas de sapatos e o avental.

Argumentos de acusação: O sapateiro é acusado de ter morrido

excomungado; de ter calado dois mil enganos; de ter roubado o

povo com a sua profissão; enfim, não vivia honestamente.

Argumentos de defesa: O sapateiro usa como defesa, para não

embarcar na barca do Inferno, o fato de ter dado dinheiro à igreja e

de ter mandado rezar orações pelos defuntos, enquanto era vivo.

Recursos estilísticos:

- Anáfora:

“E as ofertas, que darão?

E as horas dos finados?

E os dinehrios mal levados…”

- Ironia:

“Santo sapateiro honrado!

Como vens tão carregado?”

Percurso cénico do Sapateiro:

Cais ® Barca do Inferno ® Barca da Glória ® Barca do Inferno ®

Embarca

Cena VI

• Frade: Como todos os representantes do clero, focalizados por Gil

Vicente, o Frade é alegre, cantante, bom dançarino e mau carácter.

Acompanhado da sua amante, o Frade acredita que por ter rezado e

estar ao serviço da fé, deveria ser perdoado ao fogo do Inferno. Gil

Vicente crítica fortemente o clero, acreditando este ser incapaz de

pregar as três coisas mais simples: a paz, a verdade e a fé.

• Símbolos que o caracterizam: Uma moça, um broquel, uma

espada e um casco debaixo do capelo.

• Argumentos de acusação: O Frade é acusado de ter folgado com

uma mulher; ser infiel perante a igreja pois era dado aos prazeres

do mundo e também é acusado de roubo.

• Argumentos

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