Exemplos De Redações
Dissertações: Exemplos De Redações. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: lucasjaco • 12/4/2014 • 9.925 Palavras (40 Páginas) • 406 Visualizações
REDAÇÃO DISSERTATIVA PRONTA (Temas relacionados: Educação da criança, castigos e agressão, forma de organização social, medo.)
FILHOS DO MEDO
(Fonte: Jornal Zero Hora, Eliani Gracez Nedel, 3/6/2010)
O ser humano encontrou no medo uma forma de organização social. Surge, assim, a cultura do medo. Impor limites, para alguns, é impor o medo. E, assim, milhares e milhares de crianças foram educadas pelo medo, para o medo e com medo. Crianças que cresceram limitadas, angustiadas e, é claro, infelizes. Quando uma criança é educada com medo, ela se torna obediente e incapaz de impor sua vontade diante das relações desiguais. O medo assume uma representação marcante e limitadora da potencialidade humana. Por isso, a educação, historicamente, se deu através de castigos e agressão. E, assim, ao longo dos séculos, o medo foi “o carro-chefe” da educação.
Como bons filhos do medo, tememos até mesmo a liberdade, pois o medo impõe um limite atroz, e por isso desconhecemos a liberdade. Medo de morrer, medo da velhice, medo da doença, medo de perder o que foi conquistado, medo de promover mudanças na vida, por isso preferimos a mesmice, medo do desconhecido. Medo de encarar um novo desafio e perder tudo. Medo de ter que começar tudo outra vez. Medo! Medo! Medo! Onde há o medo, não pode haver sabedoria, dizia um filósofo antigo. Não sabemos mais viver sem medo e sem disseminar o medo. Seja através de uma chinelada no filho ou um olhar ameaçador. Tem até quem pense que só respeitamos aqueles a quem tememos. É por não saber fazer se respeitar de outra forma, que o ditador impõe o medo e alguns pais usam o chinelo. Quanta ausência de sabedoria!
Tudo isso, porque ao invés de criar a cultura da felicidade e ensinar aos filhos como fazer bom uso da liberdade, por falta de sabedoria, criamos a cultura do medo. E hoje, por mais que uma mudança no paradigma da educação seja necessária, tememos a mudança. Foram séculos e mais séculos de educação pelo medo. E, com isso, a liberdade, em pessoas despreparadas para ela, tomou caminhos tortuosos. Tudo isso porque a liberdade na cultura do medo foi afastada, extirpada como se fosse um grande mal. O desafio é grande, acabar com a cultura do medo é dar a todos os seres humanos a mesma condição de igualdade ou de liberdade. Por isso hoje se fala em “rede” ou “teia” na área da educação e da família. Onde uma pessoa não é mais importante do que a outra. O problema é: quem é que sabe educar sem se impor através do medo? Onde estão nossos sábios? Ditadores, poderíamos apontar um monte, mas, sábios, quem conhece um?
REDAÇÃO DISSERTATIVA PRONTA (Temas relacionados: Educação, Plano Nacional de Educação PNE, sistema educacional, universidades privadas, ensino privado, mercantilismo na educação.)
O FORUM DO ENSINO PRIVADO
(Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo, 6/6/2010)
Obrigado por lei a lançar até dezembro o Plano Nacional de Educação para os próximos dez anos, o governo convocou uma "conferência nacional" para discutir o assunto, da qual participaram representantes dos mais variados setores da administração pública, dos sindicatos, movimentos sociais, ONGs e entidades da chamada "sociedade civil organizada". O encontro ocorreu há dois meses, foi apresentado como um "espaço democrático aberto", contou com a participação do presidente Lula e terminou com um documento que faz a defesa da expansão do dirigismo estatal e da imposição de restrições à liberdade de iniciativa no setor.
A justificativa é que o ensino superior é um "bem público", motivo pelo qual a oferta de vagas por universidades privadas teria de ser feita somente por meio de um regime de concessão, a exemplo do que ocorre nas áreas de energia, petróleo e telecomunicações. Para os 3 mil participantes da Conferência Nacional de Educação, as universidades particulares visam ao lucro e, ao contrário das públicas, não se preocupariam com a qualidade dos serviços que prestam.
A tese que prevaleceu na conferência foi a de que, se a União tem a prerrogativa de "articular" o sistema educacional, ela também deveria "normatizar e controlar" as universidades privadas, além de estabelecer parâmetros para currículos e projetos pedagógicos.
Esse controle seria feito por uma agência reguladora e o setor educacional seria organizado como um "sistema nacional articulado", nos moldes do Sistema Único de Saúde. A ideia é criar um processo decisório compartilhado, por meio de um órgão normativo, integrado por representantes do Ministério da Educação (MEC), gestores estaduais e municipais, sindicatos e organizações sociais, mas não por representantes do ensino privado.
Como sabiam que a conferência convocada pelo governo enveredaria por esse caminho, as instituições privadas de ensino superior não só não compareceram ao evento, como também decidiram realizar um fórum da educação superior particular. Pretendiam com isso ser ouvidas pelas autoridades educacionais durante a elaboração do Plano Nacional de Educação. Mas, enquanto a conferência do governo teve ampla repercussão, o fórum, realizado três semanas depois, foi ignorado pela mídia.
Embora sejam responsáveis por quase 80% da oferta de vagas do ensino superior do País e venham recebendo vultosas somas de fundos de investimentos para financiar sua expansão, as universidades privadas têm sido obrigadas a viver na defensiva com relação ao MEC, que desenvolveu mecanismos de avaliação ouvindo somente as universidades públicas. As instituições particulares são acusadas de "mercantilismo", de oferecer uma educação de má qualidade, de não fazer pesquisa científica e de não realizar as chamadas "atividades de extensão".
Há muito de verdade nessas acusações, mas elas não podem ser generalizadas. A pauta do fórum da educação superior, por exemplo, que incluiu temas como sistemas de avaliação, indicadores de qualidade de ensino, capacitação docente, pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e financiamento estudantil, foi discutida por representantes de reputadas instituições privadas de ensino.
A síntese dessas discussões foi apresentada sob a forma de uma carta de princípios, cuja redação teve por objetivo "desconstruir o discurso sutilmente elaborado dentro dos bastidores do MEC que exclui a iniciativa privada das reflexões sobre os mecanismos pelos quais elas são avaliadas".
Evidentemente, o ensino superior privado tem muitas falhas, como também acontece com as universidades públicas.
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