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Frei Jorge

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Por:   •  1/3/2015  •  1.395 Palavras (6 Páginas)  •  356 Visualizações

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Frei Jorge‒ Então, Romeiro, deixa-te de brincadeiras e diz-me quem és. E porque apontas-te para o quadro de D. João de Portugal?

Romeiro‒ Eu sou apenas um pobre caminhante que idolatra D. João de Portugal, e sou um grande fã dele, daí ter apontado para o seu retrato.

Frei Jorge‒ Então, está a dizer que veio cá só para poder ver o retrato de D. João de Portugal?

Romeiro‒ Sim, meu Senhor e porque sou muito pobre e não tenho como dar de comer à minha família. Eu vim para cá com o intuito de arranjar algum dinheiro para poder enviar para a minha família, e assim os mesmos passarem a ter uma vida melhor.

Frei Jorge‒ E porque não disseste isso há mais tempo e fizeste D. Madalena pensar que eras um homem que vinha a mando de seu ex-marido?

Romeiro‒ Desculpe meu Senhor, não era meu objetivo, só queria alguma comida e algumas roupas quentinhas ou até mesmo um trabalho se mo pudesse dar. Mas é que D. João de Portugal disse-me aqui há cinco anos atrás que me ajudaria se alguma vez a minha família estive-se em dificuldades por eu ser tão seu adorador e ter permanecido ao seu lado durante tantos anos, mas como eu na altura tinha um trabalho e uma boa vida perto dos meus entes queridos, não pude aceitar, mas agora vi-me obrigado a isto e pensei que se inventa-se que sabia onde ele estava e fizesse chantagem que me poderiam arranjar algum dinheiro, só não pensei fosse tão grave peço imensa desculpa Senhor, Por favor vá chamar a Senhora D. Madalena.

Frei Jorge‒ Muito bem então venha comigo que ela já não está aqui.

Ato Terceiro

Parte baixa do Palácio de D. João de Portugal, num quarto sem nenhumas riquezas e com ausência de bens materiais, com apenas um quadro de D. João.

Cena V

Romeiro e Frei Jorge vão ao encontro de D. Madalena a pedido do Romeiro para este se desculpar.

Frei Jorge‒ Minha Senhora D. Madalena, o Romeiro pediu-me que o leva-se a seu encontro para este se desculpar pelo que disse.

Romeiro‒ Minha Senhora peço-lhe mil perdões, não estava no direito de inventar tais tamanhas mentiras e trazer-lhe tanto sofrimento. Peço que entenda os meus motivos, estava somente a pensar na minha família e em como estão com dificuldades.

D. Madalena‒ Certamente romeiro, compreendo os seus motivos pois também eu me preocupo muito com os meus (D. Madalena subitamente cala-se, virando-se para o retrato de D. João e apontando para este). Também me preocuparia com ele se cá estive-se, se aquela maldita batalha nunca tivesse acontecido, se não tivesse nascido realeza talvez… Trocaria toda a minha riqueza, viveria até como uma pessoa comum só para poder senti-lo perto de mim novamente. (D. Madalena dirige-se rapidamente para a porta dos aposentos a chorar).

Frei Jorge‒ Minha Senhora, tenha calma, espere por favor. (Frei Jorge apressa-se em direcção a D. Madalena, saindo ambos dos aposentos).

Romeiro‒ O que fui eu fazer, vim trazer novamente sofrimento sobre estas pessoas, como pude eu ser capaz de pensar só em mim! (Vira-se para o quadro de D. João) Como vou eu dizer-lhes quem sou, como posso ser-lhes sincero se apenas o teu nome causa-lhes uma dor inigualável, oh como irei eu dizer-lhes que sou… (murmura um nome e dirige-se para a saída do quarto).

Ato Quarto

Na sala por cima da capela onde se encontrava o cadeirão de D. João.

Cena VI

Romeiro, Frei Jorge e D. Madalena e Guarda

Após terem estado a falar com o Romeiro, Frei Jorge e D. Madalena encontram-se a conversar em privado no quarto principal de D. João.

D. Madalena‒ que faço eu, ter este romeiro por perto faz-me lembrar o meu marido D. João, mas seria muito cruel mandá-lo embora após uma viagem tão longínqua somente para ajudar a sua família.

Frei Jorge‒ Minha senhora e se este romeiro nunca esteve com o nosso senhor D. João e apenas quer alguma parte da nossa riqueza?

D. Madalena‒ Não me pareceu que estive-se a mentir, aqueles olhos… sinto uma sinceridade neles sempre que ele olha para mim.

Frei Jorge‒ Mas e se pedir-mos para que nos explique a sua história, a maneira como a conte irá ajudar-nos a compreender se é verdade.

D. Madalena‒ Sim concordo com essa ideia. Guarda! Mande chamar o romeiro imediatamente.

Guarda‒ Sim minha senhora.

D. Madalena‒ mande entrar o Romeiro por favor.

Entra o romeiro.

Romeiro‒ Minha senhora mandou chamar-me?

D. Madalena‒ Mandei de facto romeiro, apenas uma coisa se intromete entre si e o dinheiro que tanto deseja para ajudar a sua família.

Romeiro‒ Oh mil obrigados minha senhora, e que coisa é essa?

Frei Jorge‒ A sua história, de como conheceu D. João e como chegou até aqui.

Romeiro‒ Muito bem, se é isso que a minha senhora D. Madalena deseja saber.

D. Madalena‒ Sim, de facto romeiro.

Romeiro‒ Na verdade não fui eu que encontrei D. João mas ele que me encontrou a mim. Mas estou a adiantar-me, irei começar desde o princípio. Após aquela horrível batalha D. João e os poucos sobreviventes

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