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Funções de verbos em uma frase

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Por:   •  26/5/2014  •  Artigo  •  510 Palavras (3 Páginas)  •  292 Visualizações

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A palavra verbo deriva do latim e significa "palavra". Ao chamarem os verbos de "palavras", os antigos romanos acabaram por dizer que os mesmos eram considerados palavras por excelência, ou seja, a classe mais rica de palavras. Em português, o verbo apropria-se do maior número de formas flexionadas. Essa abundância morfológica possui uma contraparte semântica; o verbo nos dá uma série de informações preciosas, qualquer que seja a sentença. Segundo Ilari e Basso, essas informações dizem respeito:

à localização no tempo: uma frase como Quando eu cheguei ele já tinha saído nos mostra que a chegada é anterior ao momento da fala e a saída é anterior à chegada;

à localização em vários mundos possíveis: quando uma criança diz Agora eu era a mamãe e você era a filhinha é a forma verbal que nos leva a um mundo de fantasia;

ao grau de comprometimento que o falante assume quanto à veracidade da informação prestada: quando após noticiar que alguém teria sido preso, o jornalista acrescenta Ele estaria envolvido com o crime organizado, é o verbo que nos indica que o envolvimento do sujeito é apenas uma hipótese, e não uma verdade que o jornalista está passando adiante;

à possibilidade de representar os fatos como acabados ou em desenvolvimento: caso a frase Veio para São Paulo de carro, mas morreu num desastre durante o caminho fosse pronunciada, nos soaria muito estranha. O motivo é que o verbo veio indica ação acabada, o que conflita com a segunda parte da sentença. O estranhamento acaba ao substituirmos veio por vinha. Os linguistas denominam aspecto verbal a possibilidade de apresentar uma ação como acabada ou em desenvolvimento.[1]

Mas não só por meio das flexões os verbos nos passam conteúdo informativo nas sentenças; o radical é outra fonte de informações. Por exemplo, os verbos ligar e funcionar quando aplicados a um motor. O primeiro verbo nos indica que a ação acontece num estalo, de maneira repentina; já o segundo indica uma ação que pode continuar por tempo indefinido. A essa distinção os linguistas denominam como momentâneo x durativo. Outro exemplo seria dos verbos montar e arrastar quando aplicados a um móvel. O primeiro verbo indica ação com um fim, ou seja, o ato de montar acaba quando todas as peças do móvel foram encaixadas ou pregadas; já o segundo indica ação sem fim determinado, de certa forma, um móvel pode ser arrastado indefinidamente. A essa distinção, os linguistas utilizam as palavras télico e atélico (em grego, telos significa fim, alvo), que dizem respeito à propriedade de ter ou não um fim.[2]

Para determinar a valência de um verbo também recorremos ao seu radical. A valência verbal nos possibilita saber quantos sintagmas nominais serão necessários para, junto com o verbo, formar uma sentença, ou seja, a valência indica o número de complementos de um verbo. Em português podemos ter valência de zero a quatro, como podemos ver nos exemplos abaixo:

chove, anoitece

(1) A criança dorme

(1) A mãe embala (2) a criança

(1) O professor dispensou (2) o aluno (3) da aula

(1) Maria traduziu (2) o livro (3) do português (4) para o francês[3]

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