IDENTIFICAÇÃO DE VARIÁVEIS CRÍTICAS UTILIZADAS EM PROCESSOS DE SELEÇÃO DE PROJETOS SEIS SIGMA: UMA PESQUISA SURVEY
Artigo: IDENTIFICAÇÃO DE VARIÁVEIS CRÍTICAS UTILIZADAS EM PROCESSOS DE SELEÇÃO DE PROJETOS SEIS SIGMA: UMA PESQUISA SURVEY. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 9/12/2014 • 4.253 Palavras (18 Páginas) • 506 Visualizações
O problema de pesquisa ascendente deste trabalho foi identificado na
literatura qualificada, em específico, a necessidade por um processo de
seleção de projetos Seis Sigma. Buscando contribuir nesta linha de
pesquisa, o objetivo deste trabaalho é identificar variáveis críticas
utilizadas no processo de seleção de projetos Seis Sigma, considerando
para isto, uma amostragem de organizações brasileiras. Os
procedimentos metodológicos utilizados foram a pesquisa exploratória
com abordagem quantitativa, tendo sido desenvolvida uma pesquisa do
tipo levantamento survey. Um total de 48 organizações brasileiras
retornou o questionário utilizado na pesquisa survey. Como resultado
principal foi possível identificar que para 98% das organizações
consideradas, os custos do projeto, a duração do projeto, a melhoria
no nível sigma (melhoria na qualidade) são as variáveis críticas (mais
utilizadas) no processo de seleção de projetos Seis Sigma nas
respectivas organizações. Como sugestão para futuro trabalho expôsse
a oportunidade de desenvolver um processo de seleção de projetos
Seis Sigma que considere prioritariamente as variáveis identificadas
nesta amostragem de organizações brasileiras. De todo modo, pode-se
concluir que este trabalho cumpriu seus objetivos propostos,
identificando variáveis críticas para a seleção de projetos Seis Sigma.
Palavras-chaves: Metodologia Seis Sigma, seleção de projeto Seis
Sigma, variáveis críticas
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos
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1. Introdução
No contexto da Metodologia Seis Sigma, o objetivo deste trabalho de pesquisa é identificar
variáveis críticas utilizadas no processo de seleção de projetos Seis Sigma, considerando para
isto, uma amostragem de organizações brasileiras. Como objetivos complementares, cabe
descrever: (i) verificar possíveis relações estatísticas significativas entre as variáveis críticas
identificadas e as demais questões investigadas, e; (ii) propor possíveis melhorias
relacionadas ao processo de seleção de projetos Seis Sigma, considerando as variáveis críticas
identificadas.
Este trabalho pode ser de interesse para os pesquisadores das linhas de pesquisas relacionadas
à Metodologia Seis Sigma, bem como, para os profissionais envolvidos com aplicações
práticas da metodologia no dia-a-dia das organizações e respectivos sistemas de produção. De
fato, as contribuições deste trabalho são metodologicamente classificadas como exploratórias,
mostrando um cenário atual sobre seleção de projetos Seis Sigma.
A segunda seção deste texto apresenta o método de pesquisa. A terceira seção traz uma
revisão teórica sobre processos de seleção de projetos Seis Sigma e sobre variáveis utilizadas
em processos de seleção, sendo apresentada a oportunidade de pesquisa que motivou este
trabalho. A quarta seção traz informações sobre o protocolo e o instrumento de coleta de
dados que subsidiaram a obtenção dos resultados deste trabalho, apresentados na quinta seção
e, posteriormente, analisados na sexta seção. Por último, a sétima seção conclui este trabalho
a partir dos resultados obtidos.
2. Método de pesquisa
O método de pesquisa adotado propõe um direcionamento para a obtenção de resultados que
satisfaçam os objetivos deste trabalho. Seguindo a tipologia apresentada em Gil (2002), esta
pesquisa, com base nos objetivos, é classificada em pesquisa exploratória e, com base nos
procedimentos técnicos, é classificada em pesquisa do tipo levantamento ou survey. A
pesquisa survey foi conduzida utilizando-se orientações contidas no trabalho de Forza (2002).
A abordagem de pesquisa, que orientou o processo de investigação e que estabeleceu formas XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
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de aproximação aos objetivos, é a abordagem quantitativa. As informações metodológicas
complementares estão apresentadas na quarta seção deste texto, informações como, por
exemplo, amostragem, protocolo e instrumento de coleta de dados.
3. Subsídios teóricos
A Metodologia Seis Sigma tem sido utilizada por mais de uma década (KUMAR et al., 2008)
por organizações de classe mundial como General Electric, Motorola, Honeywell,
Bombardier, ABB e Sony, para citar apenas algumas de uma longa lista (ANTONY, 2006),
resultando em milhões de dólares de lucro (HILTON e SOHAL, 2012). Na maioria dos casos,
uma organização utiliza a estratégia Seis Sigma para alcançar benefícios na lucratividade ou
na satisfação do cliente (RAY, DAS, BHATTACHARYA, 2011). De fato, a Metodologia Seis
Sigma é uma estratégia de negócio bem conhecida, utilizada para a melhoria da qualidade por
meio de um conjunto de métodos estruturados e medidas estatísticas para avaliar e melhorar
as operações produtivas das organizações (ANTONY et al., 2012).
A Metodologia Seis Sigma se tornou conhecida em muitos países devido à sua capacidade em
melhorar o desempenho de um processo, reduzir defeitos em produtos e serviços, minimizar a
variabilidade em processos, bem como os custos operacionais (KUMAR, ANTONY e CHO,
2009). Esta estratégia resulta em maior satisfação dos clientes e afeta diretamente a
lucratividade e a sobrevivência das organizações (SNEE, 2004; ANTONY, KUMAR e
MADU, 2005; ANTONY, 2007).
Naturalmente, ao longo destes anos, algumas oportunidades de pesquisa surgiram
relacionadas à Metodologia Seis Sigma, motivando o desenvolvimento de pesquisas
relacionadas ao tema, como é o caso deste trabalho. Assim, relacionada ao objetivo de
pesquisa, esta seção apresenta resumidamente subsídios teóricos sobre variáveis críticas
utilizadas em processos de seleção de projetos Seis Sigma. No entanto, este trabalho faz parte
de um projeto de pesquisa maior e mais abrangente, no qual o foco de investigação são os
processos de seleção de projetos Seis Sigma, sendo necessária inicialmente aqui, a
apresentação de subsídios teóricos sobre o respectivo tema.
3.1. Processos de seleção de projetos Seis SigmaXXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
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Na literatura qualificada defende-se, há quase uma década, que o fator chave para o sucesso
da Metodologia Seis Sigma é a seleção de projetos (MANVILLE et al., 2012; SHARMA e
CHETIYA, 2010; LAUREANI, ANTONY e DOUGLAS, 2010; TKÁC e LYÓCSA, 2009;
KUMAR et al., 2007; BANUELAS et al., 2006). Seleção de projetos é o processo de
avaliação de projetos individuais, ou propostos por grupos de pessoas, escolhendo-se qual, ou
quais projetos serão implementados para que os objetivos da organização e, em particular, do
processo produtivo envolvido, sejam alcançados (PADHY e SAHU, 2011).
Em uma citação recente (PADHY e SAHU, 2011), os autores argumentam que a seleção e a
priorização de projetos que serão desenvolvidos no âmbito da Metodologia Seis Sigma em
muitas organizações ainda são baseadas em puro julgamento subjetivo. Em outra citação
(KUMAR et al., 2008), os autores argumentam que há uma escassez de literatura sobre
seleção de projetos Seis Sigma, um tema que passa despercebido na maioria das organizações.
Em uma terceira citação nesta linha (ANTONY, 2006), o autor manifesta-se argumentando
que a priorização de projetos Seis Sigma em muitas empresas orientadas a serviços ainda é
baseada em julgamento subjetivo.
A seleção do projeto mais adequado para a estratégia Seis Sigma é uma preocupação para o
sucesso em curto e em longo prazo dentro de qualquer organização (RAY e DAS, 2010).
Neste sentido, a literatura apresenta alguns modelos e métodos para a seleção de projetos Seis
Sigma. Por exemplo, em Banuelas et al. (2006), são listados: 1. Pareto priority index (PPI),
analytic hierarchy process (AHP), quality function deployment (QFD), theory of constraints
(TOC) (PYZDEK, 2000; PYZDEK, 2003); 2. project assessment matrix (BREYFOGLE,
CUPELLO e MEADWS, 2001); 3. QFD (PANDE, NEUMAN e CAVANAGH, 2000); 4.
project selection matrix (KELLY, 2002); 5. project ranking matrix (ADAMS, GUPTA e
WILSON, 2003); 6. reviewing data on potential projects against specific criteria (DE FEO e
BARNARD, 2004); 7. AHP (DINESH KUMAR et al., 2006).
Assim, está caracterizado o papel crítico do processo de seleção de projetos Seis Sigma, sendo
neste sentido a proposta deste trabalho de pesquisa, que busca identificar variáveis que podem
contribuir no aprimoramento de processos de seleção de projetos Seis Sigma.
3.2. Variáveis críticas utilizadas em processos de seleção de projetos Seis SigmaXXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
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Na literatura consultada foi possível verificar alguns resultados de pesquisas que apontam
uma série de variáveis críticas a ser considerado em processos de seleção de projetos Seis
Sigma. Cabe ressaltar como variáveis críticas: custos do projeto, duração do projeto, número
de Black e Green Belts, satisfação do consumidor, impacto na estratégia organizacional,
melhoria no nível sigma (nível de qualidade), impacto financeiro (cost of poor quality –
COPQ), crescimento da produtividade (KUMAR et al., 2007), sendo a maioria dos critérios
probabilísticos por natureza.
Para Ray e Das (2010) algumas variáveis críticas de maior interesse podem ser relacionadas
aos custos, por exemplo: custo da má qualidade (cost of poor quality – COPQ), custo de
inventário, custo de produção, custo de transporte, custo de manutenção, custo de serviço,
custo de marketing.
Outro trabalho relevante neste sentido foi desenvolvido por Sharma e Chetiya (2010), que
baseados em uma revisão da literatura sobre critérios utilizados na seleção de projetos Seis
Sigma, os autores identificaram 17 variáveis que poderiam ter um impacto positivo sobre o
projeto. Uma vez que o retorno financeiro de projetos Seis Sigma determina o sucesso ou o
fracasso do Seis Sigma em uma organização, algumas variáveis críticas foram identificadas
para uma alta probabilidade de sucesso do projeto Seis Sigma.
No entanto, sabe-se que, tradicionalmente (ver referência tradicional: Pande, Neuman e
Cavanagh (2000)), a seleção de projetos Seis Sigma precisa ser tratada como um processo
relativo à natureza dos dados disponíveis para cada organização e para cada caso em questão
(variáveis críticas para cada processo de seleção). Não se pode definir um modelo
matemático, ou um método estruturado, aplicável a todos os processos de seleção de projeto
Seis Sigma, justamente por este processo ser dependente das variáveis críticas disponíveis.
Com estes aspectos definidos, pode-se verificar a oportunidade de pesquisa que respalda este
trabalho, isto é, identificação de variáveis críticas no processo de seleção de projetos Seis
Sigma em organizações brasileiras. Na próxima seção será apresentada a pesquisa aplicada e
posteriormente os resultados obtidos.XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
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4. Pesquisa aplicada
A pesquisa do tipo levantamento survey foi aplicada buscando subsídios iniciais e parciais que
contribuíssem com um objetivo de pesquisa mais amplo, não abordado neste trabalho,
portanto, uma pesquisa exploratória. A survey abordou uma amostra de organizações (que
utilizam a Metodologia Seis Sigma) por meio da coleta de dados de forma individual, via
questionário eletrônico. A amostra desta pesquisa é não probabilística, não casual, pois a
escolha dos elementos que compõem a amostra não foi aleatória. Trata-se de uma amostra
intencional, de 48 organizações, escolhida em um banco de dados de uma empresa sediada na
cidade de São Paulo que ministra cursos de capacitação relacionados à estratégia Seis Sigma.
Neste trabalho foram encontradas dificuldades na investigação no que tange as taxas de
retorno dos questionários. No total, foram utilizados três bancos de dados para identificar
organizações que utilizam a estratégia Seis Sigma, mas apenas um banco de dados teve taxa
de retorno satisfatório. Assim, outros pesquisadores podem utilizar a mesma estratégia para
superar as dificuldades no que tange as taxas de retorno dos questionários ao se investigar
temas relacionados à estratégia Seis Sigma.
De fato, as taxas de retorno para dois dos três bancos de dados foram de: 19 retornos para 483
questionários enviados; e 04 para 156 questionários enviados. Mesmo tendo sido utilizadas
estratégias para melhorar a taxa de retorno, o resultado não foi satisfatório. Diversas foram as
causas identificadas para as baixas taxas de retorno, cabendo destacar para os dois bancos de
dados: (i) muitas das pessoas que estavam cadastradas como contatos nas organizações
haviam trocado de função ou até mesmo de emprego; (ii) algumas organizações deixaram de
utilizar a estratégia Seis Sigma. Estas causas mostram que os bancos de dados estavam
desatualizados, isto é, mesmo em teoria sendo os melhores bancos de dados quando se
pesquisa a estratégia Seis Sigma, são bancos de dados que pouco contribuíram para este
trabalho. A estratégia utilizada então foi a de empregar um terceiro banco de dados, este sim,
atualizado e pertencente a uma empresa que ministra regularmente cursos de capacitação nas
organizações, mantendo contato contínuo com os profissionais que trabalham com a estratégia
Seis Sigma nestas organizações. Com este terceiro banco de dados obteve-se uma taxa de
retorno satisfatória: dos 129 questionários enviados, 48 foram retornados.XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
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A amostra utilizada nesta pesquisa, portanto, não busca generalizar os resultados para uma
população, tratando-se de uma macrofase exploratória que busca analisar qualitativamente o
desempenho do instrumento de coleta de dados, para uma pesquisa posterior mais abrangente
do tipo levantamento survey, não abordada neste trabalho.
O instrumento de coleta de dados elaborado foi um questionário dividido em três blocos de
questões: (i) definições da organização e do respondente; (ii) natureza dos dados; (iii)
métodos de seleção de projetos Seis Sigma. Para a elaboração do questionário baseou-se no
trabalho de Banuelas et al. (2006). O questionário foi hospedado de modo on-line na
plataforma específica para este fim da empresa Google. Foram então enviados convites por email
para que os profissionais cadastrados no banco de dados acessassem e respondessem o
questionário.
As respostas dos questionários foram diretamente tabuladas em planilhas eletrônicas do
software Excel da empresa Microsoft. Foi utilizada inicialmente a estatística descritiva para
analisar os resultados e, posteriormente, analisaram-se as relações entre as categorias de
respostas utilizando o teste de Qui-Quadrado. Os principais resultados são apresentados na
próxima seção deste texto.
5. Resultados da pesquisa aplicada
Primeiramente foram observadas as tabelas de frequência para cada uma das questões
aplicadas. As Figuras 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, e 8, bem como a Tabela 1, apresentam as frequências
com que cada resposta foi atribuída em cada questão. Cabe destacar que, quando necessário,
explicações e orientações extras eram apresentadas por escrito ao lado da questão proposta ao
respondente; estas inserções extras não estão apresentadas neste texto.
Figura 1 - A organização (ou unidade, ou filial) comercializa (ou produz) predominantementeXXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
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8
61%
33%
6 %
Bens duráveis
Bens não duráveis
Serviços
Figura 2 - Ano em que a organização (ou unidade, ou filial) concluiu o primeiro projeto Seis
Sigma
0
2
4
6
8
<=
2000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Figura 3 - A organização (ou unidade, ou filial) descontinuou quantas vezes a estratégia Seis
Sigma
90%
8 % 2 %
0
1
2
3
4 ou mais
Figura 4 - Em média, quantos projetos Seis Sigma são concluídos por ano
0
5
1 0
1 5
2 0
0-5 6-1 0 1 1-1 5 1 6-2 0 2 1-2 5 2 6-3 0 3 1-3 5 35 ou
maisXXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
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Figura 5 - Em média, quantos projetos Seis Sigma são elaborados por ano
0
5
1 0
1 5
2 0
2 5
3 0
3 5
0-5 6-1 0 1 1-1 5 1 6-2 0 2 1-2 5 2 6-3 0 3 1-3 5 35 ou
mais
Figura 6 - A organização (ou unidade, ou filial) utiliza algum método de seleção de projetos
Seis Sigma
98%
2 %
Sim, todas as vezes
Sim, na maioria das vezes
Sim, na minoria das vezes
Não
Figura 7 - A organização (ou unidade, ou filial) utiliza algum método matemático para
selecionar projetos Seis Sigma
23%
31%
44%
2 %
Sim, todas as vezes
Sim, na maioria das vezes
Sim, na minoria das vezes
Não
Figura 8 - Nesta organização (ou unidade, ou filial) um novo método de seleção de projetos
Seis Sigma é uma necessidade atualXXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
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10
13%
27%
54%
6 % Sim, para todos os casos
Sim, para a maioria dos
casos
Sim, para a minoria dos
casos
Não
Tabela 1 - Variáveis mais utilizadas na seleção de projetos Seis Sigma na organização (ou
unidade, ou filial)
Resposta Frequência %
Custos do projeto 47 98%
Duração do projeto 47 98%
Número de Black Belts 24 50%
Número de Green Belts 38 79%
Satisfação do consumidor 38 79%
Impacto na estratégia organizacional 45 94%
Melhoria no nível sigma 47 98%
Impacto financeiro (custo da má
qualidade) 42 88%
Crescimento da produtividade 21 44%
Outras 7 15%
Não respondeu 1 2%
Total 357
Num segundo momento passou-se a analisar as relações entre as categorias de respostas
utilizando o teste de Qui-Quadrado. O teste de Qui-Quadrado mostra se existem relações
significativas entre as categorias de questões, e isto quando a significância do teste (p) for
igual ou menor à 0,05. Neste texto são apresentados apenas os cruzamentos que mostraram
significância estatística. As Tabelas 2 e 3 mostram o relacionamento entre as questões, onde
‘‘df’’ são os graus de liberdade e ‘‘p’’ é a significância do teste.
Tabela 2 - Cruzamento entre as respostas das questões contidas na Figura 2 e na Figura 7
Figura 2
Resultados apresentados na Figura 7 Total
Sim, todas as vezes Sim, na maioria
das vezes
Sim, na minoria
das vezes Não
<=2000 5 1 0 0 6
2001 0 0 2 0 2
2002 3 0 0 0 3
2003 0 7 0 0 7
2004 0 4 1 0 5
2005 0 0 8 0 8
2006 0 0 6 0 6
2007 0 1 2 0 3XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
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11
2008 0 2 2 0 4
2009 3 0 0 0 3
2010 0 0 0 1 1
Total 11 15 21 1 48
Chi-square: 124,165; df=30; p=0,000000000000203
Tabela 3 - Cruzamento entre as respostas das questões contidas na Figura 2 e na Figura 8
Figura 2
Resultados apresentados na Figura 8 Total
Sim, para todos os
casos
Sim, para a
maioria dos casos
Sim, para a
minoria dos casos
Não
<2001 1 0 5 0 6
2001 1 0 1 0 2
2002 0 1 0 2 3
2003 1 3 2 1 7
2004 0 1 4 0 5
2005 0 2 6 0 8
2006 3 3 0 0 6
2007 0 0 3 0 3
2008 0 1 3 0 4
2009 0 1 2 0 3
2010 0 1 0 0 1
Total 6 13 26 3 48
Chi-square: 50,082; df=30; p=0,01216078
6. Análise e discussão dos resultados
Pode-se verificar que no cruzamento entre as Tabelas 2 e 7, houve significância
(p=0,000000000000203) entre as categorias das questões. Isto é, existe estatisticamente
relacionamento entre o ano em que a organização (ou unidade, ou filial) concluiu o primeiro
projeto Seis Sigma e o fato da organização (ou unidade, ou filial) utilizar algum método
matemático para selecionar projetos Seis Sigma, em outras palavras, esta inferência é bastante
óbvia, se a organização (ou unidade, ou filial) concluiu algum projeto Seis Sigma, ela também
já utilizou algum método matemático para selecionar algum projeto Seis Sigma.
No cruzamento entre as Tabelas 2 e 9, existe um relacionamento significativo (p=0,01216078)
entre as categorias das questões. Isto é, existe estatisticamente algum relacionamento
significativo entre o ano em que a organização (ou unidade, ou filial) concluiu o primeiro
projeto Seis Sigma e o fato da organização (ou unidade, ou filial) ter como necessidade atual
um novo método de seleção de projetos Seis Sigma. Isto pode indicar que, se a organização
(ou unidade, ou filial) concluiu algum projeto Seis Sigma, ela também necessita de um novo
método de seleção de projetos Seis Sigma.XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
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Um resultado a destacar na pesquisa é: no período dos anos de 2003 a 2006 teve-se o maior
número de organizações efetivamente obtendo os primeiros resultados com a estratégia Seis
Sigma, 55% da amostra. Outro resultado a destacar é: organizações descontinuaram a
estratégia Seis Sigma por certo período. De fato, esta questão foi inserida apenas para
verificar uma possível corelação com outras questões. Pelo número médio de projetos Seis
Sigma que são concluídos por ano, pode-se verificar que a maioria das organizações que
fazem parte da amostra é de médio e grande porte.
Também cabe ressaltar que as organizações elaboram um número médio maior de projetos
por ano do que o número médio de projetos concluídos por ano. Isto mostra que as
organizações necessitam de algum modo, selecionar alguns projetos de um portfólio. Isto foi
confirmado com outra questão que apontou que 98% da amostra utilizam algum método de
seleção de projetos Seis Sigma em todas às vezes.
Algumas variáveis foram identificadas como críticas no processo de seleção de projetos Seis
Sigma nestas 48 organizações brasileiras, em sua maioria, produtoras de bens de consumo
duráveis e não duráveis, sendo estes resultados abordados nas conclusões deste trabalho.
7. Conclusões
Com este trabalho, conclui-se que, para a amostra considerada, apenas 2% das organizações
não utilizam um método matemático para selecionar projetos Seis Sigma e que 54% das
organizações utilizam sempre (ou na maioria das vezes) algum método matemático para
selecionar projetos Seis Sigma. Isto mostra que ao utilizarem modelos matemáticos no
processo de seleção de projetos, naturalmente são necessários dados quantitativos e,
justamente identificar estas variáveis críticas, foi o objetivo deste trabalho.
Foi possível identificar que os custos do projeto (98%), a duração do projeto (98%), a
melhoria no nível sigma (98%) e o impacto financeiro (custo da má qualidade) (88%) são as
variáveis críticas (mais utilizadas) no processo de seleção de projetos Seis Sigma. As demais
variáveis colocadas como opções foram menos assinaladas pelos respondentes. Um dado
relevante é que apenas 7 respondentes assinalaram a opção ‘‘Outras’’ variáveis, mostrando XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
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que de fato as variáveis selecionadas para o questionário são as mais utilizadas (conforme
apontado nos resultados de referencia bibliográfica apresentada na seção de subsídios
teóricos).
Concluiu-se que existe uma necessidade significante de um novo processo de seleção de
projetos Seis Sigma, para a amostra. Assim, em relação aos objetivos deste trabalho pode-se
concluir que foram alcançados. Os cruzamentos das respostas não mostraram relações
estatisticamente significativas em relação às variáveis críticas identificadas. Como melhorias
nos processos de seleção de projetos Seis Sigma, sugere-se, a partir das variáveis
identificadas, que um modelo matemático considere prioritariamente estas variáveis, podendo
este modelo matemático ser útil para uma série de organizações brasileiras.
Um ponto adicional a destacar é a análise qualitativa do desempenho do instrumento de coleta
de dados: pode-se concluir que o questionário apresentou um desempenho satisfatório,
respondendo as questões inicialmente propostas, e que a hospedagem em plataforma
eletrônica também ajudou no processo de investigação, uma vez que o questionário ficou
visualmente atrativo ao respondente.
A limitação principal deste trabalho é a amostra reduzida de 48 organizações, não tendo sido
possível elaborar uma pesquisa com maior rigor estatístico no que tange às inferências da
amostra na população. Na realidade, cabe destacar que no Brasil tem-se uma dificuldade em
identificar um banco de dados atualizado que tenha informações de organizações que utilizam
a estratégia Seis Sigma, portanto a respectiva população é desconhecida e difícil de ser
estimada. Ainda que a pesquisa forneça evidências sobre os processos de seleção de projetos
Seis Sigma nestas organizações, sabe-se que são resultados limitados a uma amostra não
probabilística. Futuras pesquisas podem objetivar uma investigação na mesma linha
utilizando-se um banco de dados maior e atualizado de organizações brasileiras que utilizam a
estratégia Seis Sigma.
REFERÊNCIAS
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2003.XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
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