Influenciadores Digitais e Seus Impactos na Vida das Pessoas
Por: Letícia Barreto • 19/4/2021 • Pesquisas Acadêmicas • 1.520 Palavras (7 Páginas) • 313 Visualizações
INFLUENCIADORES DIGITAIS
2021
Os dilemas de um influenciador digital
A evolução dos mecanismos de informação e comunicação e a sua consequente apropriação pelas sociedades, abriu caminho para o surgimento de novas oportunidades e plataformas de interação. Esses novos canais de mídia e produção de conteúdo foram, gradativamente, mudando a relação do público com marcas, empresas e produtos. Assim, pode-se dizer que o conceito de “influenciador digital” surgiu nesse contexto digital tecnológico, onde alguns indivíduos se destacaram pela influência exercida sobre determinados setores. Esses indivíduos, conhecidos como “Influenciadores digitais”, são pessoas que utilizam das plataformas online para compartilhar conteúdos e que obtêm como resultado algum tipo de comportamento em quem acompanha seus canais.
Embora atualmente muitas pessoas consigam obter sua fonte de renda exclusivamente por meio das plataformas digitais, a atuação como “influencer” ainda não foi regulamentada como uma profissão no Brasil. No entanto, a sua formalização é um assunto que divide opiniões. Há quem defenda que ser “digital influencer” não é uma profissão, e sim uma consequência da exposição de ações, atitudes, estilos de vida, experiências, opiniões ou mesmo do sucesso de uma pessoa dentro de uma profissão, criando uma rede de credibilidade e admiração, mobilizando um grande número de seguidores. Assim, olhando por esse critério, é possível dizer que toda pessoa que você admira te influencia de alguma forma, seja ela conhecida por isso ou não. Mas a grande questão é que para muitos indivíduos esse resultado foi um fruto involuntário, uma consequência muitas vezes inesperada, mas o sucesso, reconhecimento e crescimento econômico gerado por essa exposição aumentou cada vez mais a busca pelo que muitos, por outro lado, assim como eu, acreditam sim ser “a profissão do século XXI”. Eu vejo esse paradigma como uma nova organização de trabalho e entendo os influenciadores digitais como donos do seu próprio negócio, o que não deixa de ser uma profissão, visto que são verdadeiros empreendedores, atuando como empresas de conteúdo, produção e mídia. Assim, para aqueles que investem pesado nesse processo, se dedicam e que levam isso como um ideal, estudando, pesquisando, criando campanhas, fazendo cobertura de eventos e se associando a grandes marcas, não há por que dizer que não é uma profissão, uma vez que profissão é efeito de professar, exercer um ofício, uma ciência ou uma arte.
Essas personalidades digitais possuem grande poder de persuasão, atuando como uma espécie de ponte entre marcas, produtos e seus público-alvo. Elas norteiam grande parte das decisões de compra de seus seguidores, que as tem com referência de personalidade, levando-os, dessa forma, a preferir determinada marca ou escolher certo produto igual ao que os influencers estão utilizando. E é exatamente nesse ponto que as empresas se associam aos influenciadores digitais, recompensando-os em troca da geração de conteúdo em prol de sua marca, parceria que gera benefícios para ambos os lados. E é perceptível a eficácia dessa estratégia que gera, muitas vezes, resultados tão ou mais significativos do que por outras plataformas de comunicação, visto que a nossa geração é muito mais presente na internet. Mas para que essas empresas tenham um bom retorno é indispensável a identificação de um público-alvo, para que assim possam selecionar o influenciador mais apropriado para transmitir a mensagem, alguém que demonstre um vínculo, que esteja no contexto do assunto. A influenciadora Flavia Calina, por exemplo, faz campanhas voltadas para maternidade, educação infantil e família no geral, enquanto influenciadoras como Mari Maria e Bianca Andrade estão voltadas para assuntos de maquiagem, moda e beleza. Marcas voltadas à saúde e alimentação saudável, por exemplo, têm como referência a influenciadora Gabriela Pugliesi. A Porto do Açu, empresa onde trabalho, por exemplo, não utiliza influenciadores digitais para a divulgação de seus serviços, mas possui o setor de MARCOM, setor especializado em marketing, imprensa e comunicação da empresa. Ele identifica oportunidades para fortalecer a imagem e reputação do Porto do Açu, criando um ambiente fértil para a atração de novos negócios, seja por meio das redes sociais ou até mesmo apoiando e patrocinando projetos de cunho social, o que, de certo modo, exerce uma boa influencia ao público.
O processo de decisão de compra é influenciado não só pelo valor do produto e pelos seus benefícios, mas também pelos testemunhos de outros consumidores, pois ter um visual parecido ou usar o mesmo tênis que aquele influenciador digital usa representa muito para estes seguidores, eles se sentem mais próximos dessas figuras, com um sentimento de pertencimento, de ser “gente como a gente”. Mas essa influência, se não for dosada e com consciência, pode levar a consumismos absurdos e muitas vezes desnecessários. Olhando pelo ponto de vista do capitalismo, é uma ótima forma de gerar lucro para as empresas, mas muitas vezes, nós, cidadãos consumidores, acabamos nos deixando levar por essas influências, comprando produtos que muitas vezes não necessitávamos realmente. É quase impossível encontrar alguém que nunca tenha sido influenciado a comprar algo por indicação nas redes socias, parece que as tecnologias estão sempre acompanhando nossos desejos de consumo e colocando sempre as mais diversas propagandas e opções a nosso dispor. Com tantos cupons, promoções e ofertas que nos são oferecidos hoje em dia, se torna difícil dizer não ao consumo, principalmente com o cenário atual de pandemia, onde os mecanismos de venda online se tornaram cada vez mais decorrentes . Já passei por situações de comprar roupas, livros, itens de decoração e até mesmo instrumentos musicais pela influência de outras pessoas. Neste caso, foram experiências positivas, pois consegui um bom custo-benefício, mas é preciso atentar que nem sempre é assim, muitas pessoas não conseguem estabelecer limites acabam adquirindo profundas dívidas.
No geral, os influenciadores digitais possuem diversas características em comum, sendo as duas mais populares: um grande número de seguidores e um estilo admirado pelo público. A combinação destes dois fatores já é um atrativo para as marcas enviarem seus produtos em troca de propagandas. Mas essas premissas não se conquistam de uma hora para outra, para ser conhecido por algo positivo, independente do seu nicho de atuação, é necessário ter credibilidade, confiança e reponsabilidade no que faz. Oferecer um conteúdo de qualidade e diferenciado, com boa comunicação, criatividade, carisma e ética, são requisitos fundamentais que esses profissionais precisam ter, pois só assim eles conseguem essa proximidade com o publico, gerando um sentimento de identificação e pertencimento.
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