JoRNALISMO ALTERNATIVO
Artigo: JoRNALISMO ALTERNATIVO. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: renataarce • 4/5/2014 • 9.136 Palavras (37 Páginas) • 431 Visualizações
JORNALISMO CULTURAL ALTERNATIVO
Vivian Vigar1
Resumo
Este artigo investigará a produção, distribuição e consumo do Jornalismo Cultural Alternativo,
abordando alguns conceitos, propostos anteriormente no meio acadêmico, que distinguem o
Jornalismo Alternativo de outras formas de jornalismo, assim como abordará a importância do
uso de linguagens adequadas na crítica da arte para este jornalismo que conserva-se fora da
grande imprensa.
Palavras-chave: Convergência/Hibridação; Imprensa Alternativa; Jornalismo cultural;
Linguagem; Vanguarda.
1
Mestranda no programa interdisciplinar Educação, Arte e História da Cultura da Universidade
Presbiteriana Mackenzie/SP - Bolsista Capes /Prosup. Pós-graduação Lato Sensu em Jornalismo Cultural
na FAAP/SP. Graduada em Produção Editorial na Universidade Anhembi Morumbi. E-mail:
vivian.vigar@gmail.com
Revista ALTERJOR
Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP)
Ano 04– Volume 02 Edição 08 –Julho-Dezembro de 2013
Avenida Professor Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitária, São Paulo, CEP: 05508-020
Introdução
O Jornalismo Alternativo é frequentemente visto, no Brasil, como aquele que se opunha
ao governo no período do regime militar (1964 - 1985), representado por veículos como O
Pasquim e Opinião. De fato, este é um exemplo correto, porém, não deve ser restringido a isso.
O jornalismo alternativo pode ser a voz de qualquer tipo de dissidência, seja às políticas
ttalitárias, liberais, ou mesmo às estruturas culturais e qualquer outra forma de organização
estabelecida. Por isso, ainda hoje, mesmo sendo o Brasil um país democrático, e que dispõe da
tecnologia dos novos métodos de produção e distribuição, ele continua a ter seu papel, mas com
outras implicações condizentes com o contexto atual.
Com o poder estatal cada vez mais enfraquecido, devido a absorção de políticas
neoliberais, principalmente desde o governo de Fernando Henrique Cardoso, muitas funções
sociais, antes restritamente de incumbência dos órgãos públicos, estão sendo delegadas às
instituições privadas, por meio de leis de incentivo, sob o emblema da "responsabilidade social".
Além do mais, a tecnologia e a informação estão mais acessíveis à população, propiciando cada
vez mais a sua participação ativa no discurso político-cultural.
Neste cenário, a principal diferença entre a grande imprensa e a imprensa alternativa é
que, enquanto a primeira trata suas notícias com hipotética imparcialidade e objetividade, – e
sendo ela mesma uma estrutura poderosa e dominante – a segunda, a imprensa alternativa,
salvo exceções, adota uma posição, que buscará defender em nome de uma ideologia e,
geralmente, na contramão do que a grande imprensa está fazendo.
No entanto, existem diversas maneiras de praticar o jornalismo alternativo, sendo ele
flexível – assim como a grande imprensa de países democráticos –, em oposição às práticas
midiáticas monolíticas encontradas em regimes totalitários.
No caso do jornalismo cultural, em sua forma alternativa, não é somente uma resposta à
hegemonia da indústria cultural, mas também a outros fatores que envolvem o processo de
comunicação da grande imprensa. São eles:
•
os modelos de financiamento, distribuição e produção praticados por veículos
tradicionais que estão acomodados no sustentáculo de grandes organizações e cujo
público já está cativado pela fórmula utilizada, muitas vezes engessada há muito tempo,
dispensando, assim, os riscos de experimentações tecnológicas.
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Revista ALTERJOR
Grupo de Estudos Alterjor: Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP)
Ano 04– Volume 01 Edição 07 –Janeiro-Junho de 2013
Avenida Professor Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitária, São Paulo, CEP: 05508-020
•
e a linguagem homogênea da grande imprensa que, muitas vezes, trata todos os temas
como se fossem uma reportagem recorrente e morna, por exemplo, sobre a importância
da ginástica laboral em call centers.
Como a ideia deste artigo nasceu da frase de Claudney Ferreira na publicação
Princípios Inconstantes: “Com as possibilidades digitais, cada vez mais, criar, produzir e
veicular informações culturais se confunde com a própria expressão artística” (2010), e a minha
hipótese é de que a imprensa alternativa tem um papel historicamente importante no
desenvolvimento
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