Justiça Com As Próprias mãos

Vem sendo noticiado, frequentemente, em jornais, o aumento do número de pessoas que andam praticando atos como o de “fazer justiça com as próprias mãos”. Essa atitude, além de ser uma barbaridade, pode ser considerada uma regressão do ser humano, uma vez que os que a praticam, ignoram as leis de punição e resolvem punir por conta própria. Em pleno século XXI, ainda há pessoas que possuem um certo ar de superiodade sobre as outras e acham que suas verdades são únicas e incontestáveis e que, consequentemente, as dão o direito de punir os outros como bem entendem.

Vivemos em um país que possui leis e regras que devem ser cumpridas, isso é incontestável. Se uma pessoa matou ou robou, ela tem que pagar por isso, isso é lei, mas será que a punição certa é acorrentar uma pessoa a um poste e dar chutes e socos até quando der vontade de parar? Certamente não, pois apesar daquela pessoa ser considerada uma delinquente, porque sim, quem rouba ou mata é delinquente, ela também é um ser humano e, apesar de ter infringido uma lei, não quer dizer que mereça ser tratada de tal forma.

Essa semana, o país presenciou um caso lastimável em que a população de um bairro em São Paulo resolveu “fazer justiça com as próprias mãos”. O caso ocorreu da seguinte maneira: Uma mulher foi confundida com uma sequestradora de crianças e pessoas que moravam no local prenderam e lincharam essa mulher. Ela, que segundos relatos, era honesta e trabalhadora e estava longe de ser uma sequestradora, morreu, simplesmente porque algumas pessoas acharam que tinham o direito de espanca-lá diante de tal informação.

A população não deve aceitar casos assim. Fazer maldade de qualquer tipo com seu semelhante, seja por qualquer razão, deveria causar repúdio e indignação no povo brasileiro e casos, como o dessa mulher de São Paulo, deveriam servir de exemplo para que não se repita, indepente se a pessoa for culpada ou não. Vivemos em um mundo moderno, onde as pessoas são consideradas pelo menos, na teoria, civilizadas. Somos todos seres humanos, que temos normas e leis a cumprir. Sendo assim, o melhor a se fazer é deixar que a justiça dos homens cuide do caso porque “fazer justiça com as próprias mãos” é, simplesmente, regredir ao tempos das cavernas.

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