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Leitura Na Escola

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Por:   •  29/10/2013  •  3.072 Palavras (13 Páginas)  •  445 Visualizações

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Resumo:

Esta reflexão foi originalmente apresentada a professores da rede escolar do município de

Ponta Grossa/PR, por ocasião da II Feira Municipal do Livro. Procura desenvolver idéias

acerca da biblioteca de classe como forma de trabalho eleita para formação de leitores na

escola, no âmbito da disciplina Língua Portuguesa, situando-a brevemente na diversidade

de modos que o ensino da leitura já assumiu na escola ao longo do tempo e nas

circunstâncias que permitiram o seu surgimento.

Palavras-chave: leitura, biblioteca de classe, escola.

Abstract:

Key-words: reading; school;

1. Nós, professores, temos sido confrontados insistentemente com os desafios da formação

dos leitores na escola. Como e quais competências em leitura desenvolver? Como

desenvolver o gosto pela leitura? Como tornar interessante o livro? Prazerosa a ação de ler?

Que livros indicar? Como transformar esta atividade em algo com mais sentido para os

alunos? Onde buscar respostas para essas questões? Há respostas certas?

Atropelados por essas e muitas outras questões ligadas ao ler na escola, podemos pensar

que se houver maior clareza quanto ao quê e ao como fazer, maiores são nossas chances de

acertar. Em certo sentido isso é verdade. Quanto maiores forem os nossos recursos

materiais e pessoais para organizar o trabalho com os textos escritos, maior a chance de

tornar mais adequada, mais consistente e pulsante nossa prática docente como professores

de português.

Esta apresentação procura argumentar em favor de uma aula destinada ao ensino de leitura,

que é a aula de Biblioteca de Classe, no qual a prioridade não é o desenvolvimento de

competências, da fluência na leitura, da intelecção dos textos, do apuro da crítica. Antes,

um espaço/tempo curricular que admite a professor e alunos, percursos distintos pelos

• Professora Doutora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas.

Coordenadora do Grupo de Pesquisa “Alfabetização, leitura e escrita” (ALLE); e-mail:

lilian_lms@terra.com.br

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livros e pela leitura, potencializando a relação necessária do sujeito com um conjunto de

aspectos que configuram a prática de ler, inclusive aqueles ligados à sua subjetividade.

Convém ressaltar, de início, que embora a leitura seja uma atividade tão universalmente

reconhecida e compartilhada a ponto de a considerarmos um bem já natural e um valor

absoluto, ela não é e não pode ser tomada como uma prática sempre igual para todos, em

todos os tempos e lugares.

Assim, ler, aprender a ler, ou ainda, formar leitores não tiveram ao longo da história - e da

história da educação escolar – um mesmo e único entendimento ou sentido, uma mesma e

única finalidade ou forma de acontecer. Isso quer dizer que em diferentes momentos,

perguntas como as que formulamos acima e possivelmente outras receberam respostas

diferentes daquelas que imaginamos possíveis hoje.

Mesmo não sendo objetivo maior dessa apresentação a busca desse passado, vale a pena

tentar visualizá-lo em suas linhas mais gerais, apenas para se ter a idéia de que esta forma

de ensino da leitura surge em uma paisagem histórica que em certo momento admitiu a

configuração da biblioteca de classe como uma maneira de realizar a formação do leitor na

escola, em contraposição a outros modos.

Batista e Galvão (1998) num artigo da revista Presença Pedagógica, chamado A Leitura na

Escola Primária Brasileira dedicam-se à elaboração de uma visão panorâmica para o ler

nessa instituição. Em suas pesquisas perseguem realidades antigas, através das pistas que

encontram em materiais didáticos, programas de disciplinas, regimentos escolares, a

literatura, ou mesmo em depoimentos de velhos professores. Tais indícios, quando

recolhidos, organizados, lidos e interpretados permitem uma visão das formas antigas de se

ensinar a ler na escola brasileira: antigos entendimentos, práticas ou maneiras de fazer.

Dentre as muitas coisas que podem nos contar desse passado, Batista e Galvão destacam no

artigo em questão dois modelos de leitura que entre os últimos anos do século XIX e as

primeiras décadas do século XX competiam pela forma legítima de ensinar a leitura

corrente. O primeiro modelo apoiava-se nos livros “enciclopédicos” - em que os textos para

o aprendizado da leitura buscavam instruir os alunos nos mais diversos campos do currículo

escolar, como as ciências, a história, a geografia, etc. O segundo modelo identificava o

livro de leitura aos ensinamentos morais e cívicos. Nesse momento, de forma geral, o

ensino pode ser descrito como uma realidade fortemente apoiada no professor, no livro

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texto,

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