Linguagem gestual brasileira na prática docente
Seminário: Linguagem gestual brasileira na prática docente. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: joabe7 • 21/4/2014 • Seminário • 1.563 Palavras (7 Páginas) • 558 Visualizações
Língua brasileira de sinais na prática docente
A história da linguagem brasileira de sinais vem desde antes da descoberta do Brasil, não haviam escolas especializadas para surdos. Até o final do século XV, os surdos eram considerados ineducáveis. Começou a sentir-se a influência de novas manifestações sobre a educação dos surdos, surgidas na Europa e nos Estados Unidos durante os séculos XVI a XIX. Em 1855, veio no Brasil um professor chamado Ernesto Huet e fundou no Rio de Janeiro a primeira escola para surdos no Brasil, o Instituto de Educação de Surdos (INES), em 26 de Setembro de 1857. A Língua de Sinais usada no Brasil recebeu muita influência dos sinais da França e dos Estados Unidos.
Antigamente se usavam sinais diferentes e não havia um padrão a ser seguida, coisa que hoje em dia nós temos. No ano de 2002, foi criada uma lei que reconhecia a Língua Brasileira de Sinais como meio de comunicação objetiva e de utilização das comunidades surdas no Brasil, e em 2005, foi criado um decreto que tornou obrigatória a inserção da disciplina nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério em nível médio e superior (Pedagogia, Educação Especial, Fonoaudiologia e Letras). Os surdos são regulamentados pela LEI nº 10.436 de 24 de Abril de 2002, que diz o seguinte: Art.1º É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a língua Brasileira de Sinais – Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
Art.2º Deve ser garantido por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso de difusão da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.
Art.3º As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência á saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.
Art.4º O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial de fonoaudiologia e de magistério, em seu nível médio e superior do ensino da Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS como, parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacional- PCNs, conforme legislação vigente.
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.
Com a LEI citada à cima concluímos que foi um grande avanço não só para a comunidade surda, mais também para o restante da população que hoje uma quantidade maior de pessoas consegue se comunicar com os indivíduos surdos, e com isso se consegue fazer uma maior inclusão dessas pessoas, algo que antes era mais limitado, a partir daí, os surdos começam a ter sua cultura e identidade reconhecidas.
A cultura surda se constrói e se define em um contexto de pluralismo, estabelecendo na diversidade a sua base conceitual. O patrimônio cultural das comunidades surdas se traduz em uma experiência visual e se constitui de expressões lingüísticas, a língua de sinais (ou linguagem gestual caseira, de surdos que não tem acesso a língua de sinais), étnicas (o entendimento político da surdez como diferença, a luta pelo reconhecimento oficial da língua de sinais, as identidades surdas como posicionamento e modo de ser no mundo), ou seja, a cultura surda traduz e é traduzida pelas representações e produções através das quais o surdo se vê, vê e entende o mundo.
A identidade dos surdos, dentro das diversas culturas surdas existentes, não é homogênea, pois os mesmos se enquadram nas categorias de raça, classe, nacionalidade, condição física e outras fontes de diferenças, assim entendida, a construção das identidades surdas não tem como referencial único e fixo o uso da língua de sinais. Essa construção ocorre no encontro do sujeito com o grupo, ou com os grupos, nos quais as experiências visual da surdez como um dos atributos constitutivos da diferença, possam envolver todo tipo de significações, representações e reproduções, seja no campo intelectual, lingüístico, étnico, cognitivo cultural, etc...
A visão da sociedade sobre o indivíduo surdo se constituía sobre a concepção dos mesmos como seres incapacitados para herdar bens, casar, constituir uma família, entre outros, ou seja, eram vistos como seres sem razão desprovidos de pensamento lógico e também eram considerados ineducáveis.
Pela primeira vez, a partir do século XVI, começa a ocorrer lentamente uma mudança de visão sobre os surdos e os mesmos passam a ser vistos como seres educáveis, e esta educação seria possível através de procedimentos pedagógicos adequados como por exemplo a escrita.
Ao decorrer do século XX as divergências de opinião continuam sobre a educação de surdos que se definem entre as duas propostas ideológicas: a oralista e a não - oralista implantando instituições de ensino voltadas para as duas propostas de pensamento lógico.
A escola com a proposta bilíngüe vem para subverter essa realidade ao proporcionar uma condução pedagógica pautada no duplo valor político. Com a implantação das escolas bilíngües os surdos passaram a ser ouvidos, a sua língua e cultura reconhecida, possibilitando-lhes ter acesso aos conteúdos em sua língua.
Passam a ser cidadãos capazes de criar novas perspectivas, formas alternativas igualmente eficazes da realização da condição humana, possibilitando a apropriação de todos os aspectos humanos, tanto na dimensão biológica quanto na dimensão psicológica. As dificuldades encontradas por eles são produto de vários fatores, entre eles a formação docente, a qual está baseada na tradição oralista que considera os surdos como portadores de uma patologia. Atualmente, ainda são poucos os cursos de formação de professores que não trabalham numa abordagem clínica da surdez, o que tem se repercutido na prática pedagógica dos docentes nas escolas, a qual privilegia o treino sistemático de terapia da fala,
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