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Literatura Barroca

Por:   •  27/11/2015  •  Resenha  •  957 Palavras (4 Páginas)  •  267 Visualizações

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1) Poemas e análises.

                Poema l

Mancebo sem dinheiro, bom barrete,
Medíocre o vestido, bom sapato,
Meias velhas, calção de esfola-gato,
Cabelo penteado, bom topete.

Presumir de dançar, cantar falsete,
Jogo de fidalguia, bom barato,
Tirar falsídia ao Moço do seu trato,
Furtar a carne à ama, que promete.

A putinha aldeã achada em feira,
Eterno murmurar de alheias famas,
Soneto infame, sátira elegante.

Cartinhas de trocado para a Freira,
Comer boi, ser Quixote com as Damas,
Pouco estudo, isto é ser estudante.

                                        “Vida escolática”

        É um soneto, pois em sua constituição temos duas quadras e dois tercetos. Nas quadras a rima é alternada e nos tercetos a rima é cruzada.

        No soneto, o sujeito é o mancebo. A primeira quadra descreve ele, diz que ele se veste muito mal, mas cuida bem de seu cabelo. Na segunda quadra ele diz que quem olha para o mancebo pensa que ele é bom de dança, canta muito bem, sabe fingir que é de classe superior e que não é nada do que finge ser. O primeiro terceto ele fala sobre uma garota chula e dos boatos sobre eles dois. Por último ele diz que o mancebo tem bom relacionamento com as mulheres, mesmo não possuindo aquilo que ele aparenta ter; come bem, é um cavalheiro e para ele pouco importa o estudo. Ele diz que o que faz uma pessoa estudante são as características citadas no poema.

                

                

                Poema ll

A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.


Em cada porta um bem freqüente olheiro,
Que a vida do vizinho e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
Para o levar à praça e ao terreiro.


Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos sob os pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia,


Estupendas usuras nos mercados,
Todos os que não furtam muito pobres:
E eis aqui a cidade da Bahia.

        "Descreve o que era naquele tempo a cidade da Bahia"


        
É um soneto, pois em sua constituição temos duas quadras e dois tercetos. Nas quadras a rima é interpolada e nos tercetos a rima é cruzada.

        A primeira quadra fala que as grandes pessoas vem para governar a cidade, mas não sabem governar nem a própria casa, e querem governar aquele lugar. Na segunda quadra ele fala de pessoas bisbilhoteiras, que ficam vigiando a vida alheia e vão espalhar as fofocas da vida dos outros para outras pessoas em outros lugares. No terceto ele fala dos mulatos, filhos de senhores brancos com escravas, onde são trazidos e posta em palma a picardia, a maldade, a safadeza de achar q são filhos de nobres. Por último uma critica a classe que não era nem aristocracia rural, e nem a ralé, mas a classe comerciante que tem sede de ganhar muito e que se não rouba “não vence na vida”, com essas classes criticadas o poeta conclui o que seria a Bahia de seu tempo.

2)Identificação das características do Barroco nos textos.

        

As poesias de Gregório de Matos são religiosas e líricas. Nos dois textos ele usa várias vezes as características do Barroco, usa muito as de figuras de linguagem, que reforçam a tentativa de apreender a realidade por meio dos sentidos, como a metáfora e a hipérbole que são muito caracterizadas no barroco; usa bastante o estilo cultista, aquele jogo de palavras e o estilo conceptista, o jogo de ideias. As contradições, a forma tumultuosa, a frequente utilização de antíteses, paradoxos e inversões, estabelecendo essa forma contraditória de se expressar nos poemas.

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