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Marila De Dirceu

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Por:   •  30/11/2013  •  549 Palavras (3 Páginas)  •  364 Visualizações

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Marília de Dirceu

RESUMO

Na primeira parte de Marília de Dirceu somos apresentados à Marília e ao pastor Dirceu, responsável pela voz do poema que descreve todo o seu sentimento pela jovem. Ambos são pastores de ovelhas em uma região não definida pelo autor. Nessa primeira parte, escrita antes da prisão do autor, nota-se uma preocupação intensa em louvar a beleza da amada. Outro objetivo do eu lírico nesse trecho parece ser o de se colocar à altura dela, fato que fica claro pela afirmação de uma posição social nas primeiras liras.

Além disso, Dirceu apresenta frequentemente seus planos em relação ao futuro com Marília. O eu lírico deseja uma vida bucólica e serena, com filhos, em um ambiente campestre fortemente marcado pela presença da natureza.

Já na segunda parte, elaborada na prisão, local para o qual o autor e o eu-lírico se deslocam, e na terceira, predomina o tom solitário e pessimista. Dirceu repete sua tristeza e saudade de Marília, sem o otimismo e o louvor à natureza presente no trecho inicial.

CONTEXTO

Sobre o autor

Nascido em Portugal, Tomás Antônio Gonzaga foi levado para Pernambuco pelo pai brasileiro. Envolvido com a Inconfidência Mineira, foi preso e enviado à Moçambique, na África, onde passou boa parte de sua vida. É considerado um dos grandes nomes do arcadismo.

Importância do livro

O livro teve sua primeira parte publicada no ano de 1792, em Lisboa. A obra pertence ao Arcadismo, mas já apresenta características do Romantismo. Especula-se, inclusive, que foi o amor do autor por Maria Dorotéa Joaquina de Seixas que inspirou a história. Refletido em Dirceu, Gonzaga declara seus sentimentos pela amada.

Período histórico Acusado de participar da Inconfidência Mineira, Tomás Antônio Gonzaga foi preso em 1789. Foi na prisão em Fortaleza que escreveu parte da sua obra mais conhecida, Marília de Dirceu.

ANÁLISE

Marília de Dirceu é um longo poema narrativo, composto por duas partes de cerca de trinta liras, termo utilizado para denominar os poemas que compõem a obra, e uma terceira que mescla liras, sonetos e odes. Seu enredo é profundamente relacionado à biografia do autor, Tomás Antônio Gonzaga. A protagonista da obra lírica teria sido inspirada em Maria Doroteia Joaquina de Seixas, uma jovem moradora da região de Vila Rica. A área foi palco da inconfidência mineira, evento no qual o autor esteve envolvido e que lhe rendeu um tempo preso.

Por se tratar de uma obra identificada com o Arcadismo, o eu lírico, embora profundamente identificado com o autor, assume o papel de um camponês pastor de ovelhas, assim como sua amada. No livro, são evocados frequentemente elementos identificados com a vida no campo, estratégia inspirada na tradição Greco-latina.

O vínculo com a literatura árcade também faz com que a obra apresente profunda preocupação formal e que sejam citados elementos das culturas clássicas. Entretanto, a linguagem empregada é simples e busca aproximação com o coloquial. O tratamento dado à figura feminina é bastante idealizado, mas em alguns trechos sua presença parece mais real do que em outras obras do gênero.

Marília

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