O Realismo e a Hipocrisia

O Realismo e a Hipocrisia

O realismo veio como uma resposta ao romantismo, num período onde o movimento estava em decadência, visto que seus principais autores usavam versos românticos para criticar a sociedade em determinado aspecto. Tornou-se um dos movimentos literários mais expressivos do mundo, marcado por polêmicas, causando muito repúdio por parte dos defensores da "moral".

Fortemente influenciado pelo contexto histórico social caótico em que estava inserido, o Realismo começou a dar seus primeiros indícios, visto que tal movimento era muito mais do que um repúdio aos versos romancistas. Era uma maneira de expressar toda a indignação causada pelas condições sub-humanas que a população operária europeia enfrentada graças a injustiça causada pela Revolução Industrial iniciada no século XVIII. No Brasil, era uma reposta dada as inúmeras contraversões sociais, catapultada por movimentos abolicionistas e republicanos.  

Um dos principais livros do realismo, inclusive foi o inaugurador do movimento, foi Madame Bovary de Gustave Flaubert. Tal obra desprendia-se da imagem pura e ingênua da mulher pregada pelo romantismo, apresentando Emma Bovary, uma personagem em busca de realizações pessoais, vivendo em um casamento infeliz, almejando novas aventuras e acabando por se tornar a polêmica adúltera sem remorso que tanto escandalizou o mundo no século XIX.

Aproveitando o ensejo da calamidade causada pela Revolução Industrial, os autores realistas criaram personagens mais humanos, como mulheres sedentas por aventuras sexuais e até questionaram a santidade ilusória vista ao redor dos padres, como Eça de Queiroz relata no livro “O Crime do Padre Amaro”. O movimento realista é considerado por estes e outros demais motivos, um dos movimentos literários mais importantes já criados, denunciando junto com o movimento naturalista, a hipocrisia presente em toda a sociedade.