O Relevo e Hidrografia
Por: rphsouza • 3/4/2017 • Trabalho acadêmico • 4.251 Palavras (18 Páginas) • 465 Visualizações
Relevo e hidrografia
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Rio Doce e o Pico da Ibituruna ao fundo.
De forma geral, o território municipal está inserido em duas unidades geomorfológicas, sendo 60% do território valadarense ondulado, 25% montanhoso e 15% plano. As áreas a sul, onde está localizado o perímetro urbano, estão situadas nos domínios da depressão interplanáltica do Vale do Rio Doce, cujo relevo é resultado de uma dissecação fluvial atuante no período Pré-Cambriano e que acompanha o curso do rio Doce. Trata-se de uma região relativamente aplainada, cujas altitudes médias variam entre 250 a 500 metros, com a presença de colinas suaves, vales, cursos hídricos em demasia e as maiores altitudes presentes em elevações abruptas isoladas, além do Pico da Ibituruna, com seus 1 123 m, separado da zona urbana pelo rio Doce.
Predominam nessa unidade solos com xistos, micaxistos, biotita-gnaisse, com a presença de quartzo. O Planalto Soerguido/Maciço Montanhoso, por sua vez, corresponde a uma região de relevo acidentado a norte e noroeste do município. Compõe-se vales abruptos e colinas de topo em crista que têm em média 850 a 900 metros de altitude, podendo ser encontrados solos com granito-gnaisse, granitos e biotita-gnaisse.
O município se encontra na bacia do rio Doce, cujo curso corta o território municipal e banha a zona urbana, sendo o responsável pelo fornecimento de água à maior parte da cidade. Diversos outros cursos hidrográficos banham o município e em conjunto compõem a calha do rio Doce, destacando-se em massa d'água os rios Corrente Grande,Suaçuí Grande, Suaçuí Pequeno e Tronqueiras. Outros cursos menores e que também banham Governador Valadares são os córregos Capim, Caramanho, Cassiano, Cedro,do Bernardo, do Desidério, do Onça, do Tapinoã, Figueirinha, Melquíades, Paca e Santa Helena. Dentre eles, os córregos Capim, do Onça e Figueirinha cortam o perímetro urbano, recebendo consideráveis níveis de poluição hídrica com destino ao rio Doce, o qual também recebe boa parte dos efluentes urbanos sem tratamento da cidade
Ecologia e meio ambiente
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Vegetação natural na área de proteção ambiental (APA) do Pico da Ibituruna, às margens do rio Doce.
A vegetação nativa pertence ao domínio florestal Atlântico (Mata Atlântica), restando poucas regiões fragmentadas em meio a áreas reflorestadas, pastagens e ao perímetro urbano. O processo de derrubada da mata nativa teve início no começo do século XX, com a exploração e a expansão do perímetro urbano a partir da margem do rio Doce, no entanto foi fortemente alavancado entre 1940 e 1960, quando ocorreu o encetamento e o auge da exploração madeireira. Muitas das áreas devastadas deram lugar às pastagens para a pecuária e, mais tarde, à monocultura de reflorestamento com eucalipto destinado a empresas produtoras de celulose. Multinacionais como a Cenibra passaram a pagar aos pequenos produtores para que cultivassem o eucalipto em suas propriedades, destinado a sua produção de celulose, em vez de manterem o gado e/ou lavouras para própria subsistência, contribuindo para a remoção de árvores.
Segundo informações da prefeitura de 2015, a vegetação natural abrange 374,27 km², ou 16% do território municipal, porém esse percentual está dividido em pontos dispersos pelo município e isolados um do outro e apenas 2% da área do município compreendem Mata Atlântica nativa. A APA do Pico da Ibituruna é a única área de proteção ambiental de Governador Valadares, destinada a proteger a vegetação natural existente na região do Pico da Ibituruna. Criada em 1983, abrange cerca de 6 243 hectares, ou 2,7% da área municipal, e é considerada como um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica do médio rio Doce, porém incêndios ocasionais atingem a unidade de conservação, contribuindo para sua degradação.
Apesar da degradação em alguns pontos, a APA do Pico da Ibituruna concentra uma considerável gama de espécies arbóreas típicas do bioma nativo, com destaque aojacarandá, jequitibá e ipê-amarelo, bem como na fauna, representada por paca, capivara, cutia, jaguatirica, o sabiá-laranjeira, o beija-flor, sanhaço, pica-pau, saíra, inhambu,jacu, tico-tico, alma-de-gato, maritaca, tuim e pintassilgo. O município também administra um parque municipal, o chamado Parque Natural Municipal de Governador Valadares, área verde de cerca de 400 mil m² situada entre a cidade, o pico da Ibituruna e o rio Doce que foi estruturada pela Vale S.A. e inaugurada em 6 de fevereiro de 2015. Com foco à conservação ambiental, destacam-se campanhas de conscientização ecológica realizadas ocasionalmente nas escolas e que envolvem a população e programas de arborização de logradouros.
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