Os Descaminhos Da Escola
Trabalho Universitário: Os Descaminhos Da Escola. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: felleme • 18/9/2013 • 6.756 Palavras (28 Páginas) • 469 Visualizações
“Mestre não é aquele que ensina, mas quem de repente aprende” (GUIMARÃES ROSA, Grande Sertão: Veredas apud SILVA, 1982)
Como pudemos perceber, o próprio título já é uma suposição clara do assunto ao qual se refere o livro em resumo: OS (DES) CAMINHOS DA ESCOLA – traumatismos educacionais; Refere-se exatamente ao que sugere: - aos traumas sofridos pela educação brasileira, de um modo geral.
Se nós formos avaliar o significado da palavra DESCAMINHOS, teremos a seguinte definição, segundo um dos dicionários ortográficos brasileiro: - Extravio, sumiço. Desvio do bom caminho Moral. - Agora sim, chegamos a um determinado ponto específico, pois avaliando essas definições, percebemos sobre o que o livro quer nos dizer. E nos deixa bem claro, quais os distúrbios sofridos pela educação brasileira durante décadas em seus cronogramas curriculares e educacionais em nível nacional, estadual, municipal e até mesmo regional e institucional.
Em cada um dos capítulos que o autor nos traz nesse livro de leitura “leve” - leva em conta os professores que estão exaustos, após a sua dezena de aulas diárias - ele se refere a questões cotidianas do sistema escolar, das instituições e dos professores. Relataremos cada um dos capítulos, de uma forma simples, transportando os relatos para o nosso dia-a-dia, e a nossa vivência, como já educadores ou futuros pedagogos. Não esquecendo que o livro proposto foi editado no ano de 1982, e que algumas coisas podem ter mudado de lá para cá, ou que para nossa satisfação e alegria do autor (pela possível conquista através desta leitura) muito se tenha avançado nessa área ainda decadente através de estudos, pesquisas, leituras, lutas e conquistas.
Veremos nesse trabalho universitário, que no livro, “o autor apoiado na sua experiência e servindo-se da intuição, descreve algumas das mazelas que caracterizam a escola brasileira.” (SAVIANI, São Paulo, nov./78. apud SILVA, 1982)
Mazelas estas que explicitam o significado real da palavra em sua tradução, pois as manchas na reputação são carregadas pelos alunos, professores e escolas; que até são usadas e servem como não modelos de educação.
Ainda, segundo SAVIANI (São Paulo, nov. p.78, apud Os descaminhos da escola, 1982. p. 10), “se isto tem a vantagem de propiciar uma identificação (...) um clima emotivo preliminar favorável ao despertar da consciência, por outro lado corre o risco de não provocar o despertar e, menos ainda, o desenvolvimento de uma consciência crítica. Com efeito, o clima favorável pode se dissolver nos queixumes e lamentações reforçando nos professores o sentimento de vítima justificando o ‘lavar as mãos’.”
Se o alvo principal ao qual se destina a obra não souber usufruir devidamente desse rico material, que é um “grito de alerta” para a classe educacional, com certeza, não será culpa de má interpretação das palavras que a obra contém, e muito menos, culpa do autor, porque o professor Ezequiel T. da Silva, usa uma linguagem muito clara e específica, diretamente perceptível, com um texto descontraído, e informal, que mexe com a nossa consciência, levando a um pensar incisivamente sobre o cotidiano escolar, e a prática exercida. Devemos deixar bem claro, aos destinatários da obra, que de nada adianta simplesmente pensar e aí estacionar - na reflexão pura e simples - mas devem AGIR, ATUAR, PROPOR, FAZER e CONSTRUIR! Se é que desejam ver avanços na educação e melhoras efetivas nas causas reais da ignorância, opressão e alienação.
Sabemos que, só assim, com a classe dos professores agindo, atuando, propondo, fazendo, e construindo, conseguiremos chegar a um exemplo de educação e não mais, apenas copiar os exemplos de educação dos quais temos conhecimento, que ouvimos falar ou que deu certo em algum outro país. Para que consigamos delinear os “caminhos” da escola, superando os “descaminhos” e seus problemas existentes.
OS DESCAMINHOS DA ESCOLA
Barafunda Metodológica
“PROCURA-SE: ‘um método milagroso ou uma técnica santa para curar todos os males da educação brasileira!’ QUESTIONA-SE: ‘a cura para problemas de ensino e aprendizagem deve ser procurada, única e exclusivamente, no método utilizado pelo professor?’ LAMENTA-SE: ‘será que os professores brasileiros perderam o bom senso ou será isto um problema de má formação mesmo?’.” (SILVA, 1982)
Muito se têm discutido em palestras, cursos, simpósios, congressos, reuniões de professores, entre outros..., sobre qual seria a técnica correta, ou a melhor técnica para se aplicar em nossas salas de aulas. Muitas vezes superlotada, com alunos vazando pelas janelas; e os professores se perguntam, como trabalhar devidamente nossos alunos? numa turma heterogênea, com portadores de necessidades especiais e até crianças hiperativas. Trazendo de casa “bolsas” com gritantes diferenças que variam desde costumes à educação. Impulsionando os educadores, cheios de interrogações para que façam uma escolha vaga, no “escuro”, que se poderá se tornar falha; pois muitas vezes as técnicas educacionais são adotadas por estarem na moda, e na verdade tornam-se deficientes quando o educador não sabe aplicá-las adequadamente, não consegue transpor para sua prática diária, para as reais necessidades dos seus alunos.
E agora! Já fizeram a escolha, que “dedocraticamente” era a melhor, então, como transmiti-las para os alunos? Se os professores mal sabem como é essa nova técnica que escolheram, e conseqüentemente, desconhecem como trabalhar adequadamente em sala. Não estabeleceram objetivos na hora da escolha da técnica que utilizariam, e nem ao menos os sabem estabelecer, enfim, não pensem que será utilizando-se de uma técnica “miraculosa”, que deu certo em vários países, e já foi supercomentada até recomendada por renomados educadores, eles conseguirão resolver seus problemas de “ensinagem”. E não é porque que muitos outros profissionais que eles conhecem já aplicaram essa mesma técnica e conseguiram bons resultados, evidentemente funcionará para eles.
Para muitos não faz diferença entre qual método utilizar, o importante é estar empacotada, é vir com o “kit completo” (com o manual de instruções); desde que já esteja pronta para usar, e deixe os alunos estátuas em suas carteiras do tradicionalismo, está sendo adotada.
E a busca dos professores continua, em um “método solução” para todos os problemas educacionais. Preocupados com o “como ensinar”; acabaram soterrando
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