Paula Melo

FILME: O DISCURSO DO REI.

Dizer que este filme se trata de um rei que tem dificuldades de falar com seu povo não seria o suficiente. Mais do que isso, ele mostra como se formou a amizade entre dois homens que permaneceram amigos até o fim. Eles são: O Rei George VI (Colin Firth) e Lionel Logue (Geoffrey Rush). É um filme direcionado para um público mais maduro, que consiga alcançar a grandeza dos pequenos detalhes retratados ao longo das cenas.

O filme começa com George tendo que fazer um discurso para um estádio lotado, com uma enorme dificuldade de pronunciar as palavras e um grande esforço para realizá-lo. Sua esposa Elizabeth, ao seu lado, demonstra compaixão por sua "humilhação pública", tal compaixão que a faz procurar médicos que possam curar a gagueira do marido.

Dentro de seu consultório, o médico exige que os dois sejam iguais, por isso começa a chamar o futuro rei de Bertie, o que não o agrada nem um pouco. Não por se achar superior ou coisa do gênero, mas pelo simples fato de ninguém além da família fazer isso, mas nada que impeça o médico Logue de continuar o chamando pelo nome.

Elizabeth é quem impulsiona a história do filme. Chique e educada, é sempre amável com seu marido e ao mesmo tempo, ela é firme quando deve ser. Em uma festa de família, ela ignora a mulher com quem, o irmão mais velho de George pretende casar, pois a mesma já foi divorciada três vezes e o escândalo dele casar com ela pode fazer com que George vá para o trono. Elizabeth não quer que George seja o rei e ele mesmo também não quer. Mas não tem jeito, Edward renuncia para casar com a mulher que ama e com muito pesar, George assume, entendendo que é seu dever a ser honrado.

Após as últimas de Hitler, George sabe que chega a hora de dar o discurso mais importante da sua vida, no qual ele deve falar para todos os seus súditos que o país está entrando em guerra. A caminhada para o microfone parece uma tortura, todos sabem da sua dificuldade e da importância do que tem a dizer. É um gago que deve falar com confiança e firmeza para tranquilizar seu povo, um homem provando que tem capacidade de ser rei e ganhando o respeito de todos. Essa é a cena chave do filme, que é realizada com muito sucesso.

Ganhador de sete prêmios BAFTA e quatro Oscars, sendo eles melhor filme, melhor diretor para Tom Hooper, melhor ator para Colin Firth e melhor roteiro original, a produção é muito bem feita e divertida. Toda a época é extremamente bem retratada no figurino e no jeito que a sociedade é mostrada. Um trabalho de um elenco sensacional que se fez digno de ocupar um lugar importante nas cadeiras do cinema mundial.

A mensagem do filme, que mostra que onde há persistência haverá sucesso, é fundamental para a vida de muitas pessoas que sofrem de problemas semelhantes ao do personagem principal da história. Por isso é muito válido que estas possam assisti-lo e também todos os outros expectadores que buscam e apreciam uma boa produção cinematográfica.