Redaçao Pequenas Corrupções
Por: razalemos • 22/5/2016 • Dissertação • 548 Palavras (3 Páginas) • 1.434 Visualizações
Recebendo na mesma moeda.
Em um anuncio publicitário da empresa CGU (Controladoria Geral da União), é abordado um tema presente na vida de todos os brasileiros: as “pequenas corrupções”. Neste anuncio mostra-se a triste realidade dessa sociedade em suas relações com terceiros no cotidiano. Tais relações são evidenciadas quando o privado se sobrepõe ao público, a partir do momento em que o indivíduo quer tirar vantagens para ser privilegiado e acaba corrompendo o sistema.
As esferas de poder brasileiro são notoriamente falhas e corruptas. Cada vez mais casos de corrupção são delatados e julgados até mesmo pela população. No entanto, por um lado, há o pedido de honestidade tomando as ruas, por meio de pressão; como pela aprovação da Lei da Ficha Limpa, ou também através dos protestos de junho de 2013 e de abril de 2015 realizados pelos próprios cidadãos. Mas, por outro lado também, os próprios cidadãos tem dificuldade para combater seus próprios atos falhos; que vão desde um suborno a um policial para não ganhar pontos por uma multa, até falsificar documentos como o RG, para poder entrar em baladas ou comprar bebidas alcoólicas quando se é menor de idade.
De acordo com a teoria do “Contrato Social” de Rousseau, para o Estado ter de fato uma sociedade, o indivíduo cede parte da sua individualidade e de seus direitos. Assumindo assim, deveres e obrigações a serem seguidas. Em contrapartida, o Estado irá controlar a população de modo a proteger os seus habitantes. O problema se instala, quando não há essa contrapartida por parte do Estado. O individuo, então, se sente no direito de cometer atos para compensar as falhas do contrato social estabelecido e assim, fazem surgir às pequenas corrupções.
O motivo pelo qual a campanha foi amplamente compartilhada é que o povo brasileiro reconhece que tais atos falhos existem, mas dificilmente assumem quando eles próprios os comentem. Nem tão pouco quando alguém conhecido em alguma ocasião já o fez. “Toda ação é designada em termos do fim que procura atingir”, a ideia de Maquiavel explica o porque dessas “pequenas corrupções” existirem. Tanto os cidadãos, quanto os políticos, visam o fim que querem atingir; e , quando encontram meios mais rápidos de chegar até o objetivo, mesmo sendo meios ilegais, os praticam. Esse “fim” retratado não é legítimo, pois afrenta o poder público. Indivíduos querendo tirar vantagem de outros e sair ilesos de situações ou até mesmo justificando o porque de seus atos errôneos acusando outra pessoa, para que assim fiquem ilesos de responsabilidades. Sempre livres de culpa.
Portanto, vê-se que é muito fácil apontar os erros existentes numa sociedade. Principalmente quando erros são cometidos por outras pessoas. Se outro individuo se beneficia, por meio de um ato ilícito, é condenado por sua atuação. No entanto, se a ilicitude foi realizada pelo próprio, para que o mesmo se beneficie de algum modo; é justificado o ato como uma compensação pelos erros já cometidos anteriormente. O resultado deste pensamento é o aumento constante de corruptos dentro de uma sociedade; e a diminuição também da existência de cidadãos de bem, que realmente pregam aquilo que pedem: a honestidade.
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