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Por:   •  11/5/2014  •  1.823 Palavras (8 Páginas)  •  507 Visualizações

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FACULDADES UNIFICADAS DOCTUM

INSTITUTO DOCTUM DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

CAIO

HENRIQUE TAVARES

JOÃO PAULO FERREIRA

KEUVIM MANOEL

RENATO LOPES

RUTH RAMALHO

PORTUGUÊS

Teófilo Otoni – MG

2014

FACULDADES UNIFICADAS DOCTUM

INSTITUTO DOCTUM DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Estudo Dirigido da Disciplina de Português elaborado por Caio, Henrique, João Paulo, Keuvim, Renato, Ruth, por solicitação do Professor Mauro do curso de Sistemas de Informação da Faculdade DOCTUM.

Teófilo Otoni – MG

2014

RESENHA

A Língua de Eulália: Novela Sociolinguística

2006, Marcos Bagno

Direitos reservados desta edição: Editora Contexto

Editoração: Editora Pinsky Ltda (Editora Contexto)

22 Capítulos e 251 Páginas

O livro “A lingua de Eulalia de Marcos Bagno” escrito em 2006, aborda que falar diferente não é falar errado, isso no português não padrão, as universitárias Vera, Sílvia e Emília vão passar as férias no sítio da professora Irene. Irene se reúne todos os dias com as três educadoras do ensino fundamental, transformando suas férias numa espécie de actualização pedagógica, em que as universitárias reciclam e ampliam seus conhecimentos e saberes linguístico. Sendo assim, Irene acaba dando subsídios para que as universitárias passem a encarar, com um novo olhar, as variedades não padrão da língua portuguesa. A novela acontece em diálogos deliciosamente informativos. A obra "A Língua de Eulália" trata a sociolinguística como ela deve ser tratada: com seriedade.

De início, o livro fala sobre a chegada das moças e sua interação com Irene e Eulália. Em seguida, elas conhecem Eulália, “empregada” de Irene, e acabam percebendo o jeito “diferente”, á fonética que ela falava. Irene resolve dar aula para sua sobrinha e as amigas procuravam discorrer sobre o mito da unidade linguística, Brasil e Portugal como um exemplo que possuem diferenças como variedades de género, etárias, urbanas, rurais, de nível de instrução, variedades diatópicas e mudança diacrónica, pois está sempre variando de acordo com o espaço e o tempo.

A norma padrão é aquele modelo de língua ideal que deve ser usado pelas autoridades, pelos órgãos oficiais, pelas pessoas cultas, pelos escritores e jornalistas, que deve ser ensinado e aprendido na escola, todas as variedades de uma língua têm recursos linguísticos suficientes para desempenhar sua função de veículo de comunicação, de expressão e de interação entre seres humanos. Nas aulas de linguística que Irene ministrou nas férias as universitárias, vários conceitos foram abordados, os principais são: o mito da língua homogênea, ou seja, as multiplicidades linguísticas que existem e necessitam ser respeitadas, sendo que sua utilização não deve ser considerada inadequada, pois são modos diferentes de se falar a mesma língua e, seu emprego, não prejudica o entendimento e tudo que parece erro no português não padrão (PNP) tem uma explicação científica e lógica, e acaba incentivando o ensino da norma padrão, pois esta foi criada para que exista um modelo de comunicação nacional. No entanto, sugere que o ensino desta, seja voltado para a Linguística.

O livro procura sempre comparar o português padrão com o não padrão para provar que há mais semelhanças que diferenças entre eles. Neste contexto discute que os falantes da norma não padrão tem dificuldade de aprender a norma padrão, primeiramente porque o primeiro é transmitido naturalmente, já o segundo requer aprendizado e, como na maioria das vezes, essas pessoas pertencem à classe baixa, abandonam a escola cedo para trabalhar ou desistem de estudar porque ficaram constrangidos, por causa da discriminação linguística, dessa forma o problema acaba adquirindo grandes proporções. Esses preconceitos fazem com que a criança que chega à escola falando PNP seja considerada uma “deficiente” linguística, quando na verdade ela simplesmente fala uma língua diferente daquela que é ensinada na escola. Por outro lado, cria no professor a sensação de estar tentando ensinar alguma coisa a alguém que nunca terá condições de aprender. Daí resulta que o aluno fica desestimulado a aprender e o professor desestimulado a ensinar, pois nem todos tem acesso à norma culta e os que chegam com algo desconhecido, pois assim é ensinado para o aluno, como algum outro idioma e esse preconceito só irá gerar outros e outros, todo professor é professor de língua. A escola não reconhece a existência de uma multiplicidade de variedades de português e tenta impor a norma padrão sem procurar saber em que medida ela é na prática uma “língua estrangeira” para muitos alunos, senão para todos.

Irene usa a história da língua na tentativa de mostrar que a língua portuguesa, em todas as suas variedades, continua em transformação, continua mudando, caminhando para as formas que terá daqui a algum tempo. A eficácia do português não padrão não pode ser negada, pois consegue diminuir as regras gramaticais tornando-as mais simples, isso ocorre frequentemente com o uso de concordância, plural e conjugação verbal. Essa postura não deve ser detestada, pois esse processo é comum em muitas outras línguas, mesmo na norma padrão delas como o Inglês, por exemplo: no caso do português, há ocorrências de vários fenômenos linguísticos, os principais são: rotacização que é a troca de L por R nos encontros consonantais, este pode ser explicado através da origem das palavras no latim que recebiam R, mas com o passar do tempo essas palavras sofreram modificações, porém alguns falantes não tiveram ciência disso e assim estão preservando os traços do português arcaico; eliminação das marcas de plural redundantes; yeísmo que é a troca de LH por I, essas mudanças ocorreram devido a ser mais cômodo pronunciar I do que LH; simplificação das conjunções verbais, por exemplo: eles gosta, nós gosta, vocês gosta; assimilação é a transformação de ND em N e de MB em M, isso se explica porque essas consoantes são dentais e o som de uma está muito próximo da outra; redução do ditongo

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