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Resenha Crítica Os Miseráveis

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Por:   •  4/7/2014  •  572 Palavras (3 Páginas)  •  1.034 Visualizações

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Resenha Crítica: Filme “Os Miseráveis”

ACADÊMICA: GRAZIELA CARRAZZONI

Antes de começar às considerações sobre Os Miseráveis (2012) é necessário esclarecer que o musical dirigido por Tom Hooper não é uma adaptação direta do clássico literário de Victor Hugo, e sim da peça homônima escrita por Alain Boublil e Jean-Marc Natel. Em consequência disso, o que vemos na trama é uma consonância entre a linguagem teatral e a cinematográfica, onde em variados aspectos primeira se destaca. É uma história com forte cunho social, todavia o enredo, traz elementos de trama policial, onde um ex-prisioneiro é perseguido sem tréguas por um inspetor fanático.

É tocante a trajetória do Jean Valgean (Hugh Jackman), personagem principal de “Os miseráveis”. Uma história comovente e envolvente, que nos leva ao século XIX, instante de mudança histórica para a França, que padece com conflitos políticos, revolta e manifestações populares. Essa universalidade serve como pano de fundo para um enredo fascinante que relata no íntimo a injustiça social, nos fazendo refletir sobre nossos valores, conceitos e na triste condição humana de um indivíduo que necessita roubar para comer. O filme conta a caminhada de um homem, que depois de furtar um pão, é preso e passa anos na prisão, tornando-se assim triste, amargo e sem esperança. Após cumprir sua pena, tenta novamente se inserir na sociedade e é rejeitado, o que o torna ainda mais revoltado. Mais tarde é profundamente transformado, por um ato de desprendimento e sublimidade do Bispo da cidade, como consequência, ele descobre ou redescobre os valores morais, de ética, bondade e amor ao próximo, transformando-se em um indivíduo bom e generoso, criando em si uma nova consciência, e a sua vida passa a ser um reflexo dessa nova personalidade. Muda de identidade, agora Jean chama-se Sr. Madeleine, prefeito e dono de uma fábrica em uma cidade. Neste momento, conhece Fantine (Anne Hathaway), sua ex-operária, que virou prostituta para sustentar sua filha Cosette (vivida por Isabelle Allen quando criança e posteriormente por Amanda Seyfried), que é criada por terceiros. Muito doente, ela o faz prometer cuidar de Cosette, que após a morte de Fantine, cresce ao lado de Jean Valgean. Javet (Russell Crowe), inspetor de polícia, persegue incessantemente Valgean. O inspetor é uma figura seca, imponente e excessivamente correta. Para Javet, é uma questão de honra prender novamente o fugitivo Jean, e isso se torna a grande motivação de sua vida.

O musical encanta pela forma realista que mostra os fatos, expondo que existem muitas pessoas como o ex-prisioneiro Jean Valgean, como a órfã Cosette, como a operária e depois prostituta Fantine. Personagens bastante vívidos e presentes em nossa sociedade. Basta sairmos à rua, ler revistas ou assistir aos telejornais e iremos nos defrontar com pessoas que poderia servir de inspiração para obras como essa.

Algumas histórias foram tão bem construídas e com tanta qualidade que mesmo que tenham sido escritas há séculos, se mantêm sempre atuais e recebem nova vida a cada geração. Nos deparamos com diversos aspectos da vida cotidiana das pessoas que viveram em épocas passadas: moda, costumes, dificuldades, valores, comportamentos, fatos históricos.

A sucessão dos acontecimentos e as árduas circunstâncias vivenciadas pelas personagens despertam questões sobre lei, justiça e solidariedade. Acima de tudo, “Os Miseráveis” salienta como um indivíduo pode se transformar graças à ação de outra. No caso, a mudança ocorre quando um homem injustiçado recebe de alguém compreensão e generosidade.

Para quem gosta do gênero, ou quem gosta de reflexões, este musical é uma boa pedida.

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