Resenha Pensamento E Linguagem
Trabalho Escolar: Resenha Pensamento E Linguagem. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: LittleThompson • 23/7/2014 • 1.757 Palavras (8 Páginas) • 866 Visualizações
4. Resenha
O pensamento e a linguagem não constituem um domínio autônomo, pois ambos são expressões da vida real, segundo Marx e Engels. A linguagem é um fenômeno extremamente complexo, que pode ser estudado de múltiplos pontos de vista, pois pertencem a diferentes domínios. É, ao mesmo tempo, individual e social, física, fisiológica e psíquica. Por isso, dizer que a linguagem sofre determinações sociais e também goza de uma certa autonomia em relação às formações sociais não é uma contradição.
O sistema, a língua, é social no sentido de que ele é comum a todos os falantes de uma dada comunidade lingüística. O sistema não é uma lista de palavras. Um elemento lingüístico tem que ser diferente de outro, para que ele tenha um determinado valor. Então os sistema é definido como a rede de relações que se estabelece entre um conjunto de elementos lingüísticos. Essas relações que dão um determinado valor a cada componente do sistema e permite selecionar o elemento apropriado para figurar em cada ponto da cadeia da fala e combinar certinho os elementos entre si. Tudo com estrutura. É necessário distinguir o DISCURSO da FALA.
Discurso, são elementos lingüísticos (frases ou conjunto de muitas frases), usadas pelos falantes com o propósito de exprimir seus pensamentos, de agir sobre o mundo. A fala, é individual, pois sempre um EU quem toma a palavra e realiza o ato de exteriorizar o discurso.
A fala é o ato concreto, momentâneo e individual da manifestação da linguagem. O sistema de linguagem, altera-se devido a causas internas do próprio sistema. Por exemplo: não há explicação socioeconômica para o fato de a forma latina de lacte (m) ter dado leite em português, leche em espanhol, lait em francês, lach em provençal, latte em italiano e lapte em romeno. Essas causas internas, sem explicação no sistema fonológico. E podemos citar um exemplo do âmbito do vocabulário: homo e vir. Homo significa ser humano e vir, ser humano do sexo masculino, em latim. Outro fator interno é a analogia, um jogo de uniformização para facilitar o uso. O latim possuía 3 gêneros: masculino, feminino e o neutro. Talvez o fato de o masculino, ser numa série de línguas, o termo que indica conjuntamente nomes masculinos e femininos, deva-se ao prestígio do homem nas sociedades patriarcais. Isso se deve a fatores sociais.
O discurso não é um amontoado de frases. Ele tem uma estrutura. Nele identificamos uma sintaxe e uma semântica. Sintaxe discursiva compreende os processos de estruturação do discurso. Como a introdução ou não da primeira pessoa. Se um cientista dissesse “Eu afirmo que a Terra é redonda” pode ser entendido como um ponto de vista pessoal. Mas quando ele diz “A Terra é redonda”, é como se fosse mais objetivo. Temos o mecanismo do discurso direto, indireto e indireto livre. No direto, o narrador dá voz ao personagem. A semântica discursiva é o campo da determinação ideológica propriamente dita. Embora esta seja inconsciente, também pode ser consciente.
Existe uma diferença entre um nível profundo e um nível de superfície. Exemplo, num conto de fadas, o príncipe necessita sempre de um objeto mágico para vencer seu oponente, numa outra história é o anel mágico... Os elementos que aparecem na superfície (um objeto mágico) são variações que concretizam um elemento semântico invariante, mais abstrato e mais profundo, o poder vencer. Dois discursos podem trabalhar com os mesmos elementos semânticos e revelar duas visões diferentes. Pode ser valorizada eufórico (positivamente) ou disfórico (negativamente).
Podemos citar a maneira figurativa e a temática. No texto figurativo, o componente básico é a figura. Nos temáticos o tema. Ambos são elementos semânticos de estrutura profunda. Tema é o elemento semântico que designa um elemento não presente no mundo natural (amor, paixão). Figura é o elemento semântico, um elemento do mundo natural (casa, mesa, mulher). A diferença é o menor e maior grau de concretização (concreto e abstrato). Existe uma relação temas-figuras, onde para entender um discurso figurativo, deve-se aprender o discurso temático que está relacionado à ele.
Numa formação social, temos dois níveis de realidade: um de essência e um de aparência, ou seja, um profundo e um superficial. O conjunto de idéias, de representações que servem para justificar e explicar a ordem social, as condições de vida do homem e as relações que ele mantêm com os outros homens é chamado IDEOLOGIA. Existe falsa consciência, que indica que as idéias dominantes são elaboradas a partir de formas fenomênicas da realidade, não apreendendo as relações sociais mais profundas. O autor diz que embora seja, numa formação social, tantas visões de mundo forem as classes sociais, a ideologia dominante é a ideologia da classe dominante é a ideologia da classe dominante. No modo de produção capitalista, a ideologia dominante é a ideologia burguesa.
Uma formação ideológica deve ser entendida como a visão do mundo de uma determinada classe social, conjunto de idéias e representações que revelam a compreensão que uma dada classe tem do mundo. Cada formação ideológica corresponde a uma formação discursiva, que é o conjunto de temas e de figuras que materializam uma dada visão de mundo, ensinada no processo de aprendizagem lingüística. Uma formação ideológica impõe o que pensar, a discursiva impõe o que falar.
O signo-linguístico é composto por dois componentes: um conceito e um suporte do conceito. O conceito é o significado do conteúdo e o suporte é o significado ou expressão. O significado é a parte inteligível do signo enquanto a expressão é a parte dizível ou sensível. O mesmo discurso pode ser manifestado de diversos textos e estes podem ser contruídos com materiais de expressão diversos. Exemplo, “O beijo da mulher aranha” foi manifestado verbalmente, num livro, e cinematograficamente (união da expressão visual, verbal, etc...).
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