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Por:   •  9/2/2015  •  1.772 Palavras (8 Páginas)  •  291 Visualizações

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ORLANDI, Eni P. Análise de Discurso. In: ORLANDO, Eni P e LAGAZZI-RODRIGUES, Suzi (orgs.). Introdução aos estudos da Linguagem: Discurso e Textualidade – Pontes Editores, 2006, Campinas, São Paulo.

Eni Orlandi, principal introdutora da Análise de Discurso no Brasil é uma pesquisadora e professora universitária aposentada, ela publicou mais de 30 livros, incluindo edições e reedições, ganhadora de um prêmio Jabuti em Ciências Humanas, ela agora atua na liderança do Laboratório de Estudos Urbanos, localizado na Universidade de Campinas, o qual foi constituído pela mesma.

O capítulo trabalhado nessa resenha tem como título: “Análise de Discurso” e se encontra no livro denominado “Introdução aos estudos da Linguagem: Discurso e Textualidade”, organizado por Eni Orlandi juntamente com Suzi Lagazzi-Rodrigues.

A autora começa seu artigo falando que a Análise de Discurso é constituída por meio de “três rupturas que estabelecem três novos campos do saber” (p. 13), a linguística, a psicanalise e o marxismo. Porém, a autora cita Pêcheux para afirmar que essas três rupturas, não se juntaram para formar a AD, muito pelo contrário, ainda segunda a autora a AD tem seus métodos e objetivo próprios, sendo esse, o discurso.

De modo claro e explicativo, a autora começa então a dividir seu artigo em tópicos, o primeiro deles é referente a “Língua e fala, língua e discurso”, onde podemos ver que a língua e a fala esta ligado ao social e ao histórico, a autora cita Saussure e fala sobre a língua e a fala separadamente, como se completassem um ao outro, de contra partida, o discurso não as vê como algo separado, muito pelo contrário, nesse, essas se encontram indissociáveis.

O segundo tópico destacado por Orlandi, denomina-se “O que é discurso”, lembrando que ela escreveu o livro na área em que é especialista, justamente para as pessoas entenderem melhor sobre o discurso e sua análise, com isso ela explica, citando Pêcheux, que discurso é o “que faz efeito de sentido entre os locutores” (p. 14), ou seja, o discurso tem o sentido de comunicação, quando olhado por esse viés.

Em seu terceiro tópico, a autora fala sobre as “Condições de produção”, logo no inicio, Orlandi afirma que essas condições “incluem os sujeitos e a situação” (p. 15), levando em conta que a situação pode ter tanto um sentido mais restrito que é “o aqui e o agora do dizer” (p. 15), o contexto imediato como o sentido lato, que comtempla a ideologia, o contexto sócio histórico, o que ao meu ver, é o que faz dois sujeitos diferentes analisarem um mesmo discurso e obterem dois resultados diferentes, ou obterem resultados iguais, porém, chegaram ao mesmo de forma diferente, tudo esta relacionado ao contexto em que se encontra o analista de discurso e sua ideologia. Seguindo ao que a autora propõe para esse tópico, ela fala, também sobre as “formações imaginárias” (p. 15) que seriam “a imagem que o sujeito faz dele mesmo, a imagem que ele faz de seu interlocutor, a imagem que ele faz do objeto do discurso. Assim como também tem a imagem que o interlocutor tem de si mesmo, de quem lhe fala, e do objeto do discurso” (p.15) a autora ainda ressalta o fato de que essa ação imaginária esta ligada a “projeção social do discurso” (p. 16), aqui ela entra com um exemplo do operário, onde ela fala que o que importa não é o operário em si e sim a imagem que a sociedade faz do mesmo, a autora ainda afirma que faz parte da prática discursiva as “relações de sentido” (p. 16) onde o que falamos faz parte do que outros já disseram e isso “faz parte dos efeitos de sentido dos nossos dizeres” (p. 16). Finalizando esse tópico, a autora pontua que faz parte das condições de produção quando levamos em conta a posição em que falamos, se falamos no lugar de presidente, professor, operário, etc., “cada um desses lugares tem sua força na relação de interlocução e isto se representa nas posições sujeito. Por isso, essas posições não são neutras e se carregam do poder que as constitui em suas relações de força” (p. 16) e isso, é o que a autora nos apresenta como “relações de força” (p.16).

Partimos então para o que a autora nos apresenta em seu tópico de número 4, intitulado de “A análise, o texto, o discurso”, analisando tudo o que nos foi apresentado até o momento, podemos ver então, que o texto que faz unidade com a análise de discurso deve ser visto mais do que apenas para adquirir um sentido, Orlandi afirma que “pensar o texto é pensa-lo em relação às suas condições de produção, é liga-lo a sua exterioridade”. Foucault, mostra ainda o texto como um “monumento” em que a “própria textualidade traz nela mesma sua historicidade, isto é, o modo como os sentidos se contituem, considerando a exterioridade inscrita nela e não fora dela.” (p. 16), o analista então, após ter obtido o objeto discursivo, que nada mais é do que sobre o que ele quer analisar, irá procurar determinar “que relação este estabelece com as formas ideológicas”, o que se da então, o processo discursivo. Aqui eu volto a mencionar um ponto já dito anteriormente, uma vez que o analista adquire seu processo discursivo e pode se desvincular do seu objeto inicial, para poder usar outros textos para sua análise, eu volto a questionar sobre os diversos tipos de análises que pode ser feito a partir de um primeiro objeto discursivo, uma vez que vários sujeitos, com várias ideologias divergentes, podem utilizar de um mesmo objeto de discurso inicial e acabar em outros diferentes textos. Seria então ao pesquisar sobre a AD, ter em mente que cada sujeito tem uma ideologia diferente e por meio disso, saem resultados diferentes?

Orlandi, finalizando esse tópico cita Peucheux, que diz que o processo de discurso é definido “como o sistema de relações de substituição, paráfrases, sinonímias etc. que funcionam ente elementos linguísticos – significantes – em uma formação discursiva dada.” (p. 17).

No próximo item, de número 5, denominado “Formação Discursiva e Interdiscurso”, o Interdiscurso, como apresentado pela autora, nada mais é do que todo o dizer já dito. Orlandi ainda afirma que “o interdiscurso é irresponsável”, ela continua seu texto falando sobre a “historicidade na análise de discurso” que é quando o meu dizer, faz sentido a partir do já dito.

No item 6, Orlandi fala sobre o “Sujeito”, e da abertura ao assunto citando o que Althusser chama de forma-sujeito,

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